Foto de Marko Blažević na Unsplash
Flamingo é o nome dado à qualquer uma das seis espécies de aves da ordem Phoenicopteriformes. Eles possuem uma coloração cor-de-rosa, longos pescoços e pernas finas e são encontrados em diversas partes do globo — dependendo da espécie.
Como já mencionado, existem seis espécies conhecidas da ave. Os chilenos, andinos e puna são encontrados na América do Sul. Duas espécies vivem na África, com uma também sendo encontrada no Oriente Médio. O flamingo americano ou caribenho é nativo do México, do Caribe e do extremo norte da América do Sul.
Animais gregários, os flamingos pertencem a bandos de centenas de indivíduos. Em alguns dos maiores lagos da África Oriental, por exemplo, mais de um milhão de aves da espécie Phoeniconaias minor se reúnem durante a época de reprodução.
Esses incríveis animais são conhecidos por suas diversas características marcantes. De penas cor-de-rosa, longos pescoços que apontam para baixo quando se alimentam e pernas que ficam sempre levantadas, os flamingos são adorados por muitos.
Além disso, a espécie é analisada pela comunidade científica, que defende que essas aves podem até manter o segredo do envelhecimento… Entenda!
Os flamingos vivem ao redor de lagoas ou lagos grandes e rasos. Esses corpos d’água, embora perfeitos para essas aves, podem ser bastante salgados ou cáusticos para outras espécies. De fato, em alguns lagos, seus únicos “vizinhos” animais são algas, diatomáceas e pequenos crustáceos — o que influencia a dieta das aves.
Suas longas pernas também facilitam a alimentação do animal, possibilitando que entrem em águas mais profundas do que a maioria das outras aves.
A alimentação dos flamingos é responsável por uma das características mais marcantes do animal — a sua cor. Se você já se perguntou por que esses animais são cor-de-rosa, saiba que existe uma explicação!
Essas aves se alimentam, principalmente, de algas microscópicas e camarões de salmoura — que também comem as algas. Ambos os alimentos são ricos em carotenoides, pigmentos naturais também encontrados em diversos alimentos do nosso dia a dia, como as cenouras, beterrabas e abóboras.
Enquanto um flamingo se alimenta de algas e camarões de água salgada, seu corpo metaboliza os pigmentos, deixando suas penas rosadas.
Um grupo de flamingos é chamado, no português de uma simples colônia. No entanto, no inglês, o termo mais comum é “flamboyance” — “flamboiância”, ou simplesmente “extravagante”.
E não é apenas a cor da ave que é, de fato, extravagante. Esses animais vivem em colônias enormes, se reunindo aos milhares. Cientistas estimam, por exemplo, que existam mais de 200 mil flamingos-caribenhos na natureza, com populações nas Bahamas e Cuba, no México e no sul do Caribe — além de um pequeno grupo de cerca de 400 a 500 nas Ilhas Galápagos.
Os ninhos das aves são tão extravagantes como os flamingos em si. São, em vez disso, apenas um punhado de lama de 30 a 60 centímetros de altura — altos o bastante para proteger o ovo de inundações e do calor no nível do solo.
Tanto o macho quanto a fêmea constroem o ninho usando o bico para puxar lama em direção aos pés. O topo do ninho é côncavo para que os ovos postos não caiam. Os ninhos vizinhos são construídos muito próximos, e brigas entre os ocupantes do ninho são comuns.
Os flamingos botam um grande ovo branco. Após a eclosão, o filhote permanece no ninho por 5 a 12 dias. Durante esse período, ele é alimentado com um tipo de “leite” chamado leite-de-papo, proveniente do trato digestivo superior dos pais.
Além disso, tanto machos quanto fêmeas podem alimentar o filhote dessa maneira, e até mesmo flamingos que não são os pais podem atuar como alimentadores temporários.
Com o tempo, as pessoas passaram a usar os flamingos como alimento e remédio. Felizmente, nenhuma espécie está em extinção, embora uma tenha sido considerada extinta em 1924; para ser redescoberta em 1957.
Porém, assim como qualquer outra espécie, esses animais estão sob constante ameaça devido às ações antrópicas. Entre a maior ameaça para a conservação dessas aves está a perda de habitat resultante da construção de estradas e desenvolvimento habitacional.
A caça, apesar de não impactar diretamente as aves, pode impacta-las indiretamente. Por exemplo, em 1989, cerca de 100 flamingos caribenhos morreram na Península de Yucatán, no México, por envenenamento por chumbo, devido à ingestão de balas de chumbo, — que, então, foram proibidas na área.
Em alguns locais da América do Sul, as pessoas vêm coletando ovos de flamingos e expandindo seu habitat. O Chile estabeleceu uma reserva nacional de flamingos ao redor de um dos lagos usados pelas aves para colônias de reprodução e está tomando medidas para proteger outros lagos para os animais.
Um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Science aborda a questão: e se a migração influencia a maneira como envelhecemos? Para isso, os pesquisadores analisaram os hábitos migratórios de flamingos da espécie Phoenicopterus roseus.
A conclusão foi feita devido a um programa de marcação e rastreamento conduzido há mais de 40 anos pelo instituto de pesquisa Tour du Valat. Nele, cientistas descobriram um fenômeno surpreendente: flamingos migratórios envelhecem mais lentamente do que seus contrapartes residentes.
Nesta espécie, algumas aves permanecem em Camargue, na França, por toda a vida (são chamadas de “residentes”), enquanto outras viajam todos os anos pelas margens do Mediterrâneo (são as “migrantes”).
Foi constatado que o início do processo de envelhecimento ocorre mais cedo nos residentes (20,4 anos em média) do que nos migrantes (21,9 anos).
O estudo mostra que a migração sazonal — um comportamento exibido por bilhões de animais — pode influenciar a taxa de envelhecimento. Em flamingos, decidir não migrar oferece vantagens no início da vida, que estão associadas à senescência acelerada em idade avançada.
“Compreender as causas das mudanças na taxa de envelhecimento é um problema que tem obcecado pesquisadores e filósofos polímatas desde os tempos antigos”, diz Hugo Cayuela, um dos coautores do estudo e pesquisador da Universidade de Oxford.
Portanto, ao estudar como certos animais nascem, se reproduzem e morrem, os cientistas esperam desvendar os segredos do envelhecimento. E, ao fazer isso, eles estão tentando responder a uma das questões mais existenciais e centrais da biologia: por que e como morremos?
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