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Defensores do amianto alegam que telhas e caixas d’água não podem contaminar consumidores

A fibra de amianto é composta a partir de mineral perigoso por ser cancerígeno, podendo contaminar pessoas que o inalam. Apesar disso, o Instituto Brasileiro de Crisotila (IBC) afirma que os riscos diminuíram muito nos últimos anos, tanto para os consumidores, quanto para os trabalhadores que lidam com o material, e que a proibição do uso da fibra em determinados países já está sendo revista.

Caixas d’água e telhas

No momento da instalação de caixas d’água e telhas de amianto, é possível que, com a perfuração de parafusos, uma poeira se solte no ambiente. O mesmo pode acontecer com o desgaste ou a falta de manutenção.

Para o IBC, não há riscos de contração de tumores ou outras complicações de saúde com a possível aspiração das partículas. De acordo com os defensores do amianto, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, realizou levantamento demonstrando que as fibras de amianto crisotila não se desprendem da principal matéria-prima que compõe o fibrocimento (o cimento). Portanto, mesmo sob severas condições de desgaste, as fibras não se soltam. Esse posicionamento é questionado pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) – clique aqui e leia matéria a respeito.

A assessoria do IBC diz que estudo recente de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), divulgado no fim do ano passado, confirma que não há registro de doenças em pessoas que residem em casas cobertas com telhas de amianto crisotila.

Os produtos feitos com fibrocimento contêm 90% de cimento, 8% de amianto crisotila (amianto branco, único permitido no Brasil) e 2% de celulose reciclada (jornais e revistas velhas).

Trabalhadores

Sobre as críticas de contaminação de funcionários da cadeia produtiva de amianto crisotila, o IBC alega que as mesmas são infundadas. “Convidamos a sociedade para conhecer o uso seguro e responsável do amianto crisotila, tanto na mineração, como na fabricação de produtos de fibrocimento e até mesmo no transporte do mineral. Hoje são mais de 30 anos de uso seguro e responsável, onde os empresários investiram em tecnologia e equipamentos que garantem a saúde e segurança dos trabalhadores. Dentre os trabalhadores admitidos desde 1980 não se registra nenhum caso de doença relacionada ao mineral”, afirmou a assessoria, ressaltando medidas de proteção e prevenção e o monitoramento de todas as fábricas que lidam com o material duas vezes ao ano. A Abrea também questiona tal argumentação, afirmando que a doença fica incubada décadas no organismo humano.

Descarte

O IBC afirma que os produtos feitos com fibrocimento são muito duráveis (cerca de 70 anos) e que os substitutos comuns são plásticos, ou seja, derivados de petróleo, o que traria prejuízos ambientais. “O que orientamos é o consumidor procurar o órgão responsável de seu Município ou Estado para verificar a destinação adequada do produto” diz a assessoria.

Outro lado

Na tréplica, a Abrea afirma que uma questão incontestável é que o amianto é um reconhecido cancerígeno para os seres humanos e que não há amianto “do bem” ou seguro à saúde humana. Para a entidade, não há nenhuma tendência a se reverter a proibição ao uso de amianto nos 66 países e cinco Estados brasileiros onde ele foi banido. De acordo com a gerente do Programa Estadual do Amianto do Ministério do Trabalho em São Paulo, Fernanda Giannasi, “dados recentes da OMS-Organização Mundial da Saúde (Nota Técnica 343/2010) elevaram para 107 mil a infortunística de mortes  anuais, no mundo, causadas pelo amianto somente entre a população trabalhadora (exposição ocupacional), sem contar as milhares de morte que acometem a população indireta, doméstica ou ambientalmente exposta à poeira assassina. Afirma a OMS, nesta nota, que o meio mais eficiente para eliminar as doenças causadas pelo amianto é proibir o seu uso sob todas as  formas e tipos”.

Na próxima semana, a eCycle apresentará uma matéria que questiona os motivos que levaram fabricantes de telhas e caixas d’água a manter ou a eliminar o amianto da lista de matérias-primas.


Texto: Alberto Cerri

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