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Projeto divulgado pelo Ministério da Agricultura cita preocupação com bem-estar animal e prevenção da transmissão de doenças como fatores por trás do movimento

Imagem: Treddy Chen on Unsplash

O governo chinês divulgou esta semana um projeto que proíbe o consumo de carne de cachorro no país. O Ministério da Agricultura local trabalha em uma política nesse sentido e citou o “progresso da civilização humana”, bem como a crescente preocupação com o bem-estar dos animais e a prevenção da transmissão de doenças de animais para humanos.

O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China trabalha em uma “lista branca” de animais autorizados para criação como carne. Nesse projeto, os caninos aparecem expressamente como proibidos. O ministério chamou os cães de “animal de companhia especial”, mencionando que eles não são vistos internacionalmente como criação para abate.

A cidade de Shenzhen aprovou recentemente a primeira proibição da China continental ao consumo da carne de cães e gatos, uma medida que deu esperança a grupos de bem-estar animal em todo o mundo de que outras partes do país poderiam fazer o mesmo em breve. O novo projeto de política fortalece essa ideia.

“É a primeira vez que um ministério dá sinais de que cães não são animais para alimentação”, disse Paul Littlefair, chefe internacional da Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra Animais, ao jornal The Guardian. “[Isso] deixa a porta aberta para os governos locais seguirem o exemplo da cidade de Shenzhen”.

Embora não seja oficialmente uma proibição do consumo de carne de cachorro, o projeto de política do Ministério da Agricultura pode ser um “momento decisivo para o bem-estar animal na China”, disse Wendy Higgins, da Humane Society International (HSI), ao The Guardian.

“Isso sinaliza uma grande mudança, reconhecendo que a maioria das pessoas na China não come cães e gatos e quer o fim do roubo de seus animais de companhia por conta de um comércio de carne com o qual apenas uma pequena porcentagem da população se envolve”, declarou Higgins.


A Humane Society International estima que entre 10 e 20 milhões de cães são mortos na China por sua carne anualmente, enquanto a Animals Asia calcula o número de gatos em cerca de 4 milhões por ano. “A maior parte destes são animais roubados e não criados em cativeiro”, disse Higgins.

Segundo a ativista, isso não apenas causa enorme sofrimento aos animais, mas trata-se também de uma indústria quase inteiramente alimentada pelo crime. Além disso, Higgins afirma que talvez o mais significativo no momento seja a inegável ameaça à saúde humana que o consumo da carne desses animais representa, com o risco de transmissão de doenças como raiva e cólera.

Se não for alterada após o período de comentários públicos que termina em 8 de maio, a lista atualizada pelo Ministério da Agricultura chinês irá incluir várias novas espécies de animais selvagens liberados para criação, de acordo com as leis de criação de animais.

O comércio de animais silvestres está suspenso desde o final de janeiro, em resposta ao surto de Covid-19, que parece ter surgido a partir da cadeia formal ou ilícita de abastecimento de animais silvestres. Se essa suspensão for revogada, animais como veados, aves de caça, dois tipos de raposas e outros considerados selvagens devem ter sua criação em cativeiro liberada.

Além de proibir a criação e o comércio de carne de cachorro, os ativistas esperam que o governo chinês vá ainda mais longe. Peter Li, especialista em políticas da China da HSI, disse ao The Guardian que considera preocupante a listagem de animais selvagens, incluindo raposas e cães-guaxinim, como animais liberados para criação.

“Fazer um rebranding da vida selvagem como criação não altera o fato de que existem desafios intransponíveis para manter essas espécies em ambientes agrícolas, onde suas necessidades de bem-estar simplesmente não podem ser atendidas. Além disso, há evidências claras de que algumas dessas espécies podem atuar como hospedeiros intermediários de vírus, como o novo coronavírus, e é por isso que estamos pedindo à China e a todos os governos que parem de negociar animais selvagens”, declarou Li.



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