O evento, que aconteceu no aniversário de 8 anos do Programa ReCiclo contou com representantes da Alpargatas, Pacto Global, Heineken e Mynd
Por C&A | “O jeans circular só existe graças ao engajamento do consumidor”, destacou Cyntia Kasai, gerente-sênior de ESG e Comunicação da C&A, durante o evento Transformação & Propósito: o tempo é agora, promovido pela companhia no Aya Hub, em São Paulo.
O encontro reuniu representantes de ESG de empresas como Heineken, Alpargatas, Pacto Global e Mynd para debater sustentabilidade, circularidade e o papel da comunicação na construção de impacto positivo para o consumidor.
No encontro, que ocorreu ontem (1), Cyntia relembrou os desafios iniciais do programa, quando ainda não havia o entendimento profundo dos consumidores sobre a função das urnas, que costumavam receber de copos até chicletes, e reforçou que a vocação da C&A nunca foi estimular o descarte por meio de descontos, mas sim pela confiança dos clientes no destino correto das peças.

Esse engajamento vem crescendo ano após ano: somente entre janeiro e julho de 2025, o Movimento ReCiclo arrecadou 68 mil peças, o equivalente a 25 toneladas, resultado que já corresponde a 73% de todo o volume de 2024. Desde sua criação, em 2017, o programa soma mais de 410 mil peças coletadas, totalizando 135 toneladas, todas destinadas de forma adequada por meio de doação, reciclagem ou descarte responsável. Símbolo dessa jornada, a coleção Jeans Circular já transformou mais de 35 mil peças doadas em novas coleções de menor impacto ambiental.
A marca também reforçou os seus “três V’s”: verdade, velocidade e vivência. “São eles que guiam nossas práticas diárias, desde a forma como traduzimos nossos compromissos até a maneira como nos conectamos com consumidores”, destacou Cecília Preto Alexandre, CMO da C&A.
A circularidade também foi tema do painel “O que redefine o consumo agora? Inovação sustentável, consumo consciente e mudanças climáticas”. A Alpargatas, por exemplo, destacou o programa Havaianas Reciclo, que já conta com mais de 70 cooperativas e busca garantir o destino correto da borracha. “Nossa estratégia de sustentabilidade é um viabilizador de negócios e de futuro, totalmente conectada ao propósito da marca”, explicou Sarah Bonadio, diretora de Corporate Affairs da Alpargatas.

A gerente de ESG do Grupo HEINEKEN Brasil, Marília Robles, por sua vez, expôs o desafio da circularidade do vidro, que no Brasil ainda não chega a 25% de reciclagem. “Para o catador, o vidro paga pouco, por isso estamos criando ecossistemas de impacto que tornem esse material competitivo”, explicou Marília, representante da companhia.
Já Daniela Grelin, diretora executiva do Pacto Global ressaltou a necessidade de métricas comuns e engajadoras: “Os desafios são semelhantes, mas precisamos de uma linguagem que conecte diferentes setores”, disse.
Redes sociais e comunicação como aliadas
“Precisamos falar o óbvio [sobre sustentabilidade, diversidade e inclusão] porque falar gera conversa”, provocou a consultora de ESG Marina Dayrell ao abrir o painel sobre o papel da comunicação na agenda sustentável. Para ela, o desafio das marcas é transformar relatórios e metas em histórias que façam sentido para as pessoas. “As marcas acertam quando escolhem influenciadores com legitimidade. O ponto é traduzir temas complexos em mensagens que engajem, sem cair no jargão”, destacou.
O debate contou também com Scappini, sócio e co-fundador da Mynd, e foi mediado por Cecília Preto Alexandre, CMO da C&A. Scappini reforçou que a sustentabilidade não pode ser assunto restrito a datas comemorativas: “É preciso coragem, constância e presença no dia a dia da comunicação das marcas, para além do calendário de campanhas”.

Moda com estilo e propósito
Encerrando o evento, a Camila Gadioli, Gerente Sênior de Jeans da C&A apresentou a nova coleção de jeans reciclável e rastreável, construída a partir dos princípios de reutilizar, reconhecer, ressignificar e recuperar. “Na C&A, não pensamos em sustentabilidade após a criação de uma coleção, os atributos sempre estão presentes, desde a idealização até a produção”, compartilha.
No palco, a marca também destacou o trabalho do artista paraense Matheus Souza, selecionado entre mais de 100 nomes no projeto do Instituto C&A que buscou dar voz a criadores da Amazônia. Suas estampas, inspiradas na culinária, arquitetura, artesanato e paisagens da região Norte, foram aplicadas em camisetas produzidas em algodão mais sustentável.
A coleção cápsula chega às lojas de São Paulo, Belém e ao e-commerce da C&A a partir de 20 de outubro, reafirmando o compromisso da marca em unir moda, cultura e propósito.