Entenda o que são espécies pioneiras

Espécies pioneiras” é um termo utilizado para se referir às espécies vegetais que podem colonizar ecossistemas inóspitos para outras espécies de plantas, em que as condições são pouco favoráveis para a sobrevivência. Elas são capazes de se manter perfeitamente desenvolvidas em locais com poucos nutrientes e água.

Algoritmo projeta futuro das espécies da Amazônia

Quais as características das espécies pioneiras?

Assim que chegam, as espécies pioneiras realizam a manutenção do ecossistema, tornando-o mais hospitaleiro para as espécies posteriores. Esse processo pode ser feito por meio da estabilização do solo, enriquecimento de nutrientes, redução da disponibilidade de luz e exposição ao vento e moderação da temperatura nestas áreas.

As espécies pioneiras também são muito utilizadas na recuperação de ecossistemas degradados e que não podem recorrer a regeneração natural. Como consequência, a área fica comprometida no que diz respeito à presença de espécies nativas e nutrientes disponíveis no solo. Assim, as espécies pioneiras fazem com que a vida volte a nascer naturalmente nessas regiões. Isso mantém o ciclo de vida e recupera as regiões para as espécies secundárias.

Onde e como ocorre a colonização?

As espécies pioneiras costumam se desenvolver em regiões quentes e secas. Essas regiões incluem áreas com características desérticas e áridas, perto de vulcões ou locais rochosos e com poucas chances de desenvolvimento de vida vegetal. Além disso, montanhas frias também são locais em que espécies pioneiras podem se estabelecer, não sendo afetadas pelo calor ou frio extremo.

Para que haja o desenvolvimento dessas espécies, suas sementes podem ser levadas pelo vento, animais ou até mesmo pela intervenção humana. Isso faz com que se adaptem a determinado local e passem a se desenvolver mesmo nas condições menos favoráveis. Vale ressaltar que essas espécies vegetais são chamadas de pioneiras por serem as primeiras a surgir em um local em que não haviam outros seres vivos.

Líquens, algas verdes, fungos, bactérias, ervas daninhas, gramíneas, amieiros e salgueiros são exemplos de espécies pioneiras.

Líquen. Imagem de Tanya Kusova no Unsplash

Características de espécies pioneiras

Para sobreviver em locais inóspitos, as espécies pioneiras precisam ser:

  • Polinizadoras, devido a ausência de insetos;
  • Fotossintetizantes, devido a falta de nutrientes do solo;
  • Capazes de sobreviver a longos períodos de dormência;
  • Resistentes à condições desfavoráveis às outras espécies;
  • Capazes de produzir um grande volume de bancos de sementes com altas taxas de dispersão.

Sucessão ecológica

A sucessão ecológica descreve as mudanças na composição das espécies que um ecossistema sofre ao longo do tempo. Ela pode ocorrer gradualmente em um ambiente árido, no caso da sucessão primária, ou em um local que passou por uma perturbação grave, como na sucessão secundária.

Nesse processo, as espécies pioneiras desempenham um papel fundamental nesses processos. Dessa forma, elas preparam o ecossistema novo ou recentemente perturbado para comunidades mais complexas.

A biodiversidade surpreendente do bioma Pampa: estudo inédito aponta presença de mais de 12,5 mil espécies

Espécies pioneiras e a recuperação de áreas degradadas

As espécies pioneiras possuem um papel muito importante na recuperação de áreas degradadas, já que são capazes de modificar as características do ambiente onde se instalaram. Assim, o local passa a ter mais nutrientes e pode se desenvolver até que seja favorável para outras espécies.

Isso acontece porque as espécies pioneiras captam os nutrientes mais difíceis de serem absorvidos, o que outras espécies não conseguiriam fazer. Dessa maneira, quando essas plantas perdem folhas ou morrem, os nutrientes fixados em seus tecidos liberam uma quantidade ainda maior de nutrientes no solo. Tal evento torna o solo melhor do que era inicialmente.

Assim, o solo vai ficando cada vez mais rico em nutrientes e consegue armazenar mais água. As espécies pioneiras vão abrindo espaço para que a região se torne apta a receber novas espécies de vegetais. Essas novas espécies, portanto, vão se instalando nessa área conforme a qualidade da região vai se recuperando.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais