Incêndios generalizados podem ter liberado 255 megatoneladas de CO2 na atmosfera

Agência da ONU documenta prejuízos causados ao clima global em agosto. Além do CO2, monitoramento aponta alta liberação também de monóxido de carbono e outros poluentes

Imagem: Agência Brasil

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicou dados de satélites de observação que detectaram quase 4 mil incêndios ocorridos nos primeiros 25 dias de agosto.

As informações da nota emitida esta quarta-feira (28) apontam que o fogo na floresta amazônica “aumenta a pressão sobre o clima e o meio ambiente global”, após incêndios florestais excepcionais no Ártico e em partes da África tropical.

Incêndios Ativos

Satélites da Agência Espacial Europeia (ESA) indicam que esses milhares de incêndios ocorrem no Brasil e em partes do Peru, da Bolívia e do Paraguai.

As imagens obtidas pela agência espacial americana Nasa levaram seus cientistas a considerarem agosto como um mês marcado por “um aumento notável de incêndios grandes, intensos e persistentes”.

Os especialistas revelaram que, embora a seca tenha desempenhado um papel importante para piorar essa situação no passado, o momento e a localização dos incêndios detectados no início da estação seca de 2019 “são mais consistentes com o desmatamento do que com a seca regional”.

A OMM cita um relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e Terra, ressaltando que é importante assegurar a diminuição do desmatamento e assegurar a gestão sustentável da terra.

Atmosfera

A instituição lembra que os incêndios emitem o dióxido de carbono, enquanto a perda de florestas leva à redução da absorção de CO2 da atmosfera, favorecendo ainda mais as mudanças climáticas.

Para o diretor de Programas de Observação da Terra da ESA, à medida que se continua enfrentando a atual crise climática, “os satélites são essenciais para monitorar os incêndios em áreas remotas, especialmente para um componente chave do sistema da Terra, como a Amazônia”.

Além da ameaça direta de queimadas, incluindo para muitas comunidades indígenas, os incêndios florestais também liberam poluentes nocivos. Entre eles estão partículas e gases tóxicos como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos não mecânicos na atmosfera.

O Serviço de Monitoramento da Atmosfera do sistema Copernicus, da União Europeia, revela que os incêndios liberaram 255 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera entre os dias 1º e 25 de agosto, e “quantidades abundantes de monóxido de carbono”.

Fumaça

Outro problema é causado pelas partículas e pelos gases da queima de biomassa que podem ser transportados por longas distâncias, afetando a qualidade do ar em regiões distantes. Um dos exemplos dados pela OMM é o da chegada da fumaça da região amazônica a São Paulo, tendo depois alcançado a costa do Atlântico.

A OMM destaca ainda que a ocorrência de incêndios na Amazônia veio na sequência de episódios sem precedentes na Sibéria e em partes do Ártico, da Groenlândia e do Alasca entre junho e julho. Os incêndios florestais também afetam áreas da Europa e do sul da África tropical, como Angola.

A agência destaca que satélites são frequentemente os primeiros a detectar incêndios em regiões remotas. A ferramenta Modis, da Nasa, aponta que os incêndios em curso neste ano de 2019 são os maiores em toda a Amazônia brasileira desde 2010.

De acordo com as previsões, o estado do Amazonas está a caminho de ter um recorde de registro de incêndios este ano.


Fonte: UN News

Veja também:

eCycle

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais