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Refúgios climáticos em pequena escala podem ser a chave para proteger espécies essenciais aos ecossistemas

Em um mundo onde as mudanças climáticas avançam rapidamente, os microclimas surgem como uma esperança para a sobrevivência de populações de insetos ameaçadas. Esses pequenos refúgios, que variam desde áreas sombreadas em paisagens urbanas até a densa copa da Amazônia, podem mitigar os efeitos de temperaturas extremas e alterações no habitat. Um estudo publicado na Nature Reviews Biodiversity revela que entender como os insetos utilizam esses microambientes é fundamental para prever seu futuro diante do aquecimento global.

Pesquisadores de África do Sul, Canadá, Taiwan, Suíça e Reino Unido destacam que os modelos climáticos atuais, em larga escala, falham em capturar variações sutis que determinam a sobrevivência de espécies. Para o professor John Terblanche, da Universidade Stellenbosch, observações detalhadas no campo são essenciais para corrigir essas lacunas. Dados precisos sobre o comportamento de insetos em diferentes condições microclimáticas permitem criar modelos mais assertivos, úteis até mesmo no controle de pragas agrícolas.

Na África do Sul, besouros polinizadores e joaninhas nativas já dependem da diversidade microclimática para escapar dos impactos do clima extremo. Projetos de conservação, como os da SANParks, demonstram que intervenções simples – como estruturas de sombra em pontos de água – podem salvar espécies vulneráveis. Medidas semelhantes foram adotadas para proteger pinguins e calaus no deserto do Kalahari, mostrando que a criação de microhabitats é uma estratégia viável.

Apesar dos avanços, os cientistas alertam que essas soluções são apenas um paliativo. Sem cortes drásticos nas emissões de carbono, um terço das espécies terrestres pode desaparecer. A gestão inteligente de microclimas pode adiar extinções, mas a preservação definitiva exige ações globais urgentes. O estudo reforça que a conexão entre paisagens naturais e a manutenção de refúgios climáticos locais é vital para garantir os serviços ecossistêmicos prestados pelos insetos – desde a polinização até o equilíbrio das cadeias alimentares.

Mais informações no estudo completo: Jeremy T. Kerr et al, “Effects of microclimate variation on insect persistence under global change”, Nature Reviews Biodiversity (2025). DOI: 10.1038/s44358-025-00067-4


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