Europa investe 4 milhões de libras em rewilding para recuperar vida selvagem nas cidades

A organização ambiental europeia Rewilding Europe recebeu um financiamento de mais de 4 milhões de libras e pretende investir na renaturalização do continente. As áreas referentes ao projeto receberão a reintrodução de espécies selvagens ameaçadas, que então serão protegidas pela organização. Entre as espécies escolhidas para o repovoamento, estão alguns grandes herbívoros, como bisões e cavalos selvagens.

Além de auxiliar na renaturalização de algumas áreas, o projeto tem o objetivo de promover o turismo e reduzir os níveis de carbono atmosférico. De acordo com a organização, “permitir que as populações de vida selvagem se recuperem em número e diversidade poderia reduzir significativamente o carbono atmosférico e nos levar além do zero líquido”. 

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O financiamento foi feito pela instituição de caridade britânica Arcadia Fund, com o objetivo de promover acesso a esse tipo de informação ambiental, além de contribuir para a proteção de ecossistemas ameaçados. Anteriormente ao financiamento, a instituição já havia contribuído para a Rewilding Europe em 2019 com uma doação de mais de um milhão de libras. 

Desde 2011, a Rewilding Europe opera em algumas partes da Europa, como a Escócia, România e Portugal, com projetos similares. Com a ajuda da doação, a organização pretende cumprir ambições estabelecidas no seu Plano Estratégico 2021-2030 (Estratégia 2030), que tem como objetivo ampliar as áreas de renaturalização da Europa de 10 para 15 até 2030.

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A primeira fase será exercida durante 2022 e 2026 e evidenciará três áreas principais: o desenvolvimento de modelos inovadores de renaturalização, apoio do retorno e a coexistência da vida selvagem e ampliação e aprimoramento da renaturalização europeia.

Todo o processo de renaturalização feito pela organização segue os padrões da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Normalmente, o processo é feito proporcionando condições para que as espécies selvagens retornem por conta própria, ou por meio de reintroduções e reforços populacionais. Porém, com o investimento concebido pelo Arcadia Fund, a organização conseguiu criar uma nova ferramenta para auxiliar na renaturalização — o “Fundo Europeu de Retorno à Vida Selvagem”. 

De acordo com a organização, essa ferramenta “se concentrará na construção de populações mínimas viáveis ​​de espécies-chave e na promoção da coexistência entre humanos e vida selvagem em paisagens e além.”

Até então, é esperado que a divulgação da próxima área a ser trabalhada aconteça até o final do ano, com mais cinco projetos a serem realizados até 2030. Entretanto, a organização já confirmou que incluirá cerca de 8 milhões de hectares de ecossistemas marinhos e costeiros no processo.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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