Paisagismo: impactos ambientais e sustentabilidade

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Paisagismo é o processo de modificar espaços externos para melhorar sua aparência, funcionalidade e usabilidade. Isso é feito a partir da utilização de diversos elementos, como plantas, recursos hídricos e estruturas e pode ser feito em instalações públicas ou privadas. 

Embora o conceito de arquitetura paisagística seja relativamente novo, a arte do paisagismo, em geral, não é uma descoberta recente. A primeira evidência desse tipo de arte foi encontrada no Egito, por exemplo. Por volta de 3000 a.C., os jardins egípcios já eram projetados para estética e utilidade, apresentando planos geométricos com plantas, recursos hídricos e sombra.

Porém, essa não foi a última vez que a arte esteve presente na história. Ao longo dos anos, todo o aprendizado das técnicas paisagísticas foram se adaptando às mudanças do ambiente e se aperfeiçoando. 

Além disso, o conceito em volta do paisagismo também foi sofrendo alterações, com ricos proprietários de terras contratando artistas para criar elaborados espaços ao ar livre que refletissem seu status social e estilo. Hoje, ele é uma indústria multibilionária que pode transformar qualquer espaço em um ambiente bonito e funcional.

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Impactos ambientais

É importante notar que, apesar dos elementos naturais, o paisagismo pode ser danoso ao meio ambiente. Portanto, técnicas sustentáveis foram criadas para que a estética não interferisse tanto no meio natural. 

De fato, a prática não se trata apenas de criar belos espaços ao ar livre. Do uso da água ao escoamento de pesticidas, as escolhas feitas dentro das técnicas podem contribuir grandemente para a degradação da biodiversidade local. 

Entre os impactos negativos do paisagismo estão: 

Uso da água

Um dos impactos ambientais mais significativos do paisagismo é o uso de água, seja direta ou indiretamente. A construção civil, em si, possui uma grande pegada hídrica. Porém, combinada com o uso da rega excessiva para a manutenção de jardins, o resultado pode ser o desperdício de água e pressão sobre os recursos hídricos locais.

Uso de pesticidas e químicos nocivos

Em conjunto com a jardinagem, está, infelizmente, o uso de pesticidas e outros químicos possivelmente nocivos. Locais de arquitetura paisagística sem responsabilidade ambiental podem causar contaminação do solo e dos cursos d’água com químicos, prejudicando ecossistemas e a vida selvagem.

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Destruição de habitats

As práticas tradicionais de paisagismo frequentemente envolvem a remoção de habitats naturais para dar lugar a gramados e plantas ornamentais. Essa destruição de habitats pode ter efeitos devastadores sobre as populações de animais selvagens locais, desorganizando ecossistemas e reduzindo a biodiversidade.

Erosão do Solo

Práticas inadequadas, como cultivo excessivo e revolvimento excessivo do solo, podem contribuir para a erosão do solo, levando à perda da camada superficial do solo e à degradação da qualidade do solo.

Outros impactos

Além dos impactos ambientais mencionados, existem outros riscos atribuídos ao paisagismo, incluindo: 

  • Poluição sonora e do ar provenientes da construção e uso de máquinas para a manutenção de paisagens;
  • Emissões de CO2 provenientes do transporte de materiais,

Paisagismo tradicional e tradicional 

Tradicionalmente, o paisagismo foca no projeto visual de uma área ao ar livre. Sendo assim, utiliza de inúmeros materiais e técnicas que podem interferir com a biodiversidade local e causar danos à paisagem natural de um local. 

Grande parte da arquitetura paisagística em nível industrial possui o objetivo de renovar áreas para torná-las mais visualmente agradáveis. Isso é feito, especialmente, para aumentar o valor de propriedades e criar um diferencial em construções urbanas. 

Por outro lado, o paisagismo sustentável prioriza a responsabilidade ambiental, frequentemente incorporando o uso de plantas nativas, xeriscaping — que requer menos água — e menos produtos químicos. Essa abordagem geralmente resulta em menos manutenção e economia de custos a longo prazo.

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Benefícios do paisagismo sustentável 

Quando práticas sustentáveis são incorporadas dentro do paisagismo, esses projetos podem oferecer diversos benefícios ambientais. Isso se dá, principalmente, pelo uso de áreas verdes e outros aspectos naturais envolvidos nos métodos. 

Um exemplo básico desses benefícios é a melhora da qualidade do ar: áreas verdes, intrinsecamente, introduzem árvores e outras plantas em meios urbanos. Consequentemente, isso impulsiona a qualidade do ar local, dependendo da expansão da área. 

Porém, os benefícios do paisagismo sustentável vão além disso. O uso de plantas nativas de uma área específica, por exemplo, podem não apenas diminuir a necessidade de pesticidas, como também contribuir para a fauna local, oferecendo alimentos e habitats para inúmeras espécies. 

Já o uso da água pode diminuir com métodos mais sustentáveis, incluindo a captação e uso da água da chuva, plantas resistentes à seca e sistemas de irrigação eficientes.

Essas práticas contribuem para a saúde do solo, promovendo uma rica vida microbiana que muitas vezes falta no paisagismo tradicional. Por meio do plantio de árvores com raízes profundas que sequestram carbono em sua biomassa e solo, o paisagismo sustentável pode ser fundamental para a mitigação das mudanças climáticas.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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