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Surto de diarreia causada por infecção por Escherichia coli pode ser interpretado como um alerta para a necessidade de mudanças nas tecnologias e cultura sanitárias atuais

De acordo com artigo publicado no jornal The Guardian e autoridades do Reino Unido, pelo menos 57 pessoas adoeceram após uma competição de natação no mar no Campeonato Mundial de Triatlo em Sunderland no último fim de semana. 

Uma amostragem da Agência Ambiental na praia de Roker na quarta-feira, 26 de julho, três dias antes do evento, mostrou 3.900 colônias de Escherichia coli (E. coli) por 100 ml, mais de 39 vezes mais do que as leituras típicas do mês anterior. A E. coli é uma bactéria que pode causar dor de estômago, diarreia com sangue e até mesmo morte, nos casos mais graves.

Jacob Birtwhistle, 28, um triatleta australiano, postou os resultados da Agência Ambiental no Instagram e disse que se sentiu mal após o evento. Ele escreveu: “Tenho me sentido péssimo desde a corrida, mas acho que é isso que acontece quando você nada na merda. A natação deveria ter sido cancelada”.

Um atleta respondeu: “Pelo menos eu sei o que deixou eu e um monte de outros atletas doentes”. Outro escreveu: “Isso agora explica por que passei a noite de segunda-feira com a cabeça no banheiro depois de nadar no domingo de manhã!”

Ailith Eve Harley-Roberts, 51, de Leeds, que competiu na categoria padrão com um mergulho de mar de 1.500 metros, disse que não adoeceu, mas outros competidores sofreram problemas estomacais. Ela disse: “Gosto de nadar ao ar livre, mas não confio na limpeza de mares, rios e lagos por causa do despejo de esgoto ou outros efluentes”.

Quais são os riscos de uma infecção por E. coli?

A infecção causada pela bactéria E. coli pode variar de leve a grave, dependendo do tipo de cepa envolvida e da saúde geral da pessoa afetada. 

Algumas cepas de E. coli podem causar doenças graves como gastroenterite, apresentando sintomas como diarreia, cólicas abdominais, náuseas e vômitos. 

Além disso, o doente pode desenvolver Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU), uma complicação que afeta os rins e pode levar a insuficiência renal aguda, anemia hemolítica e diminuição do número de plaquetas no sangue. A SHU é mais comum em crianças e pode ser fatal em casos extremos.

A infecção por E. coli também pode causar infecções do trato urinário (ITU) gerando dor ao urinar, urgência para urinar, aumento da frequência urinária e, às vezes, presença de sangue na urina.

Embora menos comuns, algumas cepas de E. coli podem causar infecções respiratórias, infecções de feridas e outras infecções localizadas em diferentes partes do corpo.

A infecção por E. coli pode levar à morte, especialmente em casos de complicações graves. 

Está na hora de pararmos de defecar na água?

Você já parou para refletir como não é nada inteligente destinarmos fezes e urina para os corpos hídricos que poderiam ser usados para nadar e abastecer casas e fábricas?

Em entrevista ao portal eCycle, a gestora ambiental e ambientalista Aline Ferreira aponta que a alternativa mais inteligente e segura para a destinação das fezes e urina é o banheiro seco.

De acordo com Aline, o uso do banheiro seco, também conhecido como banheiro de compostagem ou banheiro ecológico, apresenta vários benefícios importantes em comparação aos banheiros convencionais que utilizam água para descarga.

“Os banheiros secos não requerem água para a descarga, o que significa que não há desperdício de água potável em cada uso. Isso é especialmente relevante em regiões com escassez de água ou em situações de seca, onde a conservação de recursos hídricos é fundamental”, explica a ambientalista.

Diferente do banheiro convencional,os banheiros secos utilizam processos de compostagem ou decomposição anaeróbica para transformar os resíduos em matéria orgânica estabilizada e segura para a saúde e o meio ambiente.

“O benefício adicional é que o resíduo produzido em banheiros secos pode ser utilizado como fertilizante natural. Após o devido tratamento, o composto resultante pode ser utilizado para melhorar a fertilidade do solo e ajudar na agricultura ou em projetos de jardinagem”, expõe Aline.

Os banheiros secos geralmente têm uma pegada ecológica menor do que os banheiros convencionais, pois requerem menos infraestrutura (não há necessidade de rede de esgoto) e consomem menos recursos naturais. Eles são ideais para áreas remotas ou regiões rurais onde a infraestrutura sanitária pode ser limitada ou inexistente. 

“Na minha opinião, casos como o que ocorreu em Sunderland alertam para o fato de que já passou da hora de defecarmos na água”, argumenta a gestora ambiental. 

“Como os banheiros secos não utilizam água para descarga, ajudam a prevenir a poluição de rios, lagos e lençóis freáticos com esgoto não tratado ou parcialmente tratado”, completa.

No entanto, Aline ressalta que é preciso cautela: “é importante notar que o uso eficiente de banheiros secos requer educação e conscientização para garantir a correta manutenção e tratamento dos resíduos. Além disso, é fundamental garantir a higiene adequada e o manejo seguro dos resíduos para prevenir riscos à saúde pública”.


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