Parto: sintomas, tipos e cuidados

O parto é o momento decisivo da gestação, quando a gravidez chega ao fim e a criança pode finalmente vir ao mundo. O trabalho de parto pode ser feito de duas formas diferentes: através do método normal (passagem do bebê pelo canal vaginal) e pela cirurgia cesariana (retirada da criança através de uma abertura na barriga da mãe). 

Antes que o nascimento ocorra, a gestante enfrenta uma série de sintomas que apontam que o trabalho de parto pode se iniciar a qualquer momento. Os sinais enviados pelo útero, quando ele está pronto para expelir o bebê, são:

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Falso parto ou contrações de Braxton Hicks

Um pouco antes da pessoa entrar em trabalho de parto,contrações de Braxton Hicks  podem ocorrer, que são comumente confundidas com o nascimento do bebê. Essas contrações acontecem pois o útero se contrai e relaxa, com intuito de se preparar, e preparar o colo do útero, para a passagem da criança. 

Gestantes de primeira viagem podem acabar confundindo essas contrações com o trabalho de parto, mas é importante ter em mente algumas diferenças entre os dois. 

  • As contrações do parto tem redução no seu intervalo de tempo entre uma e outra, diferente das de Braxton Hicks;
  • O parto provoca contrações regulares, as contrações de Braxton são irregulares;
  • No parto verdadeiro as contrações tendem a aumentar gradativamente.

Mudanças no colo do útero

Conforme o parto se aproxima, pela 37ª ou 42ª semana, o colo do útero fica mais fino e começa a aumentar de tamanho. O objetivo é permitir que a criança passe pelo canal vaginal enquanto a gestante dá a luz; é comum que nesse período vaze uma mucosa de cor rosada semelhante a sangue.  

Encaixe

Além disso, o bebê irá se movimentar no útero, encaixando a cabeça na região mais baixa da pelve da pessoa grávida, se preparando para o parto e a passagem do canal vaginal. É normal que a gestante se sinta mais leve e tenha menos falta de ar quando isso acontecer.

Ruptura da membrana, ou “bolsa estourada”

Um dos sinais mais conhecidos de que está na hora do parto é a “quebra da bolsa de água”, ou melhor, a quebra da bolsa de líquido amniótico que contém o bebê. Quando isso acontece, o fluido escorre pela vagina alertando a gestante do nascimento de seu filho.

A coloração desse líquido costuma ser transparente ou rosa, caso aparente ser verde ou vermelha, a melhor alternativa é contactar um profissional da saúde. Afinal, isso pode apontar algum problema na saúde do bebê. Depois que a bolsa estoura, se o parto não se iniciar em pelo menos 24 horas, a grávida pode enfrentar riscos de infecção, e por isso é recomendado a indução do trabalho.

Como sei que o parto começou?

Ao contrário do que se vê em filmes, o parto é um processo demorado que começa bem devagar. No início, a gestantepode apresentar apenas algumas dores nas costas, cólicas e problemas digestivos. Depois de algumas horas, é comum que apareçam os sintomas citados acima, e é nesse momento que é recomendado se encaminhar para o hospital.

A partir daí, o trabalho de parto pode ser dividido em 4 fases, sendo elas:

Primeiro período

Encurtamento e dilatação do colo do útero, pode ser dividido entre fase latente e fase ativa.

  • Fase latente: lenta e inicial, acaba quando o colo do útero apresenta dilatação de 3 cm;
  • Fase ativa: só começa quando o colo está dilatado com 4 cm, as contrações aumentam, cerca de dois a três a cada 10 minutos.

Segundo período

Momento no qual ocorre a saída do bebê, também chamado de período expulsivo. A dilatação do colo se torna completa, e o corpo da gestante apresenta movimentos involuntários de expulsão. Costuma ser solicitado para a grávida que ela faça força, com o objetivo de empurrar a criança para fora do útero.

Após o parto, é recomendado que se demore um pouco para cortar o cordão umbilical que liga o bebê à mãe. Isso porque ele ainda pode se beneficiar do sangue rico em nutriente provido pelo cordão mesmo depois do nascimento. Essa ação ajuda a reduzir as chances da criança desenvolver anemia e promove um crescimento saudável.

Além disso, logo após o nascimento, os médicos e as enfermeiras que fizeram o parto precisam oferecer à mãe a possibilidade de ter o primeiro contato pele-a-pele com a criança. Esse procedimento ajuda a acalmar o bebê, estabilizar a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e reduz o choro e o estresse.  

Terceiro período

Depois do bebê nascer, os médicos vão começar o procedimento de retirada da placenta, o que pode demorar de 30 minutos a uma hora. Nesse momento o melhor é relaxar e focar em seu filho na primeira amamentação. 

As contrações vão continuar, só um pouco mais leves, até que a placenta seja completamente retirada do canal vaginal. Durante esse processo, os profissionais da saúde também podem solicitar que a gestante faça força. A placenta deve ser examinada e qualquer fragmento deixado no útero deve ser retirado, pois eles podem causar infecções e sangramentos. 

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Quarto período

Esse é o período de estabilização da gestante, onde ela pode descansar e deve ficar sob observação médica para que seja certificado de que ela não está sofrendo de hemorragia. . 

Quais são os 3 tipos de parto?

Ao todo, existem dois tipos de parto que são conhecidos e aplicados com frequência. Porém, existe uma terceira alternativa que engloba todos eles e precisa ser praticada com mais frequência. Saiba mais a seguir:

Parto normal

Durante o parto normal, a gestante dá à luz a criança por meio do canal vaginal, sem a utilização de intervenções cirúrgicas. Esse tipo de parto natural é comum quando a grávidez chega sem nenhum imprevisto ou problema até a trigésima sétima ou quadragésima segunda semana. 

O parto normal é recomendado sempre que não houver nenhum risco à saúde da gestante ou do bebê. Isso porque ele não oferece riscos de infecção, hemorragia ou outros agravantes à saúde dos envolvidos. Alguns dos diferentes tipos de partos normais são:

  • Parto na água: a pessoa dá a luz em uma banheira aquecida, com água morna, para amenizar as dores e gerar mais conforto;
  • Parto de cócoras: a gestante fica na posição de cócoras para facilitar a saída do bebê;
  • Parto domiciliar: apoiado por médicos apenas em casos onde não existe nenhum risco durante a grávidez. O esse parto normal é feito na casa da grávida com a ajuda do profissional de saúde de sua escolha;
  • Parto hospitalar deitado: o tradicional, no qual a gestante fica deitada em uma maca de hospital durante o trabalho de parto, com as pernas dobradas.

Parto Cesárea

A cesariana é uma cirurgia que só deve ser aplicada quando há situações de risco onde a pessoa grávida não pode ter um parto normal. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é recomendado que esse procedimento seja 15% dos partos realizados todos os anos, no Brasil, ele é 84% dos casos em hospitais que atendem planos de saúde. 

Para ser elegível a uma cesárea segura, que não vai gerar riscos desnecessários de complicações e hemorragias a mãe e ao bebê, a gestante deve: 

  • Ter hipertensão grave;
  • Soropositiva para o vírus da Aids;
  • Quando o cordão umbilical sai antes da criança;
  • Ter a placenta descolada antes do nascimento;
  • Enfrentar problemas na passagem da criança devido ao tamanho da cabeça;
  • Enfrentar problemas devido a posição do bebê, atravessado ou sentado;
  • Ter a placenta localizada em um lugar que impeça a saída da criança;
  • Ter uma gravidez de risco ou parto prematuro.

Parto humanizado

O parto humanizado pode ser qualquer uma das alternativas acima, desde que as escolhas da gestante sejam respeitadas, garantindo conforto e segurança dela e do bebê. Assim, a pessoa que está grávida pode escolher qual a posição que vai estar durante o parto, quem vai estar presente, como o ambiente vai ser organizado e também vai estar consciente de tudo que estiver acontecendo durante o procedimento.

Nem todos consideram a cesárea um parto humanizado, porém, alguns grupos defendem que quando ele é necessário para salvar a vida do bebê e da gestante, também é necessário fazê-lo de uma maneira humanizada.

Para que o seu parto seja humanizado, é preciso que esses tipos de práticas não sejam realizadas:

  • Lavagem intestinal: é desnecessária e desagradavel, durante o parto o intestino se esvazia naturalmente;
  • Raspagem dos pêlos íntimos: os pêlos são uma proteção natural da vagina, não precisam ser retiradas antes do nascimento da criança;
  • Episiotomia: um corte na vagina para facilitar a saída da criança, causa dor desconforto e causa riscos de infecção;
  • Romper a bolsa de água: quando a bolsa é rompida de forma artificial os riscos de infeccionar são altos e podem causar danos ao cordão umbilical da criança;
  • Pontos do marido: sutura feita por um médico depois da episiotomia com intuito de “apertar” a entrada da vagina para agradar o marido, sem a autorização da gestante é considerado crime.
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Quais hormônios ajudam no parto?

Para que o corpo humano consiga finalizar o processo de nascimento de um indivíduo, ele libera hormônios que facilitam o funcionamento de certos órgãos, como o útero. Esses hormônios são:

Prostaglandina: ajuda a abrir o colo do útero e tornar o corpo mais receptivo para a ocitocina;

Ocitocina: causa as contrações durante o parto da criança e da placenta;

Relaxina: ajuda a relaxar e esticar o colo do útero para o nascimento, também causa a quebra da bolsa de água e permite que os ligamentos da pelve se estiquem para a passagem da criança;
Adrenalina: causa contrações fortes antes do parto e geram energia para empurrar o bebê para fora.

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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