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Livro disponível on-line discute o direito das crianças à cidade no Brasil e em Portugal, e conta com participação de professora da Faculdade de Educação da USP

Por Gabriele Koga, do Jornal da USP | Metrópoles, grandes ou pequenos centros em número de habitantes, instituições e edifícios. As cidades podem ser compreendidas como espaços em que os habitantes vivem, ocupam e transformam, já que as configurações incluem as mais diversas expressões humanas, artísticas, econômicas e sociais. Nas mais variadas situações, a cidade pode ser um espaço propício para promover a cidadania ao viabilizar a participação do público infantil nos espaços urbanos. 

É nesse contexto que a publicação O Direito das Crianças à Cidade: Perspectivas Desde o Brasil e Portugal apresenta discussões sobre estudos socioculturais de infância e diálogos entre arquitetura e urbanismo, políticas públicas, antropologia, geografia, arte e educação. O livro pode ser conferido gratuitamente neste link

Com a organização de Marcia Aparecida Gobbi, professora e pesquisadora da Faculdade de Educação (FE) da USP; Catarina Tomás, professora do Instituto Politécnico de Lisboa; Cleriston Izidro dos Anjos, professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e Eunice Castro Seixas, pesquisadora na Universidade de Lisboa, a obra é resultado de um projeto coletivo e internacional. Os textos incluem a participação de 46 autores de diferentes regiões do Brasil e Portugal, além da colaboração de uma pesquisadora espanhola no debate sobre a relação entre as crianças e o direito à cidade.

Que direito é esse?

A publicação tem 13 capítulos e textos em diálogo com reflexões a respeito da produção de um espaço urbano feito pelas crianças. É possível aprender sobre a modificação e a transformação no processo de construção da cidade e a relação entre infância e mobilidade, participação política e arte. A perspectiva dos autores apresenta o espaço urbano como obra criativa e habitável por meio de gestos, falas e propostas realizadas direta ou indiretamente pelo próprio público infantil. Segundo os organizadores, o direito à cidade, como é apresentado pelos teóricos Henri Lefebvre e David Harvey, envolve direitos associados às lutas pela habitação, cidadania, direito à natureza urbana e à cultura.

O esforço para a reunião de especialistas de diferentes áreas se destaca ao considerar variações no contexto da infância. Na obra, o “ser criança” toma proporções específicas quando se é negra, pobre, menina, europeia ou  latino-americana, migrante, de maior ou menoridade, indígena, com ou sem teto, habitante de um bairro social, entre outras abordagens. Cada característica identitária pode influenciar a vivência e os aprendizados.

Tais temáticas, e o que suas autoras e seus autores nos trazem, remetem a reforçar a ideia, já vastamente debatida, sobre a suposta universalidade da infância, que ainda carece de adensamentos teóricos e investigações que busquem suas especificidades culturais, econômicas, sociais; histórias que as tornam crianças e desde bebês produzam a cidade, e a si mesmas e às pessoas ao redor.
— Marcia Aparecida Gobbi, Cleriston Izidro dos Anjos, Eunice Castro Seixas e Catarina Tomás, organizadores do livro.

Uma das experiências apresentadas no livro é um projeto desenvolvido na cidade de Fano, na Itália, que envolveu crianças no processo de planejamento da cidade e na concepção dos espaços e dos serviços urbanos. Isto aconteceu em diálogo com um Conselho das Crianças, com o município e com outros órgãos públicos. Outro projeto, em Portugal, também levou arquitetos para escolas de ensino fundamental e utilizou desenhos de estudantes para propor soluções coletivas na Praça das Novas Nações. O trabalho realizado com as crianças foi encaminhado à Câmara Municipal de Lisboa.

O Direito das Crianças à Cidade: Perspectivas Desde o Brasil e Portugal inclui um prefácio escrito por Marcos Cezar de Freitas, professor e pesquisador do Departamento de Educação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e um posfácio com autoria de João Teixeira Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Sociologia. Além disso, conta com um conselho científico específico — formado por profissionais das áreas de educação, psicologia, pedagogia e ciências sociais — para avaliação de cada um dos textos produzidos.

A publicação, lançada neste ano, pode ser lida ou baixada no link: http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/804 

Mais livros gratuitos

Esse não é o único livro produzido por pesquisadores da Universidade. O Portal de Livros Abertos da USP é uma plataforma on-line que reúne uma série de obras acadêmicas e científicas disponibilizadas de forma gratuita. Os livros são divididos em mais de 70 categorias diferentes. Para acessar o catálogo, clique aqui.

Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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