Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

O pedido, feito ao Iphan pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba, teve adesão de 423 forrozeiros de todo o País

Por Rubens Avelar em Jornal da USP O forró, ritmo musical representante da cultura nordestina brasileira, está prestes a se tornar patrimônio cultural imaterial do Brasil. O ritmo surgiu no século 19 e foi difundido por todo o País pelo cantor e compositor Luiz Gonzaga. 

O pedido foi feito pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba e teve adesão de 423 forrozeiros de todo o País, por meio de abaixo-assinado. O pedido está em tramitação no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, se aprovado, o forró vai se juntar ao frevo, maracatu, samba do Rio de Janeiro, samba de roda do Recôncavo Baiano e ao caboclinho pernambucano.

Paulinho Rosa, músico, produtor e apresentador do Vire e Mexe, podcast que se dedica ao forró e ritmos afins e vai ao ar pela Rádio USP, fala da importância dessa iniciativa e discussão. “A questão de discutir as matrizes do ritmo, o que é o ritmo exatamente, o que faz parte, não só música mais dança e tudo em volta disso, acho muito importante. O ritmo sempre foi reconhecido pela população em geral, pois, assim como o samba, é um guia de identidade nacional. Quando você está fora do País, e de alguma forma você escuta um forró, um samba, você sabe que é brasileiro”.

O que levou o forró a chegar a esse reconhecimento, segundo Paulinho Rosa, foi o fato de o ritmo ser o representante da cultura nordestina, além da sua importância e tamanho para a cultura brasileira. O produtor lembra dos grandes personagens que fazem parte do estilo, com toda sua variedade, das pessoas que lutaram para esse reconhecimento e dos nomes da MPB que possuem forró em algumas de suas canções, como Tom Jobim, Lenine, Gilberto Gil e Chico Buarque.

Como músico e admirador do ritmo, diz ter um sentimento dúbio pelo reconhecimento. “Ao mesmo tempo que acho importante que o ritmo apareça e seja discutido, o que pode favorecer o estilo, tenho receio de o forró se tornar um folclore”, avalia.

Paulinho afirma que o forró, assim como qualquer estilo da MPB, merece estar em evidência o ano inteiro e não só, por exemplo, no mês de São João, e depois esquecido pelo restante do ano. “Transformar estilos musicais em patrimônio histórico cultural imaterial deveria trazer facilidades legais e mercadológicas, como na hora de montar um festival, arrumar patrocínios, ter espaço na mídia, ganho de público, para, aí sim, ter uma evidência real do motivo de ter virado patrimônio.”


Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais