Projeto é desenvolvido por cientistas ligados ao Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria da USP, em parceria com a Petrobras
Agência FAPESP – O projeto de desenvolvimento do robô Annelida, uma unidade robótica remotamente controlada para realizar a limpeza de dutos de extração de petróleo do pré-sal, é pela segunda vez finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2020, promovido pelo Ministério de Minas e Energia. A primeira premiação ocorreu em 2019.
O projeto conta com a participação de pesquisadores do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade de São Paulo (USP). Entre eles estão Francisco Louzada Neto, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP) em São Carlos e coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI, José Alberto Cuminato, também do ICMC-USP e diretor do CeMEAI, Vera Tomazella, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Oscar Maurício Hernandez Rodriguez, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP).
Também participam membros do Senai de Florianópolis (SC), do Senai de São Leopoldo (RS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O estudo chegou à final da Categoria I, que contempla projetos desenvolvidos exclusivamente por instituições credenciadas, em colaboração com empresas petrolíferas, na área temática geral “Exploração e Produção de Petróleo e Gás”.
A proposta é que o Annelida ajude a Petrobras a reduzir perdas estimadas em bilhões de reais na substituição de dutos danificados e em lucros cessantes decorrentes da operação. O petróleo extraído do pré-sal sai do solo a uma temperatura de 60 oC a 70 oC, mas vai se resfriando ao passar pelo oceano, um percurso de até sete quilômetros, podendo chegar à temperatura de 4 oC. Esse resfriamento faz com que o óleo vá se solidificando e liberando hidratos e parafinas, que aderem à parede do duto, podendo entupi-lo.
Na primeira fase do projeto, foi desenvolvido e validado o conceito do robô e seus componentes, com testes em ambientes controlados. Na fase 2, iniciada em janeiro deste ano, estão sendo feitos testes de campo.