Dia da baleia-franca: o que se comemora?

O dia da baleia-franca é celebrado em 31 de julho anualmente, em homenagem à baleia Sunset, que encalhou na costa de Santa Catarina em 2003. Por ter sido caçada excessivamente no litoral brasileiro, essa espécie de baleia é considerada um animal em perigo de extinção. Por isso, a conscientização a respeito de sua preservação é tão importante.

Origem do dia da baleia-franca

Em 2003, uma baleia-franca de apenas um ano de idade encalhou no litoral catarinense, no canal dos molhes da barra do município de Laguna. O animal nadou cerca de 10 km rio adentro, e acabou encalhando na Lagoa Santa Marta. Ela foi resgatada com vida após 30 horas, graças às autoridades do Projeto Baleia Franca que conseguiram rebocá-la até a saída para o mar mais próximo.

Por ter sido salva ao pôr-do-sol, depois das 30 horas, a baleia ganhou o nome “Sunset”, tradução do termo para o inglês. Depois de 14 anos, em 31 julho de 2017, Sunset voltou a costa do estado, dessa vez acompanhada de seu filhote, com quem ficou se alimentando durante as três semanas de estadia na praia de Itapirubá Norte/SC. 

Como a baleia-franca era catalogada como B291, ela foi facilmente identificada pela Diretora de Pesquisa do Instituto Australis/Projeto Baleia Franca, Karina Groch. O monitoramento da espécie foi feito por meio de sobrevoo pela SCPar/Porto de Imbituba. Desde então, 31 de julho é o dia da baleia-franca, instituído pelo Ministério do Meio Ambiente e solicitado pelo Projeto Baleia Franca. 

Baleia: características e importância

Qual a importância do dia da baleia-franca?

A baleia-franca foi caçada no Brasil como esporte por muitos anos, até 1973, quando a prática foi proibida pelo Estado. Desde então, a população de baleias tem retornado aos poucos para a costa do país. A espécie usa essa região para reproduzir e alimentar os seus filhotes, em uma água mais quente e propensa à cultivação de seus alimentos.

O dia da baleia branca serve para lembrar a importância desses animais para a fauna aquática — afinal elas estão no topo da cadeia alimentar, ajudando no controle do ecossistema, bem como na liberação de alimentos para o fitoplâncton, devido às substâncias em suas fezes. 

Além disso, a data serve para lembrar o que ocorreu no dia 31 de julho de 2017 no litoral de Santa Catarina, quando uma baleia-franca foi resgatada por brasileiros que se importam com a biodiversidade. Assim conscientizando as pessoas a tomarem atitudes semelhantes, seja por meio dos estudos ou apoio financeiro, intelectual e técnico a essas causas. 

Todos os anos, a celebração é repleta de shows de artistas locais e sorteios, organizados pelo ProFranca. O projeto, que faz o monitoramento das baleias-francas na região, tem o patrocínio da Petrobras, para seguir com seus trabalhos.

Cadeia alimentar: entenda como funciona

Como é uma baleia-franca?

A baleia-franca é um cetáceo de grande porte, podendo atingir um pouco mais de 17 metros de comprimento. Sua cabeça tem pelo menos um quarto de seu tamanho total. O seu ventre tem manchas brancas irregulares e as fêmeas adultas podem ter 60 toneladas, enquanto os machos alcançam 45 toneladas. 

A sua camada de gordura é espessa, chegando a 40 centímetros em alguns pontos. A retirada de sua gordura para produção de óleo é um dos motivos pelo qual sua caça era abrangente no século passado. Seu “borrifo”, característica comum nas baleias, tem um formato único de “V” e alcança de cinco a oito metros de altura.

Por fim, ela é marcada morfologicamente por um conjunto de calosidades nas laterais de sua cabeça, que surgem ainda durante a fase do feto e ficam mais rígidas conforme o animal envelhece. 

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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