Agência da ONU mostra que nem todos gastam mesma quantidade de calorias com exercício

Por Nações Unidas Brasil Um novo estudo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU revela informações surpreendentes sobre a eficácia dos exercícios para perder peso. 

Pessoas com massa corporal normal, entre 18,5 e 24,9, perdem 72% das calorias ao longo do dia com exercício físico. Mas com a idade, diferença de peso e massa corporal mais alta, esse número cai, levando as pessoas a queimarem apenas 51% das calorias com exercícios.

O estudo é baseado em banco de dados que utiliza a tecnologia de Água Duplamente Etiquetada.

Inicialmente conduzido na Holanda e EUA, a AIEA pretende expandir o estudo para incluir Ásia, África e América Latina.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) publicou novas informações úteis do banco de dados Água Duplamente Etiquetada (DLW), que fornece elementos sobre a eficácia dos exercícios para estimular a perda de peso. No centro de muitas resoluções de Ano Novo está o retorno à academia e um regime de exercícios intensivos que promete resultados rápidos. Mas essa não é necessariamente a maneira mais eficiente de todos perderem peso, de acordo com o estudo da AIEA.

“Quando inscrita em programas de exercícios para perda de peso, a maioria das pessoas perde pouco peso, alguns perdem muito, mas alguns indivíduos azarados realmente ganham peso”, disse John Speakman, presidente do grupo de gerenciamento do banco de dados DLW e um dos autores do estudo.

Efeito esteira – De acordo com o estudo, em indivíduos com índice de massa corporal normal – entre 18,5 e 24,9 -, o corpo irá compensar as calorias queimadas durante o exercício em 28% – o que significa que apenas 72% das calorias serão perdidas ao longo do dia. No entanto, com a idade e o peso, essa proporção cai, e aqueles com índice de massa corporal mais alto perdem apenas 51% das calorias queimadas em exercícios. 

O estudo confirma que os indivíduos diferem na maneira como seus corpos contabilizam o uso de energia e as pessoas obesas podem ter dificuldade em perder peso, pois seus corpos são eficientes em manter o armazenamento de gordura.

Mais do que exercício – “Há muitos benefícios para a saúde que podem ser obtidos por ser mais ativo e se exercitar, mas confiar apenas nos exercícios não o ajudará a perder peso”, disse Alexia Alford, especialista em nutrição da AIEA e coautora do estudo.

As diretrizes para perda de peso não consideram a redução das calorias queimadas por meio de outras funções normais da vida, uma vez que o corpo compensa as calorias queimadas durante o exercício.

“Se você aumentar sua atividade, seu corpo irá compensar em outras áreas e reduzir as calorias queimadas na respiração, na digestão, na movimentação e na manutenção e função geral do corpo”, explicou ela. “Na verdade, isso pode significar muito”.

Aliar uma alimentação saudável a um estilo de vida mais equilibrado é a chave para manter um déficit calórico para emagrecer, segundo a especialista.

Usar água duplamente etiquetada para estudar o gasto total de energia de um corpo não é novo, mas o alto custo do oxigênio-18 e das máquinas para medi-lo manteve os estudos em pequena escala até agora.

Em 2018, a AIEA foi abordada por um grupo de investigadores de DLW que queria tornar dados deste tipo mais amplamente disponíveis, e o banco de dados DLW da AIEA foi desenvolvido. Hoje, o banco tem dados de mais de 7.600 pessoas, tornando-o a maior coleção do mundo.

Gratuito e acessível a pesquisadores com perguntas definidas, o banco de dados DLW da AIEA contém informações sobre diversos casos, que vão de atletas a pacientes com câncer e pessoas com paralisia cerebral.

Tesouro inexplorado – Como a maioria dos dados vem de estudos conduzidos em países ocidentais, como Estados Unidos e Holanda, a AIEA está procurando expandir as informações para incluir Ásia, África e América Latina. No próximo ano, a agência iniciará um projeto de pesquisa coordenado para adicionar mais dados de países de baixa renda.

“Nosso banco de dados é um recurso inestimável para uma melhor compreensão de como o corpo humano funciona. Este estudo de exercício é um ótimo exemplo; considerando que a maioria dos estudos DLW geralmente envolvem cerca de 30 indivíduos, o estudo de exercício teve mais de 1.600, tornando os dados muito robustos”, informou Alford.

“Os dados no banco de dados DLW da IAEA são um tesouro inexplorado e encorajamos os pesquisadores a nos contatar para obter acesso a seu conteúdo e contribuir com seus próprios conjuntos de dados”.

Equipe eCycle

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