Entenda o que é conservação ambiental

A conservação ambiental é uma das correntes ideológicas mais discutidas na esfera científica. Ela pode ser caracterizada como um conjunto de ações que buscam o uso racional e sustentável dos recursos naturais, de maneira a obter alta qualidade de vida humana causando o menor impacto possível ao meio ambiente. A conservação também baseia-se na proteção da natureza independentemente do seu valor econômico ou prático.

Vale ressaltar que embora o conceito de “conservação ambiental” seja utilizado como sinônimo de “preservação ambiental”, esses termos possuem significados distintos.

Preservação ou conservação ambiental?

Os termos “preservação” e “conservação” ambiental possuem significados diferentes, embora sejam frequentemente utilizados como sinônimos. A preservação é uma ação de proteção ambiental de um ecossistema ou um recurso natural de dano ou degradação, ou seja, não utilizá-lo, mesmo que racionalmente e de modo planejado.

Já a conservação ambiental está relacionada com o uso racional e sustentável dos recursos naturais, garantindo sua existência para as gerações futuras. Na prática, esse conceito prevê a relação harmônica entre os seres humanos e a natureza.

As Áreas de Proteção Permanente (APP’s) podem ser entendidas como um exemplo de preservação do meio ambiente, uma vez que são áreas criadas com a finalidade de preservar os recursos naturais. Por isso, a exploração humana é estritamente proibida. Já as Unidades de Conservação (UC’s) podem ser consideradas como um exemplo de conservação, pois estabelecem o uso sustentável ou indireto de áreas naturais.

O que são Unidades de Conservação de Proteção Integral?

Conservacionismo

A preocupação com o meio ambiente surgiu na metade do século XIX, sobretudo por causa das mudanças provocadas pela Revolução Industrial. Nesse cenário, pensadores criam uma corrente ideológica chamada de conservacionismo, que contempla o amor à natureza, mas aliado ao seu uso racional e manejo criterioso pela espécie humana.

O pensamento conservacionista caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas, e pode ser identificado como o meio-termo entre o preservacionismo e o desenvolvimentismo. Ele também se fundamenta nas políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras.

Alguns princípios dessa corrente são a redução do uso de matérias-primas, uso de energias renováveis, redução do crescimento populacional, combate à fome, mudanças nos padrões de consumo, equidade social, respeito à biodiversidade e inclusão de políticas ambientais no processo de tomada de decisões econômicas. Além disso, ela propõe a criação de unidades de conservação em ecossistemas frágeis e com um grande número de espécies endêmicas ou em extinção.

Unidades de Conservação

As Unidades de Conservação podem ser definidas como “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei”, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecido pela Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000.

Elas possuem a função de assegurar a representatividade de porções significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. Além disso, garantem às populações tradicionais o uso racional e sustentável dos recursos naturais, e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.

O que são unidades de conservação?

Qual a importância de preservar o meio ambiente?

Como o próprio conceito de sustentabilidade indica, a conservação ambiental é importante para que as próximas gerações contem com recursos para a sua manutenção e subsistência. Além disso, é uma maneira eficaz de cuidar do habitat das espécies da nossa fauna e flora, impedindo que animais ou plantas entrem em extinção.

No entanto, a conservação ambiental tem que ser feita de forma inteligente para ser efetiva, já que mesmo áreas conservadas podem sofrer efeito de borda e serem eliminadas.

De acordo com pesquisadores, medidas de conservação que não levam em conta as prioridades das comunidades indígenas podem ser muito prejudiciais e até mesmo acelerar o desmatamento e a degradação da terra. Por isso, é necessário que esses povos sejam incluídos nas políticas de conservação ambiental criadas.

Conservação gera mais lucro do que exploração

Imagem editada e redimensionada de Helder Menssalas, está disponível no Wikimedia e licenciada sob CC by 3.0

Um estudo realizado por acadêmicos da Universidade de Cambridge mostrou que os benefícios econômicos de conservar locais ricos em recursos naturais superam os lucros que poderiam ser obtidos com o uso da terra para a exploração dos mesmos. Ao analisar 24 áreas em seis continentes diferentes, os pesquisadores concluíram que modificar ainda mais a natureza para uso humano pode custar mais à sociedade do que beneficiá-la.

Sendo assim, pode-se concluir que mesmo que as pessoas estejam interessadas apenas em dinheiro – e não na natureza – a conservação desses habitats ainda faz mais sentido financeiramente.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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