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Quando os estudos terminarem, tendência é que aparelho seja produzido para facilitar detecção

A leucemia é uma doença caracterizada pelo acúmulo de células anormais desenvolvidas na medula óssea (tecido interno do osso), parte do corpo que produz as células sanguíneas – glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Um organismo com leucemia produz exageradamente certos tipos de glóbulos brancos, chamados blastos (células muito jovens), causando infecções, anemia e hemorragias.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mesmo a leucemia sendo o tipo de câncer mais curável, é ainda o que mais mata pacientes entre 0-18 anos. Estima-se que, atualmente, mais de 7,5 mil pessoas desenvolvam leucemia no país. E acerca do assunto, alguns avanços na ciência estão sendo feitos. Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um dispositivo eletrônico – um protótipo de biossensor – capaz de detectar de forma mais rápida a leucemia.

Atualmente, apesar de o diagnóstico poder ser feito de forma muito eficiente através de análises clínicas, os resultados dos testes podem demorar até um mês para ficarem prontos, o que pode fazer, em um curto período de tempo – dependendo do tipo de leucemia – com que as células leucêmicas ocupem toda a medula óssea e interrompam a produção de células saudáveis, além de serem técnicas de alto custo e bastante complexas. O intuito do biossensor então é ser um dispositivo portátil, prático e de baixo custo, que poderá ser adquirido comercialmente e utilizado em ambulatório, como uma ferramenta mais rápida e acessível à sociedade.

Para o desenvolvimento do mesmo, os cientistas utilizaram uma nanopartícula de ouro revestida com jacalina – proteína extraída da semente da jaca e que é naturalmente atraída pelas células leucêmicas pela grande quantidade de açúcar que a mesma produz. As nanopartículas são mil vezes menores do que uma célula e contêm um material emissor de luz, que invade apenas as células afetadas pelo câncer, emitindo então um sinal que indica a presença da célula tumoral.

A parceria com o Hemocentro da USP, em Ribeirão Preto, possibilitou a coleta de amostras de pacientes para a pesquisa.“Deixamos essas amostras em contato com a proteína durante três horas, enxaguamos e centrifugamos as células, posteriormente analisamos os materiais em um microscópio de fluorescência. Se na imagem da interação entre a amostra e a nanopartícula houver luz fluorescente, significa que é uma célula cancerosa”, explica o professor responsável pela pesquisa, que também explica como o dispositivo funciona na prática, de forma semelhante ao utilizado na detecção de glicose, “Inserimos o sangue com as células do paciente no chip e, através da resposta elétrica, é possível saber se as células em contato com o eletrodo são saudáveis ou de leucemia”.

Os pesquisadores têm como objetivo agora realizar novos testes em diferentes células leucêmicas para investigar quais os tipos de células doentes mais se aplicam ao biossensor, bem como quais outros tipos de câncer ele pode detectar. A intenção é que, após a conclusão dos estudos, um aparelho portátil possa ser fabricado por alguma empresa e comercializado, parecido com os usados por diabéticos para a medição de glicemia.

Fonte: USP São Carlos

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