Ainda há tempo de reverter impactos das mudanças climáticas, revela relatório do IPCC

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O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) liberado na última segunda-feira (04) sugere que ainda há tempo para reverter os impactos das mudanças climáticas. Um dos objetivos do relatório é achar soluções para reduzir o aquecimento global em até 1,5ºC.

Entre as soluções exploradas pelo relatório estão o corte no uso de combustíveis fósseis e, consequentemente, o investimento em fontes de energia renováveis

Além de reverter os efeitos da mudança climática, um dos representantes da Greenpeace do Reino Unido também alerta para outro motivo para interromper o uso de combustíveis fósseis. Grande parte do suprimento desses combustíveis vem da Rússia, o que indica que sua compra está potencialmente financiando a guerra contra a Ucrânia. 

Além disso, o custo da energia solar caiu em até 85% desde 2010, tornando-a uma fonte de energia renovável economicamente viável, e que pode substituir a queima de combustíveis fósseis. 

Em comparação com o mundo pré-industrial, a temperatura já aumentou um pouco mais de 1ºC. Para que essas mudanças parem de se agravar e não se tornem irreversíveis, especialistas indicam que esse número não pode exceder 1,5ºC. Portanto, se não houver mudanças estruturais dentro das emissões de gases do efeito estufa, é possível que esse aquecimento se torne irreversível. 

O aquecimento global já é responsável por inúmeras catástrofes climáticas, incluindo o aumento de ondas de calor, inundações, incêndios florestais, secas e o aumento do nível do oceano. Entre a população mais afetada por essas mudanças estão as pessoas mais vulneráveis — que se dá pelo racismo ambiental, formas desiguais pelas quais etnias vulnerabilizadas são expostas às externalidades negativas e a fenômenos ambientais nocivos como consequência de sua exclusão dos lugares de tomada de decisão.

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Embora a urgência relatada através do IPCC, muitos representantes governamentais insistem na exploração de recursos não renováveis. No Reino Unido, por exemplo, muitos deputados pediram o reinício da extração de petróleo e gás do Mar do Norte. 

Enquanto isso, outros representantes, incluindo dos partidos conservadores, apoiam a transição energética, defendendo a redução de emissões com o propósito de estabelecer a redução do consumo de combustíveis fósseis para que a eficiência energética prospere. 

Especialistas defendem a tese de que essa é a última vez que um relatório do IPCC poderá defender essas mudanças para evitar o aquecimento global em mais de 1,5ºC, reforçando o discurso de que a reversão deve ser imediata. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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