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Ex-ministros (a) da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, em movimento suprapartidário, reforçam a necessidade de o Brasil investir numa economia mais verde

Ex-ministros (a) da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, signatários da Convergência do Brasil, reforçaram a necessidade de o Brasil investir numa economia mais verde e de forma urgente. Em documento intitulado “A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE PARA A ECONOMIA DO BRASIL”, emitiram um alerta conjunto aos presidenciáveis, com caminhos que devem ser seguidos para que o país volte a crescer de forma mais robusta e aproveitando sua vocação sustentável.

Assinam o documento: Affonso Celso Pastore, Armínio Fraga, Gustavo Krause, Gustavo Loyola, Henrique Meirelles, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Paulo Haddad, Pedro Malan, Pérsio Arida, Rubens Ricúpero e Zélia Cardoso de Mello.

“O Brasil tem a capacidade técnica e os recursos naturais para ser vitorioso no novo ambiente econômico mundial pautado pela necessidade de evitar o aquecimento global e alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável sufragados por grande número de países”, traz o documento.

As autoridades, que se uniram num movimento suprapartidário, ressaltaram quatro pontos fundamentais que devem ser seguidos na condução da política econômica do Brasil:

  1. Zerar o desmatamento da Amazônia, promovendo as condições de vida das populações locais e reforçando a ação do país nos foros globais de decisão sobre o clima;
  2. Aproveitar as vantagens comparativas do país, avançando para a economia de carbono zero na energia, mobilidade, indústria e agricultura.
  3. Aumentar a capacidade de enfrentar as anomalias climáticas, preparando o país para os impactos esperados do aquecimento global;
  4. Impulsionar o financiamento à pesquisa e à inovação tecnológica que permitam alavancar as energias renováveis, a bioeconomia da floresta em pé, os biocombustíveis e o uso sustentável dos recursos naturais e humanos do país.

O documento teve o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e do Instituto O Mundo que Queremos.

A coletiva de imprensa com signatários ocorre no dia 16 de setembro, às 11h, de forma online, onde imprensa e público poderão fazer perguntas aos presentes.

O que: Coletiva de Imprensa “Convergência do Brasil”

Quando: 16 de setembro, às 11h (horário de Brasília)

Onde: Link

Acesso ao portal da “Convergência pelo Brasil”, com todos os dados e a íntegra do documento.

A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE PARA A ECONOMIA DO BRASIL

A sustentabilidade ambiental é vital para o crescimento harmônico e inclusivo da economia brasileira e para alavancar as vantagens do país na corrida mundial para chegar a emissões líquidas zero de carbono, sendo a ação do Estado de forma horizontal e com adequada regulação cada vez mais relevante para a realização desse potencial.

Setembro de 2022 — Nós, ex-ministros (a) da Fazenda e ex-Presidentes do Banco Central, reafirmamos a centralidade da sustentabilidade ambiental e do combate ao aquecimento global para o sucesso econômico e social do Brasil e para a segurança mundial, a despeito dos desafios que essa agenda vem enfrentando recentemente em várias partes do globo.

Uma agenda brasileira de sustentabilidade e combate à mudança climática precisa visar o desenvolvimento econômico e social do país e incluir quatro condições:

  1. Zerar o desmatamento da Amazônia, promovendo as condições de vida das populações locais e reforçando a ação do país nos foros globais de decisão sobre o clima;
  2. Aproveitar as vantagens comparativas do país, avançando para a economia de carbono zero na energia, mobilidade, indústria e agricultura;
  3. Aumentar a capacidade de enfrentar as anomalias climáticas, preparando o país para os impactos esperados do aquecimento global;
  4. Impulsionar o financiamento à pesquisa e à inovação tecnológica que permitam alavancar as energias renováveis, a bioeconomia da floresta em pé, os biocombustíveis e o uso sustentável dos recursos naturais e humanos do país.

O custo do aquecimento global vai aumentar muito, especialmente para os países tropicais. Ele irá prejudicar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e embotar a consolidação das melhoras de padrão de vida alcançadas nas últimas décadas, inclusive no Brasil. Diante desse risco cada vez mais presente, mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, assumiram o compromisso de chegar a emissões líquidas zero de carbono (net zero) até 2050. Esse compromisso é crucial e deve ser acompanhado de ações para lhes dar credibilidade, incluindo metas de redução de emissões de governos e empresas para 2025 e 2030, e progresso nos mecanismos para sua sistematização, monitoramento e verificação.

O Brasil pode chegar ao net zero antes de 2050, com benefícios para a atividade econômica e o emprego. Ao contrário da maioria dos países que dependem muito de combustíveis fósseis, nosso potencial de energias renováveis permite uma eletrificação competitiva e acelerada da economia, atraindo novos investimentos para o país. Além disso, nossa experiência com biocombustíveis permite usá-los como fonte de energia em veículos elétricos (híbridos) relativamente baratos de produzir e fáceis de abastecer, assim como competir no mercado mundial de combustíveis sustentáveis para a aviação.

A sustentabilidade e a meta de carbono zero certamente vão trazer novas oportunidades para nossos centros de tecnologia, startups e investidores. Mas, o país não terá uma economia sustentável e robusta ou chegará ao net zero enquanto houver desmatamento na Amazônia.

O desmatamento não traz crescimento econômico ou progresso social, sendo responsável por mais emissões de CO2 do que todos os setores produtivos brasileiros juntos. Ele torna as chuvas no Centro-Oeste mais incertas, com risco para a agricultura e a geração de energia hidrelétrica, e leva à perda irreversível dos habitats ancestrais das populações indígenas e tradicionais.

O desmatamento tampouco é necessário à expansão da agricultura, cuja produção aumentou fortemente em anos em que o desmatamento caiu, e cuja força está na sua produtividade cada vez maior. Essa produtividade vem do investimento, inclusive na recuperação e conversão de pastagens degradadas, que vêm se tornando a verdadeira fronteira de expansão da nossa produção agrícola, poupando as áreas de vegetação original, inclusive no cerrado.

Sabemos também que a exploração comercial com base científica da insubstituível biodiversidade da floresta em pé é economicamente promissora e prestigia o conhecimento local. Há ainda milhões de hectares de terras degradadas que, protegidas, poderão se beneficiar da regeneração natural ou assistida da floresta, tornando-se fonte legítima de créditos de carbono de qualidade, lastreados na remoção de carbono da atmosfera e cuja negociação em mercados internacionais trará benefícios importantes a algumas das regiões mais carentes do país.

O desenvolvimento de um mercado regulado de carbono no Brasil é cada vez mais urgente, para estimular a eficiência energética e a transição para o baixo carbono, valorizando a inovação tecnológica e a competitividade da nossa economia. Regras claras e verificáveis, assim como segurança jurídica serão imprescindíveis para o funcionamento desse mercado.

O Brasil tem a capacidade técnica e os recursos naturais para ser vitorioso no novo ambiente econômico mundial pautado pela necessidade de evitar o aquecimento global e alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável sufragados por grande número de países. Essa vantagem é respaldada pelo crescente compromisso da sociedade e de inúmeras empresas no Brasil com a sustentabilidade. Mas o sucesso do Brasil nesse ambiente dependerá, de forma crucial, da prioridade política e urgência que os próximos governos deem à agenda da sustentabilidade, do fim célere do desmatamento e das ações no rumo da economia de carbono zero.

Affonso Celso Pastore
Armínio Fraga
Gustavo Krause
Gustavo Loyola
Henrique Meirelles
Luiz Carlos Bresser-Pereira
Maílson da Nóbrega
Paulo Haddad
Pedro Malan
Pérsio Arida
Rubens Ricúpero
Zélia Cardoso de Melo

SOBRE OS SIGNATÁRIOS:

AFFONSO CELSO PASTORE (Presidente do Banco Central de 1983 a 1985)

É formado em economia pela Universidade de São Paulo, onde também fez seu doutorado. Atuou como professor da USP, INSPER e da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, e hoje é consultor na área de economia. Também é um dos fundadores do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), órgão que reúne economistas e pensadores do país. Foi secretário da Fazenda do estado de São Paulo de 1979 a 1983, e presidente do Banco Central do Brasil de 1983 a 1985.

ARMÍNIO FRAGA (Presidente do Banco Central de 04/03/1999 a 01/01/2003)

É graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tem doutorado pela Universidade Princeton. Em março de 1999, deixou a diretoria da Soros Fund Management para assumir a presidência do Banco Central, onde ficou até janeiro de 2003. Em seguida, criou a Gávea Investimentos, empresa de gestão de patrimônio e onde atuar até hoje. Também é sócio fundador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), uma organização sem fins lucrativos com objetivo de contribuir para o aprimoramento das políticas públicas do setor de saúde no Brasil.

GUSTAVO KRAUSE (Ministro da Fazenda de 02.10.1992 a 16.12.1992)

Graduado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Recife e de 1986 a 1987, foi governador do estado de Pernambuco. Foi eleito vereador pela cidade do Recife e 1989 e, em 1990, deputado federal. Assumiu o Ministério da Fazenda do Brasil, durante o governo Itamar Franco. No primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente.

GUSTAVO LOYOLA (Presidente do BC de 13/11/1992 a 29/3/1993 e de 13/6/1995 a 20/8/1997)

Foi diretor de Normas do Mercado Financeiro e chefe do Departamento de Normas do Mercado de Capitais (1990-1992) do Banco Central, e, em seguida, tornou-se presidente do BC (novembro de 1992 a março de 1993), após o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Retornou ao cargo de presidente do BC em junho de 1995, permanecendo até agosto de 1997, quando comandou a reestruturação do sistema bancário brasileiro. Hoje é sócio da empresa de consultoria Tendências Consultoria Integrada

HENRIQUE MEIRELLES (Ministro da Fazenda de 13.05.2016 a 06.04.2018 e presidente do Banco Central de 01/01/2003 a 01/01/2011)

Cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP, foi presidente do Banco Central (BC) de janeiro de 2003 a novembro de 2010, o mais longevo até agora no cargo. Antes de assumir o BC, foi presidente mundial do BankBoston e, em 2002, foi eleito deputado federal, cargo do qual abdicou para comandar a autoridade monetária. Entre 2016 e 2018 foi ministro da Fazenda, ano em que concorreu à Presidência do Brasil. Hoje é secretário da Fazenda do governo de São Paulo.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA (Ministro da Fazenda de 29.04.1987 a 21.12.1987)

Formou-se bacharel em direito pela Universidade de São Paulo em 1957, quando trabalhou como revisor, repórter, crítico de cinema, redator e subsecretário dos jornais O Tempo e Última Hora (1956-1957). Já em 1961, obteve o título de Master of Business Administration na Michigan State University e em 1963 entra para o grupo Pão de Açúcar, no qual exerceu função de diretor administrativo de 1965 a 1983. Na vida pública, foi diretor-presidente do Banespa (1983-1984) e secretário do governo do estado de São Paulo (1985-1986).

Em 1987, teve breve passagem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, como secretário, para em seguida assumir o Ministério da Fazenda em substituição a Dilson Funaro. Após sua saída da Fazenda, voltou para o grupo Pão de Açúcar e retomou sua vida acadêmica, como professor convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP e como professor permanente da Fundação Getúlio Vargas.

MAÍLSON DA NÓBREGA (Ministro da Fazenda de 21.12.1987 a 15.03.1990)

Formado em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas Contábeis e de Administração do Distrito Federal (1974), foi funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 1963. Hoje é sócio da consultoria Tendências e participa de conselho de administração de várias empresas.

PAULO ROBERTO HADDAD ( Ministro da Fazenda de 16.12.1992 a 01.03.1993)

Graduado em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1962, fez curso de especialização em Planejamento Econômico no Instituto de Estudos Sociais em Haia, na Holanda entre 1965 e 1966. Foi professor titular da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e fundador e primeiro diretor do Centro de desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (CEDEPLAR/UFMG — 1968/1973). Exerceu o cargo de Secretário de Planejamento do Governo do Estado de Minas Gerais de 03/79 a 03/82. Foi Secretário da Fazenda do Governo do Estado de Minas Gerais de 03/82 a 03/83 e Diretor de Planejamento Econômico da Fundação João Pinheiro de 03/75 a 03/79. Exerceu o cargo de Assessor da Presidência da ACESITA. Foi responsável pela elaboração e execução de diversos programas governamentais, como: Programa de Desenvolvimento de Centros Intermediários (cidades-dique); Programas de Desenvolvimento da Agricultura de Baixa Renda e Programas de Desenvolvimento de Comunidades.

PEDRO MALAN (Ministro da Fazenda de 01/01/1995 a 01/01/2003 e presidente do Banco Central de 09/09/1993 a 31/12/1994)

Foi ministro da Fazenda durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e, antes disso, presidiu o Banco Central, participando da implantação do Plano Real. Entre 1991 e 1993, foi negociador-chefe da dívida externa brasileira. Depois que deixou o governo, participou dos conselhos de administração de algumas grandes empresas, como Itaú Unibanco e Via Varejo. É doutor em Economia e também foi professor da PUC-RJ.

PÉRSIO ARIDA (Presidente do Banco Central de 11/1/1995 a 13/6/1995)

Graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (1975) e doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) (1992), deu aulas na USP e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Trabalhou na elaboração do Plano Real, foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre 1993 e 1994. Desde 2018, integra o Conselho Acadêmico do Livres, movimento político-social brasileiro que defende o liberalismo econômico e social.

RUBENS RICÚPERO (Ministro da Fazenda de 30.03.1994 a 06.09.1994)

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Usp), fez curso de preparação à carreira de Diplomata, tornando-se embaixador. Também foi professor da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco. Foi ministro do Meio Ambiente de setembro de 1993 a abril de 1994 e, em seguida, assumiu a pasta da Fazenda, participando da criação do Plano Real. Hoje é diretor da Faculdade Fundação Armando Álvares Penteado, e presidente emérito do Instituto Fernand Braudel.

ZÉLIA CARDOSO DE MELLO (Ministra da Fazenda de 15.03.1990 a 10.05.1991)

Formada em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, tem doutorado e foi professora na mesma instituição, com participação em vários projetos de pesquisas. Convidada pelo ex-ministro da Fazenda Dilson Funaro a integrar sua equipe econômica, foi titular da Secretaria de Controle Financeiro do Setor Público da Secretaria do Tesouro Nacional de março de 1986 a maio de 1987. Foi sócia-diretora da “ZLC Consultores Associados S/C Ltda”.


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