Lixo hospitalar: riscos, tipos e como descartar certo

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Você já parou para pensar para onde vai o lixo produzido em hospitais, clínicas e até consultórios veterinários? Esse tipo de resíduo, chamado de lixo hospitalar, reúne materiais que entram em contato com os pacientes durante atendimentos médicos.

O que é lixo hospitalar e por que é perigoso?

Também conhecido como resíduo hospitalar ou Resíduo de Serviços de Saúde (RSS), o lixo hospitalar pode ainda ser encontrado em locais como centros de pesquisa e laboratórios de farmacologia.

Os riscos variam entre biológico, químico ou radiológico. Seja qual for sua origem ou tipo, o descarte correto do lixo hospitalar deve ser feito seguindo regras específicas. A falta de procedimentos técnicos adequados no manejo desses resíduos pode representar sérios riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

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Alguns exemplos de lixo hospitalar são materiais biológicos contaminados com sangue ou patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais plásticos; além de uma grande variedade de substâncias tóxicas, inflamáveis e até radioativas.

Descarte de lixo hospitalar

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece regras nacionais sobre acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar, desde a origem ao destino final (aterramento, radiação e incineração). Estas regras de descarte devem ser seguidas por hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios, necrotérios e outros estabelecimentos de saúde.

O objetivo da medida é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes que atinjam profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta seletiva do lixo hospitalar. Bem como no armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.

Tipos de lixo hospitalar segundo a Anvisa

De acordo com a Resolução RDC nº 33/03, os resíduos hospitalares são classificados em 5 grupos.

Grupo A: resíduos potencialmente infectantes

São resíduos com a presença de agentes biológicos que apresentam risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado.

Grupo B: resíduos químicos

São resíduos que contêm substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente. Independente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. Alguns exemplos:

  • medicamentos para tratamento de câncer;
  • reagentes para laboratório;
  • substâncias para revelação de filmes de raio-x.

Grupo C: rejeitos radioativos

São materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados. Os exames de medicina nuclear são um bom exemplo desse tipo de rejeito.

Grupo D: resíduos comuns

É formado por qualquer lixo hospitalar que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes. Alguns exemplos incluem:

  • gesso;
  • luvas;
  • gazes;
  • materiais passíveis de reciclagem;
  • papéis.

Grupo E: perfurocortantes

São os objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como:

  • lâminas;
  • bisturis;
  • agulhas;
  • ampolas de vidro.

Riscos do lixo hospitalar para a saúde e o meio ambiente

De acordo com um estudo feito pelo Hospital Albert Einstein, o maior risco ambiental do lixo hospitalar é representado pelo chamado lixo infectante. Ele caracteriza-se pela presença de agentes biológicos como sangue e derivados, secreções e excreções humanas, tecidos, partes de órgãos, peças anatômicas.

Também fazem parte deste grupo resíduos de laboratórios de análises e de microbiologia, de áreas de isolamento, de terapias intensivas, de unidades de internação, assim como materiais perfurocortantes.

Uma vez que esses materiais entram em contato com o solo ou a água, podem causar sérias contaminações no ambiente e danos à vegetação. Também podem haver sérios problemas caso esses materiais contaminados entrem em contato com rios, lagos ou até mesmo com lençóis freáticos. Dessa forma a contaminação se espalha com maior facilidade, prejudicando qualquer ser vivo que entrar em contato com essa água.

Os resíduos perfurantes, contaminados com patógenos ou infecciosos, quando descartados de forma incorreta em aterros sanitários comuns, trazem um grande risco aos catadores de lixo. Isso porque os agentes ambientais podem ser contaminados, caso entrem em contato com alguns desses materiais.

Qual é a cor da lixeira de lixo hospitalar?

As cores das lixeiras de coleta seletiva ajudam a separar os resíduos por tipos. Mas você sabia que há uma cor para o lixo hospitalar? A cor branca representa a lixeira dos resíduos hospitalares e serviços de saúde. Confira mais sobre as cores na matéria a seguir:

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Como deve ser feito o descarte de lixo hospitalar?

Ainda de acordo com o estudo feito pelo Hospital Albert Einstein, o lixo infectante deve ser separado do restante do lixo hospitalar. Vale mencionar que o treinamento de funcionários para esta função é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente no Brasil (Conama). No entanto, a separação e destinação do lixo infectante não é efetivamente controlada.

Incineração, esterilização e outras soluções

Uma das práticas utilizadas é a incineração de lixo hospitalar infectante. Porém, isso gera a liberação de cinzas contaminadas com substâncias nocivas à atmosfera. Entre elas, estão as dioxinas e os metais pesados, que aumentam a poluição do ar. O processo gera emissões que podem ser mais tóxicas do que os produtos incinerados.

A esterilização, ao invés da incineração, é uma alternativa válida e importante. No entanto, o seu elevado custo faz com que seja pouco utilizada. A colocação deste lixo em valas assépticas é considerada uma opção igualmente válida, porém o espaço necessário para isso e a devida fiscalização limitam o seu uso. Infelizmente, muitos hospitais fazem o descarte do lixo hospitalar sem separar esses resíduos corretamente.

Apesar disso, existe o Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS), desenvolvimento pela Anvisa. Este documento funciona como um guia, que aponta e descreve ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos observando suas características.

O PGRSS contempla os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

Como cidadãos podem colaborar no descarte de medicamentos

Foto de Pixabay no Pexels

Assim como o descarte do lixo hospitalar, os remédios e itens de saúde que usamos no dia a dia também não podem ser jogados no lixo comum. Então, como devemos descartar os comprimidos e remédios que já não precisamos mais ou estão vencidos?

A solução é mais simples do que parece. Esses medicamentos devem ser levados aos pontos de coleta apropriados, que podem ser farmácias, drogarias e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Desta forma, evitamos o descarte desses medicamentos no lixo comum, que em muitos casos acaba indo para os aterros sanitários.

Além disso, as embalagens de medicamentos devem ser descartadas de modo correto, para evitar a contaminação de corpos d’água e do meio ambiente como um todo. Saiba mais assistindo nosso vídeo:

E para saber onde descartar remédios e outros itens, confira os postos de descarte mais próximos de você no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle.

Equipe eCycle

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