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Pesquisa foi feita com 130 idosos saudáveis, porém alguns com níveis de contaminantes acima da média

Um estudo brasileiro realizado com 130 idosos saudáveis detectou que, aqueles que se mostravam com níveis mais elevados de determinados componentes químicos contaminantes ambientais no organismo, se saem pior em testes de estresse e de desempenho cognitivo. A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com cientistas da Escola de Enfermagem e Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Os teores de elementos químicos como chumbo, zinco, cobre, cádmio e substâncias organocloradas que há alguns anos eram utilizadas em pesticidas (entre elas o policloreto de bifenila) foram medidos e, em seguida, os voluntários foram divididos em dois grupos: um com níveis de contaminantes acima da mediana (que era de dois microgramas por decilitro – µg/dl) e o outro com níveis abaixo desse valor.

Para fazer o teste de estresse, os pesquisadores mediram o nível de cortisol (o hormônio do estresse) presente na saliva dos voluntários por duas vezes: na primeira, em um momento qualquer do dia, na segunda, após uma situação estressante. Falar com o público e realizar cálculos matemáticos mentalmente foram os fatores usados para induzir o estresse agudo.

Após esse procedimento, foram aplicadas avaliações para testar a memória de curto prazo e de longo prazo, a fluência verbal e a atenção dos idosos. Diferenças significativas foram detectadas em voluntários que possuíam níveis mais altos de chumbo, cobre e organoclorados.

O grupo que apresentou maior teor de chumbo no organismo, mostrou secreção do cortisol na situação cotidiana 1,3 vez maior que os demais. No teste de fluência verbal esse grupo teve desempenho 1,3 vez menor que o do grupo com níveis normais do hormônio.

Dentro do grupo com níveis acima da média, voluntários com níveis de cobre acima de 116 µg/dl tiveram secreção de cortisol ao estresse agudo 1,9 vez maior que a do grupo com níveis abaixo da mediana, com resultados de memória 1,3 vez menor.

No caso das substâncias organocloradas foi diferente. Quanto maior sua concentração no sangue, menor o nível de secreção de cortisol e pior desempenho nos testes de memória.

Na Universidade de Montreal, parceira nesta pesquisa, 73 idosos foram avaliados. Embora a sociedade seja muito diferente, os resultados foram bem semelhantes.

Contaminantes ambientais são desreguladores do sistema endócrino, o que pode explicar em parte a variação nos testes cognitivos em pessoas com mais de 60 anos de idade, além de evidenciar a vulnerabilidade de idosos a esses contaminantes.

Saiba mais sobre a pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), clicando aqui.

Onde estão os contaminantes?

O cádmio é um metal raro e o homem está exposto a ele por meio do ambiente, porém em baixos níveis. Ele está presente em alimentos como mariscos, ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chás e fumaça de cigarro. Outras fontes de cádmio são soldas, pinturas, combustão de automóveis e baterias.

O cobre é um metal essencial para o funcionamento no nosso organismo, porém, em excesso, pode fazer mal. Doces feitos em tachos de cobre, tradicionais no estado de Minas Gerais, por exemplo, liberam o metal nos alimentos que ingerimos se não forem higienizados corretamente antes de serem usados. O uso de contraceptivos orais e dispositivo intra uterino (DIU) com fio de cobre também podem elevar os níveis no organismo.

Cremes, pomadas, talcos, xampus, colírios, medicamentos antiestresse, antioxidantes são alguns exemplos de produtos que contêm zinco.

O chumbo, um dos metais mais pesados encontrados na natureza, está presente em indústrias fabricantes de cigarro, tinta de cabelo, gasolina e encanamentos que distribuem água.

Para saber mais sobre outros malefícios que metais pesados podem causar, clique aqui.


Fonte: Agência Fapesp


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