O termo “aterro zero” refere-se a uma abordagem de gestão de resíduos com o objetivo de reduzir ao máximo a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Em vez de descartar resíduos em aterros, o conceito de aterro zero incentiva a reutilização, reciclagem e compostagem de resíduos, além de promover práticas de redução na geração de resíduos.
A ideia principal do conceito de aterro zero é evitar o desperdício e adotar práticas mais sustentáveis em relação aos resíduos. Isso envolve a promoção da economia circular, onde os materiais são mantidos em ciclos de produção, consumo e reciclagem, minimizando a extração de recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental.
Para alcançar o aterro zero, são necessárias várias estratégias, como a implementação de programas de coleta seletiva, o estabelecimento de sistemas de reciclagem eficientes, a promoção da reutilização de produtos e embalagens, a compostagem de resíduos orgânicos e a conscientização da população sobre a importância da redução de resíduos.
Embora alcançar um aterro zero possa ser um desafio, muitas cidades e empresas ao redor do mundo estão adotando medidas nessa direção para minimizar o impacto ambiental dos resíduos e avançar em direção a um futuro mais sustentável.
O conceito de “aterro zero” foi desenvolvido pela primeira vez pela Zero Waste International Alliance (ZWIA), uma organização sem fins lucrativos fundada em 2002. A ZWIA definiu a meta do aterro zero como “zero resíduos descartados em aterros sanitários, incineradores ou no oceano, com uma política de eliminação de resíduos que incorpore toda a hierarquia de gestão de resíduos: redução na fonte, reutilização, reciclagem, compostagem e recuperação de materiais”.
Embora a ZWIA tenha desempenhado um papel fundamental na popularização do conceito de aterro zero, é importante mencionar que a ideia de reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários não é exclusiva dessa organização.
Várias comunidades e ativistas ao redor do mundo vêm promovendo práticas semelhantes há décadas, enfatizando a importância da redução, reutilização, reciclagem e compostagem como formas de gerenciar os resíduos de maneira mais sustentável. A ZWIA ajudou a consolidar essas ideias sob o rótulo de “aterro zero” e a promover sua adoção globalmente.
Não há uma certificação específica denominada “aterro zero”no Brasil. No entanto, existem certificações e práticas relacionadas à gestão de resíduos e sustentabilidade que podem ser adotadas por aterros sanitários e outras organizações. Algumas das certificações mais conhecidas relacionadas à gestão de resíduos incluem:
É importante ressaltar que as certificações podem variar ao longo do tempo, e novas iniciativas podem surgir. Por isso, é sempre válido verificar com órgãos reguladores, consultorias ambientais ou associações do setor para obter informações atualizadas sobre certificações específicas relacionadas à gestão de resíduos no Brasil.
A Alemanha é conhecida por ser um dos países líderes na adoção de políticas e práticas relacionadas ao aterro zero. O país implementou uma série de medidas e regulamentações para reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários e promover a economia circular.
A cidade alemã foi a primeira cidade com certificação Zero Waste da União Europeia.
A Certificação Zero Waste Cities é um padrão de certificação europeu que foi criado pela Zero Waste Europe (ZWE), evoluindo do programa Zero Waste Cities existente, mas administrado pela organização Mission Zero Academy (MiZA).
A abordagem alemã para o aterro zero envolve a implementação de um sistema abrangente de gestão de resíduos, que inclui coleta seletiva, reciclagem, compostagem, incineração de resíduos para produção de energia e outras formas de recuperação de materiais.
A abordagem de “aterro zero” pode ser aplicada a vários tipos de resíduos, incluindo os absorventes femininos. Os absorventes femininos descartáveis são compostos por materiais que levam muito tempo para se decompor e podem gerar um grande volume de resíduos.
Com uso de árvores e petróleo como matérias-primas para sua fabricação, o absorvente externo é composto basicamente por celulose, polietileno, propileno, adesivos termoplásticos, papel siliconado, polímero superabsorvente e agente controlador de odor. A maior parte dos resíduos do absorvente pode demorar centenas de anos para se decompor e é de difícil reciclagem. Por isso, algumas abordagens do aterro zero podem contribuir para reduzir esse tipo de resíduo no meio ambiente.
Para alcançar o objetivo de aterro zero para absorventes, algumas opções possíveis incluem:
É importante lembrar que o objetivo de aterro zero para absorventes não significa necessariamente que seja possível eliminar completamente esses resíduos. No entanto, ao adotar alternativas reutilizáveis ou biodegradáveis, e ao gerenciar adequadamente os resíduos, é possível reduzir significativamente o impacto ambiental associado aos absorventes femininos.
A questão de superar o sistema capitalista para promover o aterro zero ou a economia circular é um tópico complexo e debatido dentro do campo do pensamento ambiental e da sustentabilidade.
Algumas pessoas argumentam que o sistema capitalista, com seu foco no crescimento econômico e no lucro, incentiva práticas insustentáveis, como a produção em larga escala, o consumo excessivo e o descarte irresponsável de resíduos. Nesse contexto, argumenta-se que uma transformação radical do sistema econômico seria necessária para alcançar mudanças significativas em direção ao aterro zero e à sustentabilidade.
No entanto, outros acreditam que a economia circular, que visa manter materiais e recursos em ciclos produtivos, pode ser uma abordagem viável dentro do sistema capitalista.
A economia circular incentiva a redução, reutilização, reciclagem e recuperação de materiais, o que pode contribuir para a redução da geração de resíduos e a minimização do impacto ambiental. Portanto, a economia circular é vista por muitos como uma estratégia concreta para promover o aterro zero dentro do atual sistema econômico.
É importante notar que existem diferentes perspectivas e abordagens em relação a esse assunto, e não há um consenso absoluto. O debate envolve fatores sociais, políticos e econômicos complexos, e a abordagem mais adequada pode variar dependendo do contexto e das circunstâncias específicas de cada país ou região.
Independentemente disso, é importante que as empresas, governos e sociedade em geral trabalhem em conjunto para implementar práticas sustentáveis, promover a economia circular, reduzir a geração de resíduos e mitigar os impactos ambientais. Isso pode ser alcançado por meio de regulamentações, incentivos, conscientização e engajamento de todas as partes interessadas.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais