Centeio: o que é, origens e benefícios

O centeio é um grão integral de nome científico Secale cereale. Apesar de sua produção ter ganhado força na mesma época que a cevada e o trigo, ele já era conhecido há mais de dois mil anos como uma “erva daninha”. Com um menor teor de glúten, o cereal é mais resistente e barato que outros e tem diversos benefícios para o organismo humano. 

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Qual a origem?

Apesar de estar associado a climas frios, o centeio começou a ser domesticado em altas temperaturas, no vale do rio Eufrates, na atual Síria. Acredita-se que esse processo de domesticação ocorreu por volta de 10.000 a.C e 6.600 a.C — quando começou a se espalhar pela Turquia.

O cereal ganhou fama na Europa central e passou a ser um alimento comum entre a população pobre por ser resistente a climas frios e solos pobres em nutrientes. A popularidade do grão entre os menos privilegiados fez com que a elite rejeitasse o alimento, o enxergando como um produto de baixa qualidade.

Onde é usado o centeio?

O avanço do uso de centeio se deu principalmente pelo seu rápido crescimento, sua resiliência a climas extremos, condições de seca e sua produção de baixo valor. Esses fatores tornaram o alimento uma opção barata para a indústria da pecuária (na criação de pastos e alimentação de animais) e da panificação.

Por esses motivos, o centeio é usado como vegetação de cobertura. Além disso, também é possível usar a planta para prevenir a erosão do solo e o crescimento de outras espécies indesejadas na plantação. 

A semelhança do centeio com o trigo também tornou o cereal um produto comum na produção de pães e outras massas. Os principais subprodutos do centeio são:

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Subprodutos

Assim como o trigo e a cevada, o centeio possui diversas variedades que podem ser aplicadas e consumidas de formas diferentes. Confira a seguir algumas delas:

Plantação: costuma crescer no outono e é utilizada para a formação de pastos;

Grãos: são ricos em fibras e podem ser consumidos junto a outros cereais ou usados para produzir farinha de centeio;

Flocos de centeio: são criados através do cozimento dos grãos, que são deixados para secar;

Quais os tipos de farinha de centeio?

Farinha branca: é a farinha refinada, comumente encontrada em mercados, que perde boa parte de seus nutrientes devido ao refinamento;

Centeio claro: não é considerada um grão integral, pois passa pelo refinamento, mas é mais escura por receber um adicional de farelo da planta;

Pumpernickel: nome dado a farinha de centeio que não passou pelo processo de refinamento;

Farinha escura: é considerada um grão integral por ainda conter o gérmen e o endosperma da planta. No entanto, existem variedades que são feitas com restos do refinamento da farinha branca, e por isso não podem ser consideradas 100% integrais;

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Qual o gosto do centeio?

O sabor do centeio é descrito como intenso e dominante, a não ser quando consumido com outros sabores fortes. Por isso,a maioria dos pães desse grão são acompanhados de condimentos como a mostarda, para gerar equilíbrio no paladar. 

A intensidade do centeio também faz com que esse cereal seja utilizado para aprimorar o sabor de bebidas alcoólicas como o whisky e a cerveja. 

Qual a diferença entre trigo e centeio?

A principal diferença é a quantidade de glúten em sua composição. Por ter menos glúten que o trigo, o centeio tem menor elasticidade e absorve mais líquidos. Isso faz com que alimentos preparados com esse cereal durem bastante tempo, porém também aumenta as chances da receita sair mais grudenta que o normal.

Porém, algumas farinhas de centeio, ou produtos feitos com esse ingrediente, contém um adicional de trigo para melhorar a textura. É importante lembrar que, mesmo com menor quantidade de glúten, o grão ainda tem um pouco da proteína, e deve ser evitado por pessoas com doença celíaca ou alergias.

Quais os benefícios do centeio?

Rico em fibra: o grão contém um valor considerável de fibras alimentares, que beneficiam a saúde intestinal e aumentam a sensação de saciedade — e como consequência ajudam na perda de peso;

Índice glicémico baixo: a viscosidade do centeio faz com que ele seja de difícil digestão, por isso, os níveis de glicose no sangue não aumentam muito depois do consumo;

Reduz o colesterol “ruim”: as beta-glucanas (um tipo de fibra), encontradas na farinha de centeio, reduzem os níveis elevados de LDL no sangue;

Rico em vitaminas e minerais: o centeio tem 30% mais ferro que o trigo, além de ter duas vezes mais potássio. O grão também é rico em vitaminas do complexo B;

Contém antioxidantes: por ser rico em polifenóis, o centeio contém efeitos antioxidantes que ajudam no combate de radicais livres;

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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