Mirra: o que é, para que serve e benefícios

A mirra é uma planta medicinal nativa da África pertencente à família Burseraceae. Ela possui propriedades medicinais e agentes antisépticos, adstringentes  e carminativos que derivam, principalmente, de um tipo de resina extraída do tronco das árvores do gênero Commiphora

Existem dois tipos de resina de mirra — a herabol e a bisabol, que dependem do tipo de planta usado na extração. A mirra herabol deriva da planta C. myrrha, que cresce em regiões da Etiópia, Arábia e Somália, enquanto a mirra bisabol é obtida da C. erythraea uma espécie árabe de aparência semelhante.

Ambas as árvores do gênero Commiphora podem alcançar até 3 metros de altura e são encontradas, em maior parte, em colinas rochosas secas.

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Como é extraída a mirra?

Também chamada apenas de mirra, a resina é extraída da casca das árvores do gênero Commiphora. O fluido é liberado quando a casca da árvore se divide naturalmente ou quando é cortada com o objetivo de extração da resina. 

Em contato com ar, o líquido endurece lentamente em glóbulos e caroços irregulares chamados “lágrimas”, que são então coletados das árvores. (1)

Mirra e religião

Na Grécia antiga, a origem da planta se deu através do conto de Esmirna, mãe de Adónis, que foi transformada em uma árvore de mirra e cujas lágrimas transformaram-se na resina. 

Já na Bíblia, a resina é mencionada diversas vezes, sendo uma delas no nascimento de Jesus, quando os Três Reis Magos trouxeram à criança presentes de ouro, incenso e mirra. Cada presente tinha um significado simbólico, com a resina indicando a morte e ressurreição de Jesus. 

Para que serve?

A resina de mirra possui um longo histórico de uso no Oriente Médio, onde a planta era utilizada como o ingrediente principal de incensos, perfumes e produtos de uso cosmético. Além disso, ela também foi usada em medicamentos para aplicações locais e em embalsamamentos.

No Egito antigo, a planta era usada no tratamento de rinite e herpes. Já os antigos gregos a usavam como antisséptico para os soldados limparem os ferimentos de batalha, e ela era comumente levada para o campo de batalha.

Atualmente, ela é mais comum no meio cosmético, em que é usada predominantemente na produção de incensos, perfumes e óleos essenciais. 

Benefícios da mirra

Embora os inúmeros usos da resina na história, as pesquisas que comprovam suas propriedades medicinais só começaram a ser realizadas recentemente. De fato, grande parte de seus benefícios divulgados ainda precisam de comprovações científicas mais extensas para que o uso do produto seja justificável. 

Confira algumas das possíveis propriedades benéficas da mirra

Antioxidante

Segundo um estudo publicado no jornal Food and Chemical Toxicology, o produto da planta C. molmol é um poderoso antioxidante capaz de “proteger contra o dano oxidativo hepático induzido por PbAc e a imunotoxicidade, reduzindo a peroxidação lipídica e melhorando os mecanismos de defesa antioxidante e imunológica”. 

Além disso, os antioxidantes são compostos capazes de neutralizar o efeito de radicais livres que, em excesso, contribuem para o estresse oxidativo. 

Dor

Uma pesquisa de 2017 sugere que o olíbano em conjunto com a mirra pode ser benéfico para o tratamento de dores neuropáticas. A sugestão foi feita após resultados positivos no tratamento de ratos de laboratório. 

Artrite reumatoide

Na medicina tradicional chinesa, a mirra é comumente usada há anos por suas propriedades anti-inflamatórias. Porém, foi só uma pesquisa de 2015 que observou o poder da resina no tratamento da inflamação resultante da artrite reumatoide. 

Outros possíveis benefícios

A resina pode oferecer outros benefícios à saúde. Porém, as suas pesquisas são insuficientes para a avaliar a sua eficácia no tratamento de: 

  • Tosse;
  • Asma;
  • Indigestão;
  • Úlceras;
  • Dor de garganta;
  • Congestionamento nasal;
  • Hemorroida;
  • Dor nas articulações;
  • Mau hálito.
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Riscos e efeitos colaterais

Em geral, não é recomendado o consumo excessivo de mirra, uma vez que ele está associado a riscos de irregularidades cardíacas graves. Por outro lado, em pequenas quantidades acredita-se que o consumo é seguro para a maioria das pessoas. 

Segundo dados do WebMD, a mirra é possivelmente segura quando usada como medicamento em doses de 400 mg três vezes ao dia por até 12 meses.

Além das possíveis irregularidades cardíacas associadas ao consumo excessivo da planta e seus derivados, outros possíveis efeitos colaterais da mirra incluem: 

  • Dermatite alérgica de contato;
  • Problemas cardíacos;
  • Pressão baixa;
  • Sangramento uterino;
  • Diminuição dos níveis de açúcar no sangue;
  • Agravamento de febres.

O seu consumo não é recomendado a gestantes devido ao potencial efeito abortivo do produto. 

O óleo essencial de mirra é seguro, mas como os outros óleos essenciais, deve ser diluído em algum óleo carreador. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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