Resíduo e rejeito: entenda a diferença e como descartar

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Você sabia que resíduo e rejeito não são a mesma coisa? Normalmente, as palavras são utilizadas como sinônimos. No entanto, elas possuem significados distintos. Saber diferenciá-las é importante para que você possa destinar corretamente o descarte de partes ou embalagens dos produtos que consome.

O papel da Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10, contém instrumentos indispensáveis para permitir o avanço necessário ao enfrentamento dos principais problemas ambientais e socioeconômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Para isso, a lei prevê reduzir a geração de resíduos. Os caminhos incluem a mudança nos hábitos de consumo, o aumento da reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos. A política também possui o objetivo de priorizar a destinação ambientalmente mais adequada dos rejeitos.

Além disso, a PNRS determina ações como a eliminação dos lixões e sua substituição por aterros sanitários. A fiscalização tende a ser rígida quanto à distinção dos materiais descartados, já que o operador do aterro sanitário deverá receber apenas rejeitos. Caso contrário, a empresa estará sujeita às penalizações do Ministério Público.

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O que são resíduo e rejeito?

Exemplos práticos de resíduo no dia a dia

Resíduo é tudo aquilo que sobra de determinado produto, seja sua embalagem, casca ou outra parte do processo, que pode ser reutilizado ou reciclado. Para isso, os materiais precisam ser separados de acordo com a sua composição, ou seja, tipo de resíduo. Em outras palavras, os resíduos ainda possuem algum valor econômico que pode ser aproveitado pelas indústrias, por cooperativas de catadores e outros componentes da cadeia produtiva.

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), vulgarmente chamados de lixo urbano, resultam da atividade doméstica e comercial das cidades. Sua composição varia de população para população, dependendo da situação socioeconômica e das condições e hábitos de vida de cada localidade. Esses resíduos podem ser subdivididos em seis categorias:

  1. Matéria orgânica: restos de comida que podem ser compostados;
  2. Papel e papelão: caixas, embalagens, jornais e revistas;
  3. Plástico: garrafas e embalagens;
  4. Vidro: garrafas, copos, frascos;
  5. Metais: latas;
  6. Outros: roupas e eletrodomésticos, por exemplo.
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Exemplos comuns de rejeito que não podem ser reciclados

O rejeito é um tipo específico de descarte, aquele para o qual ainda não existe nenhuma possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem. Um exemplo de rejeito é o lixo do banheiro, para o qual ainda não existem opções de reciclagem economicamente viáveis e de amplo alcance.

O ideal é reduzir ao máximo sua produção de rejeitos, já que esse tipo de descarte deve ser encaminhado para um aterro sanitário licenciado. A maior parte dos restos de alimentos podem ser compostados e isso já faz com que sejam classificados como resíduo. A maior parte das embalagens podem ter como disposição final a reciclagem. Rótulos de embalagens, adesivos, fita crepe, resto de comida animal, fraldas e absorventes usados são alguns exemplos de rejeito.

Situação do Brasil no descarte de resíduos e rejeitos

Apesar das imposições realizadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mais de 80% dos materiais descartados em aterros sanitários, lixo de resíduos e rejeito, poderiam ter outra destinação, como a reciclagem e a compostagem. Além disso, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil ainda possui cerca de três mil lixões, os quais deveriam ter sido eliminados até 2014.

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Soluções sustentáveis para reduzir rejeitos

As soluções ambientalmente mais corretas para o descarte e gestão de resíduos são a coleta seletiva e a compostagem. A coleta seletiva é o destino ideal para os resíduos secos e recicláveis e a compostagem para os resíduos orgânicos. Os rejeitos devem ser enviados aos aterros sanitários e é importante tomar cuidado para não incluir nessa categoria materiais que podem funcionar como contaminantes. Eletrônicos e pilhas, por exemplo, precisar ser levados a postos de descarte específicos para esse tipo de material, pois podem liberar poluentes e contaminar o solo e a água da região do aterro sanitário.

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A importância da coleta seletiva

A coleta seletiva diferencia os resíduos de acordo com sua constituição ou composição. Os resíduos devem ser separados em úmidos, secos, recicláveis e orgânicos – e dentro dessas categorias há subcategorias. Os recicláveis, por exemplo, abrangem alumínio, papel, papelão e alguns tipos de plástico, entre outros. Quando os materiais recicláveis são coletados e chegam às cooperativas, eles são separados minuciosamente para serem reaproveitados. Para o descarte de resíduos recicláveis, consulte os postos mais próximos da sua casa no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle.

Como funciona a compostagem

A compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, pública, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem quando o lixo é orgânico. Trata-se de um processo natural em que os microrganismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil.

Outras dicas fundamentais se aplicam ao princípio dos 3 R’s. Trata-se de uma proposta sobre hábitos de consumo, popularizada pela organização ambientalista Greenpeace, que visa desenvolver ações mais sustentáveis. Elas são:

  • Reduza ao máximo o lixo da sua casa;
  • Reaproveite restos de alimentos para outras funções ou para produzir novas receitas;
  • Recicle itens que perderam totalmente a vida útil ou doe objetos que não te interessam mais.

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Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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