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Para especialista da USP, um dos caminhos para diminuir esse quadro seria o oferecimento de consultas oftalmológicas, óculos e cirurgia de catarata para quem precisa

Imagem de Josh Calabrese no Unsplash

Com o aumento da expectativa de vida e com o envelhecimento populacional, a cegueira e a deficiência visual precisariam ser prioridades da saúde pública mundial. É o que aponta o estudo do Vision Loss Expert Group (VLEG) ao concluir que a cegueira e a deficiência visual devem dobrar até 2050.

A pesquisa Trends in prevalence of blindness and distance and near vision impairment over 30 years: an analysis for the Global Burden of Disease Study acaba de ser publicada e atualiza as estimativas da perda de visão em todo o mundo. Em 2050, a previsão é que 61 milhões de pessoas serão cegas, 474 milhões terão deficiência visual moderada a severa, 360 milhões terão deficiência visual leve e 866 milhões terão presbiopia não corrigida.

“As condições oftalmológicas mais comuns são: catarata senil, degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e retinopatia diabética. Além disso, na idade avançada, a deficiência visual não afeta apenas significativamente a qualidade de vida, mas também amplifica comorbidades, como deficiência cognitiva e risco de quedas”, conta o professor João Marcello Furtado, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, coautor do estudo e membro do VLEG.

O Vision Loss Expert Group (VLEG) é formado por médicos oftalmologistas e optometristas com experiência em epidemiologia oftálmica. Entre as ações está o desenvolvimento e aprimoramento de estimativas epidemiológicas para cegueira e deficiência visual. Atualmente, o VLEG possui mais de 100 membros de várias instituições em todo o mundo.

Segundo o professor Furtado, a maioria dos casos de deficiência visual é por falta de óculos, ou seja, pessoas que poderiam enxergar melhor com uso de óculos. E a maior causa de cegueira e a segunda de deficiência visual é a catarata, que possui um tratamento efetivo com cirurgia de intervenção única.

O professor conta que se houvesse um melhor acesso a serviços de qualidade, como consulta para uso de óculos com fornecimento para quem não consegue pagar e cirurgia de catarata, isso diminuiria em muito o número de cegos e deficientes visuais. Pois a grande maioria das pessoas têm erro refrativo não corrigido (uso de óculos) ou catarata. Então, causas mais difíceis, que precisariam de remédio novo, por exemplo, são mais difíceis de tratar, mas têm uma proporção menor.

O grupo VLEG também publicou, no início de dezembro, o trabalho Causes of blindness and vision impairment in 2020 and trends over 30 years, and prevalence of avoidable blindness in relation to VISION 2020: the Right to Sight: an analysis for the Global Burden of Disease Study, que avaliou a meta do Plano de Ação Global da World Health Asssembly (WHA) de reduzir a deficiência visual evitável entre 2010 e 2020 em todo o mundo. Entretanto, os pesquisadores concluíram que a saúde pública mundial não cumpriu o objetivo estabelecido pelo Plano.

A World Health Assembly é um órgão de tomada de decisões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e conta com a participação de delegações de todos os Estados membros da OMS e concentra-se em uma agenda de saúde específica preparada pelo Conselho Executivo.

Neste estudo, foi feita uma revisão sistemática e a análise da ocorrência de doenças oculares entre 1980 e 2018 em adultos com 50 anos ou mais. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) usou essas estimativas como base para seu relatório mundial de 2019 sobre a visão, que se concentrou no cuidado ocular centrado nas pessoas como meio para o fortalecimento do sistema de saúde”, conta o professor.

Os pesquisadores apontaram que uma das principais causas de cegueira foi a catarata que, apesar de ter tratamento, foi responsável por cerca de 45% dos 33,6 milhões de casos de cegueira global. Além da catarata, outras condições levaram à cegueira, como glaucoma, erro de refração corrigido insuficientemente, degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética.

Os estudos foram publicados pela The Lancet Global Health e financiados pelo Brien Holden Vision Institute, Foundation Théa, The Fred Hollows Foundation, Bill & Melinda Gates Foundation, Lions Clubs International Foundation, Sightsavers International e a Universidade de Heidelberg.


Por Giovanna Grepi | Jornal da USP

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