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Bacterio-robô é usado no desenvolvimento de novo tratamento anticâncer

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é um problema de saúde pública cuja solução demanda ações multidisciplinares, que incluem desde a conscientização da população até incentivos a pesquisas. E, apesar de fatores hereditários estarem relacionados com a doença, são as questões ambientais que representam atualmente a maioria dos casos de câncer, somando um total de 80%. Entre os motivos ambientais, podemos citar os maus hábitos (tão comuns ao estilo de vida da nossa geração): consumo de alimentos não saudáveis, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, comportamento sexual de risco, entre muitos outros.

Dependendo do diagnóstico, o paciente é encaminhado para a quimioterapia e/ou radioterapia, que podem ser acompanhadas ou não de procedimentos cirúrgicos para a retirada do câncer. Apesar desses tratamentos terem progredido muito ao longo dos anos, eles ainda são muito agressivos, trazendo efeitos colaterais físicos e psicológicos que variam de acordo com o tempo do tratamento.

Considerando tais efeitos colaterais, um grupo de cientistas da Universidade Nacional de Chonnam, da Coréia do Sul, desenvolveu um tratamento anticâncer inovador. O desenvolvimento desse tratamento aliou nanotecnologia e bactérias do gênero Salmonella para a criação do que o grupo batizou de bacterio-robô, como veremos a seguir.

Antigo presente de grego

As epidemias causadas por bactérias são velhas conhecidas e já derrubaram exércitos inteiros. A história da Salmonella data de tempos muito antigos. A chamada “Praga de Atenas” aconteceu no ano de 430 a.C, durante a guerra do Peloponeso e permaneceu um mistério ao longo dos séculos. No entanto, o infectologista grego Manolis Papagrigorakis, após analisar o DNA presente na polpa do dente de vítimas dessa epidemia, encontrou material genético compatível com a atual Salmonella typhi. Esse presente de grego que assolou Atenas seria séculos mais tarde o segredo para a criação do bacterio-robô.

Essa tecnologia que promete oferecer um tratamento menos agressivo aos pacientes diagnosticados com câncer foi desenvolvida com bactérias geneticamente modificadas do gênero Salmonella. Segundo o diretor da pesquisa, Park Jong-Oh, o bacterio-robô tem uma função sensorial que rastreia e ataca as células cancerígenas ao identificar as proteínas que são liberadas por elas. E, apesar das perspectivas desse trabalho serem promissoras, ainda há algumas limitações. Os cientistas envolvidos no projeto já patentearam o tratamento nos Estados Unidos, no Japão e na União Europeia, mas os testes em humanos ainda não foram autorizados. Além disso, o bacterio-robô só detecta cânceres sólidos, como o de mama e o colorretal.

Pequenas aliadas

O uso de bactérias como nossas aliadas já rendeu significativos benefícios para o nosso bem-estar e a preservação do meio ambiente: bactérias que ajudam a limpar manchas de óleo decorrentes de vazamentos no mar, bactérias que transformam papel em biocombustível, bactérias que estimulam o “hormônio da felicidade”, entre muitas outras. 

Talvez um dos exemplos mais conhecidos de uma contribuição vinda dessas pequenas aliadas seja a sintetização de insulina, hormônio usado por diabéticos e responsável por metabolizar a glicose. Como se sabe, os diabéticos não produzem insulina ou até produzem, mas não satisfatoriamente. Por essa razão, precisam recorrer a injeções de insulina para suprirem a falta desse hormônio. No passado, o tratamento da diabetes era feito à base de insulina extraída do pâncreas de bois e porcos. No entanto, as reações alérgicas eram muito comuns.

Até que foi desenvolvida uma técnica que introduz o gene da proinsulina em bactérias do gênero Escherichia coli, o que as induz a produzir o hormônio que é idêntico ao humano e não causa reações alérgicas. São iniciativas bem sucedidas como essa que podem ser verificadas ao longo do tempo e que dão expectativas otimistas para projetos como o que envolve o bacterio-robô.


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