Descoberta marca o segundo ano consecutivo da diminuição do buraco
Segundo o Copernicus Atmosphere Monitoring Service (Cams), o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida em 2025 foi o menor desde 2019. Isso, em conjunto com uma maior concentração de ozônio deixaram os cientistas europeus otimistas, descrevendo a descoberta como um “sinal tranquilizador” da recuperação da camada.
O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida abre e fecha anualmente, formando-se em agosto, atingindo o seu tamanho máximo em setembro ou outubro e fechando-se no final de novembro ou início de dezembro.
A lacuna anual atingiu uma área máxima de 21 milhões de km² no hemisfério sul em setembro. Além disso, continuou encolhendo até segunda-feira (01), quando se fechou antecipadamente, de acordo com as informações do Cams.
Essa é a segunda vez consecutiva da diminuição do buraco da camada de ozônio após uma série de buracos maiores e mais duradouros que ocorreram entre 2020 e 2023 — quando a lacuna atingiu 26 milhões de km².
“O fechamento antecipado e o tamanho relativamente pequeno do buraco na camada de ozônio deste ano são um sinal tranquilizador. [Isso] reflete o progresso constante ano após ano que estamos observando na recuperação da camada de ozônio graças à proibição das substâncias que destroem a camada de ozônio”, disse Laurence Rouil, diretor do Cams.
Um estudo publicado na revista Nature no ano passado concluiu que as medidas do Protocolo de Montreal reduziram com sucesso as emissões de gases do efeito estufa. Semelhantemente, a Organização Meteorológica Mundial estima que a proibição das substâncias que destroem a camada de ozônio permitirá a recuperação do buraco aos níveis de 1980 até 2066.
No meio tempo, os cientistas ainda estão tentando identificar a causa do aumento do buraco durante o período de 2020 até 2023. Até então, a principal suspeita é que a lacuna foi resultado da erupção do vulcão Hunga Tonga em 2022, que lançou cinzas e vapor de água na estratosfera.
Cams afirmou que os grandes buracos observados nos últimos anos demonstraram que o declínio da camada de ozônio estratosférico global poderia ter atingido níveis catastróficos sem acordos bem-sucedidos para a eliminação gradual dos poluentes. Porém, a nova descoberta é uma boa notícia.
“Este progresso deve ser celebrado como um lembrete oportuno do que pode ser alcançado quando a comunidade internacional trabalha em conjunto para enfrentar os desafios ambientais globais”, disse Rouil.