Milho: benefícios, economia e monocultura

O milho é um dos alimentos básicos, principalmente em países da América Latina, sendo um dos grãos de cereal mais populares do mundo. Ele é um grão integral, da espécie zea mays, nativo da América Central, que possui diversas variedades ao redor do globo e se expandiu para outras partes do mundo devido a colonização de terras americanas. 

Os derivados do milho podem ser encontrados em diversos momentos importantes do dia a dia. Quando você vai ao cinema e pede pipoca, quando come pamonha na festa junina e até mesmo quando vai fritar outro alimento usando óleo vegetal.  

Rico em nutrientes, fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes, este alimento pode trazer uma série de benefícios para o organismo humano quando aderido a alimentação. 

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Quais são os benefícios de comer milho?

Saúde dos olhos

O milho é um cereal rico em luteína, um carotenóide semelhante a vitamina A, comumente encontrado em frutas e vegetais. Ele é conhecido por reduzir os riscos de degeneração macular, catarata e outras condições oculares. 

Saúde digestiva

O milho é rico em fibra, que é usada para manter uma alimentação saudável e para a perda de peso, já que ajuda a regular a saciedade. Apesar de não ser digestível, a fibra ajuda a melhorar os movimentos intestinais e controlar os níveis de açúcar no sangue.

Fonte de proteína vegetal

Se você é vegetariano ou vegano e está em busca de uma proteína vegetal que complemente a sua alimentação, o milho pode ser uma boa alternativa. Apesar de não ter grandes quantidades de proteína, ele oferece bem mais do que a maioria dos vegetais, ajudando no controle da fome e de diversas funções essenciais do corpo humano, como reparo muscular e o crescimento. 

Combate sintomas de alzheimer e demência

A quercetina presente no milho ajuda a prevenir o corpo do risco de doenças como Alzheimer e demência. Ela reduz a neuroinflamação nas células dos neurônios, que diminui a incidência dessas condições.  

Tratamento da prostatite

O antioxidante quercetina também já se mostrou eficiente no tratamento de doenças como a prostatite, uma inflamação na próstata que afeta diversos homens. 

Qual o valor nutricional do milho?

Assim como a maioria dos cereais, o milho é composto de carboidratos, como amido e pequenas quantidades de açúcar. Ele também é rico em fibras insolúveis, como a hemicelulose, celulose, e lignina.

A quantidade de gordura presente neste alimento humano varia de 5 a 6%, o que significa que ele é consideravelmente pobre em gordura. Porém, existe um subproduto do milho chamado de óleo de milho refinado, comumente usado para cozinhar, que é rico em gorduras. 

Esse óleo é composto de ácido linoleico, um ácido gordo polinsaturado e gorduras monoinsaturadas e saturadas. Devido ao seu alto teor de gordura, ele pode ser prejudicial à saúde caso consumido em grandes quantidades, por isso é preciso evitar ingerir este produto com frequência. 

O milho é rico em diversas vitaminas, mas principalmente em alguns minerais como magnésio, zinco, cobre, fósforo e potássio

Existem riscos do consumo de milho?

O milho é um produto comum da alimentação da população que é considerado comumente seguro. Porém, ele é suscetível a contaminação por fungos, que produzem as toxinas chamadas de micotoxinas. Nesse caso eles apresentam riscos à saúde humana. 

Outro fator importante é que o milho é totalmente livre de glúten, no entanto, ele também pode ser contaminado caso entre em contato com ingredientes que não são. Logo, pessoas que sofrem com alergia a glúten ou com doença celíaca correm o risco de apresentar crises se não souber a procedência do alimento.  

Por fim, quem é diagnosticado com algum tipo de diabetes precisa tomar cuidado ao consumir milho. Não é necessário evitar o consumo, mas evitar exagerar as porções, já que ele tem uma quantidade considerável de açúcar em sua composição. 

Milho Transgênico

O milho transgênico, também conhecido como milho bt, é derivado da introdução de uma bactéria do solo chamada Bacillus thuringiensis. Ela é utilizada para a produção de uma proteína tóxica na planta do milho, que ajuda a combater alguns insetos que tentam se alimentar da colheita. 

Apesar de ser uma técnica utilizada para proteção do alimento humano, ela pode acabar causando danos à saúde das pessoas. Isso porque alimentos geneticamente modificados podem causar reações alérgicas em pessoas predispostas. Além disso, estudos apontam que o consumo de transgênicos reduz a eficácia de antibióticos no organismo e aumenta as chances de câncer. Para saber mais confira a matéria: “Milho transgênico: o que é e malefícios”.

Milho crioulo

Milho crioulo também pode ser chamado de milho orgânico, ele é todo aquele que não foi apropriado pela indústria, e portanto não foi mudado geneticamente. Sua produção é realizada majoritariamente por pequenos produtores, tendo uma maior resistência a pragas e uma grande variedade de cores. 

Monoculturas, agrotóxicos e problemas ambientais

As monoculturas de milho, e de outros alimentos, fazem uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes. Quando esses produtos são usados em grandes quantidades, de maneira incorreta, eles causam a contaminação dos solos, e consequentemente dos recursos hídricos e então das próximas áreas de cultivo. 

Além disso, a monocultura por si só não é uma boa alternativa já que ela gera exaustão e o esgotamento dos nutrientes do solo. Logo, quando os recursos naturais acabam, os donos desses negócios se mudam para outras regiões, destruindo mais terras e as tornando impróprias para o uso. 

Biocombustíveis e o milho

O biocombustível é um combustível produzido a partir de material vegetal, usado como alternativa para aqueles de fontes fósseis finitas. Eles são considerados mais ecológicos e liberam menos gases poluentes na atmosfera, o que contribui para a mitigação das mudanças climáticas. 

O milho pode ser usado como biomassa para a produção de biocombustível, uma fonte de energia dispersa de baixa eficiência, mas que ainda tem seus benefícios. Para saber mais confira:  “O que é biocombustível?

Qual é a importância do cultivo do milho para a agricultura brasileira?

O milho é largamente cultivado em terras brasileiras devido a sua importância em solo latino. Nesta região, além de ser essencial para os hábitos alimentares da população, ele também serve como insumo na produção de aves e suínos. Ou seja, o milho é usado na alimentação animal da agropecuária brasileira. 

O maior produtor de milho no Brasil é o Mato Grosso, seguido por estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. No mundo, o país tropical é um dos três maiores produtores do alimento, ultrapassando a produção de milhões de toneladas ao ano. 

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Porque o milho é um alimento sagrado para os indígenas?

Para além do milho ser largamente utilizado como ração animal e um alimento básico para a população, ele também é considerado sagrado por alguns povos indígenas brasileiros. 

De acordo com dados da Funai, alguns povos acreditam que o milho tem poder fortalecedor do corpo e do espírito. Por isso, ele é usado para o ritual de batismo Nimongarai, onde são revelados e distribuídos nomes na língua guarani às crianças da aldeia, o que simboliza a sua verdadeira alma. 

Receita de pamonha

Ingredientes

  • 12 espigas de milho verde
  • 1  copo de água
  • 2 xícaras de açúcar mascavo
  • 1 xícara de coco ralado fino
  • 1 pitada de sal
  • Palhas para a embalagem

Modo de preparo

  1. Retire todos os dentes do sabugo no liquidificador e bata junto da água;
  2. Acrescente o coco, o açúcar e mexa bem;
  3. Coloque um pouco nas palhas e amarre bem, faça isso até acabar toda a mistura no pote;
  4. Em uma panela, ferva água, coloque as pamonhas uma após a água ferver;
  5. Cozinhe-as por 40 minutos, retire as pamonhas com uma escumadeira e deixe esfriar;
  6. Sirva com café (opcional)!
Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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