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Depois que a China parou de aceitar o lixo plástico e eletrônico do ocidente, resíduos passaram a se acumular em países mais pobres do sudeste asiático, como a Tailândia

Os países ricos do ocidente têm tido problemas para lidar com seu lixo desde que a China parou de aceitar resíduos como plástico e lixo eletrônico, no começo deste ano. No atual ritmo e sem melhorias nos atuais sistemas de reciclagem norte-americanos e europeus, a estimativa é de que 111 milhões de toneladas de resíduos plásticos fiquem sem destino até 2030. Após anos exportando lixo para a China, a solução de curto prazo encontrada pelo setor foi mudar o destino de seus resíduos, que agora se acumulam em países mais pobres do sudeste asiático, como a Tailândia.

A expectativa do governo chinês com a proibição da importação de lixo é impulsionar melhores medidas de descarte e reciclagem tanto internamente quando nos países cujo lixo costumava receber. Com o lixo se acumulando, alguns países começaram a tomar suas precauções, aprovando ou ao menos discutindo leis contra os plásticos de uso único e outros resíduos descartáveis.

Em outros casos, como na Tailândia, que possui uma legislação ambiental fraca e viu o volume de lixo estrangeiro que chega em suas precárias centrais de reciclagem aumentar muito desde o começo deste ano, o exemplo da China começa a ser seguido: eles anunciaram essa semana uma suspensão temporária para importações de resíduos plásticos e eletroeletrônicos. A ideia é aprovar uma legislação específica proibindo a entrada de lixo estrangeiro nos próximos meses. Cada país que lide com o seu lixo.

Lixo eletrônico na Tailândia
Fábrica de reciclagem na província de Samut Prakan, ao sul de Bangkok, fechada recentemente por operar de modo ilegal. Imagem: Amanda Mustard/Reprodução The Guardian

Desde que a proibição chinesa entrou em vigor, em janeiro, a Tailândia recebeu 37 mil toneladas de lixo eletrônico e 120 mil toneladas de resíduos plásticos – fora os influxos ilegais. A China costumava ser o principal destino do lixo eletrônico mundial – segundo a ONU, 70% de todo o lixo eletrônico do mundo terminava na China. Desde o começo do ano, porém, esses resíduos têm sido mandados para países como Tailândia, Laos e Camboja, inclusive com empresários chineses do setor tendo mudado suas operações para esses países.

Como medo de se tornar a nova lixeira mundial, a Tailândia já começou a tomar providências, seguindo o caminho da China. As companhias atualmente autorizadas para importações de lixo eletrônico e de plástico já estão proibidas de receber novos resíduos estrangeiros, ao passo que o lixo atualmente estocado nos portos terá de passar por inspeções.

“Já temos muito lixo eletrônico aqui na Tailândia. Não é nossa intenção trazer essa poluição do resto do mundo para a próxima geração de tailandeses”, disse o vice-chefe de polícia da Tailândia, Wirachai Songmetta, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Diariamente, mais de 20 contêineres de lixo eletrônico chegam aos portos tailandeses, e, segundo o jornal britânico, nos próximos meses o governo tailandês planeja aprovar legislação para proibir o lixo eletrônico estrangeiro e resíduos plásticos de entrar no país. Por enquanto estão sendo feitas inspeções em centrais de reciclagem e já foram fechadas 26 fábricas ilegais só nas últimas semanas. As condições desses locais são descritas como assustadoras, com “métodos primitivos e contaminantes sendo usados para extrair os metais valiosos dos eletrônicos, enquanto o resto é jogado em grandes incineradores que soltam fumaça tóxica.”

“A curto prazo, o problema dessas legislações é que os países desenvolvidos vão procurar outros lugares para despejarem o seu lixo”, alerta Jim Puckett, da organização ambiental Basel Action Network, que trabalha para amenizar o problema dos resíduos tóxicos. “Lugares como os Estados Unidos e a Europa precisam entender que eles têm que começar a reciclar o próprio lixo eletrônico e parar de espalhar os efeitos negativos de norte a sul”, alerta.


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