Adolescentes e jovens brasileiros estão mais otimistas quanto ao futuro do que os adultos

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Por Nações Unidas Brasil — Pesquisa do UNICEF em 21 países compara as visões de adolescentes e jovens com as dos adultos sobre como é ser criança e adolescente no mundo de hoje. Lançamento marca a semana do Dia Mundial da Criança, comemorado em 20 de novembro.

“Não faltam motivos para o pessimismo no mundo de hoje: mudança climática, pandemia, pobreza e desigualdade, aumento da desconfiança e crescimento do nacionalismo. Mas aqui está um motivo para otimismo: adolescentes e jovens se recusam a ver o mundo através das lentes sombrias dos adultos”, comentou a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, sobre a pesquisa.

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O estudo mostra também que a juventude não é ingênua e quer se engajar por um mundo melhor. Adolescentes e jovens afirmam que o acesso a direitos melhorou, mas destacam a urgência de ações dos governos para reverter as mudanças climáticas; afirmam ser fundamental investir em saúde mental; e querem participar das decisões que impactam sua vida.

Legenda: Uma pesquisa da UNICEF relata que crianças e jovens permanecem esperançosos e com uma mentalidade mais global em comparação com as gerações mais velhasFoto: © Raphael Pouget/UNICEF

Adolescentes e jovens de 21 países estão mais otimistas do que os adultos quanto ao futuro. No Brasil, no entanto, esse índice de otimismo é um dos mais baixos entre os países analisados. É o que revela pesquisa lançada nesta quinta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Gallup, em comemoração ao Dia Mundial da Criança, celebrado em 20 de novembro. O estudo compara a visão de adolescentes e jovens (15 a 24 anos) com a de adultos maiores de 40 anos sobre como é ser criança e adolescente no mundo de hoje, mostrando as diferenças entre gerações.

Nos 21 países analisados, adolescentes e jovens são mais propensos do que os adultos a acreditar em um futuro melhor. Ao serem perguntados se o mundo está se tornando um lugar melhor para cada nova geração, 57% deles disseram que sim, versus 39% dos adultos. No Brasil, o índice de otimismo foi o segundo mais baixo, atrás apenas do Mali, país da África ocidental. Somente 31% dos adolescentes e jovens brasileiros, e 19% dos adultos, acreditam que o mundo está melhorando. As entrevistas foram realizadas entre fevereiro e junho de 2021. É importante notar que no Brasil foram realizadas entre o dia 23 de fevereiro e o 17 de abril, o pior momento da pandemia de COVID-19 no País.

“Não faltam motivos para o pessimismo no mundo de hoje: mudança climática, pandemia, pobreza e desigualdade, aumento da desconfiança e crescimento do nacionalismo. Mas aqui está um motivo para otimismo: adolescentes e jovens se recusam a ver o mundo através das lentes sombrias dos adultos”, afirma a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore.

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“Em comparação com as gerações mais velhas, adolescentes e jovens do mundo permanecem esperançosos, com uma mentalidade muito mais global e determinados a tornar o mundo um lugar melhor. Eles se preocupam com o futuro, mas se veem como parte da solução.”

Henrietta Fore, diretora executiva do UNICEF.

Saúde mental e engajamento – Nos países pesquisados, adolescentes e jovens de fato relatam uma maior incidência de problemas de saúde mental, em comparação com os adultos. Entre adolescentes e jovens, 36% se sentem frequentemente nervosos, preocupados ou ansiosos, e 19% se sentem deprimidos ou com pouca vontade de realizar atividades cotidianas. Entre os adultos, foram 30% e 15%, respectivamente.

No Brasil, esses indicadores são significativamente mais altos: 48% dos adolescentes e jovens (41% dos meninos e 54% das meninas) se sentem frequentemente nervosos, preocupados ou ansiosos, e 22% dos adolescentes e jovens (15% dos meninos, 28% das meninas)dizem se sentir muitas vezes deprimidos ou com pouca vontade de realizar atividades cotidianas, versus 39% e 11% respectivamente dos adultos.

O estudo mostra também que a juventude não é ingênua e quer se engajar por um mundo melhor. Adolescentes e jovens afirmam que o acesso a direitos melhorou, mas destacam a urgência de ações dos governos para reverter as mudanças climáticas; afirmam ser fundamental investir em saúde mental; e querem participar das decisões que impactam sua vida. 

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Na média dos 21 países, 58% dos adolescentes e jovens disseram ser muito importante os políticos escutarem crianças e adolescentes para tomar decisões. O Brasil ficou acima da média, com 61% dos adolescentes e jovens respondendo positivamente a essa questão.

“Depois da ruptura mais longa da educação presencial nas escolas devido à COVID-19, e considerando o aumento do trabalho infantil, da violência doméstica e da pobreza, é encorajante ver que os adolescentes e jovens do Brasil querem se engajar por um futuro melhor”, ressalta a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer. “Esses resultados devem servir como um apelo para que os tomadores de decisões criem mais oportunidades para que os adolescentes e jovens contribuam para o desenvolvimento pós-pandemia. Com a sua criatividade e capacidade de gerar abordagens inovadoras a grandes desafios nacionais e globais, podem fazer uma diferença muito importante”.

Educação e trabalho – Nos 21 países, adolescentes e jovens acreditam que a própria infância foi melhor do que a de seus pais. Eles afirmam que a maioria das crianças e adolescentes de hoje tem mais acesso à saúde, educação e proteção contra a violência do que as gerações anteriores.

O Brasil segue a tendência, com destaque para a educação. Os brasileiros estão entre os que mais acreditam que a qualidade da educação melhorou na última geração. O Brasil é, também, o segundo país que mais acredita no poder da educação para a transformação social. Mais da metade dos adolescentes e jovens brasileiros (59%) e dois terços dos adultos (74%) citam a educação como o principal fator para o sucesso – versus 36% e 34%, na média dos 21 países. Quando não citam a educação em primeiro lugar, adolescentes e jovens brasileiros defendem que o trabalho árduo é o fator mais importante para ter sucesso (27%).

Em todos os países, tanto adolescentes e jovens (59%) quanto adultos (56%) concordam que as crianças de hoje sentem uma pressão maior para ter sucesso. No Brasil, foram 69% e 63%, respectivamente.

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Mudanças climáticas – As mudanças climáticas estão entre as grandes preocupações da juventude no mundo. Nos 21 países, quase três quartos dos adolescentes e jovens que estão cientes das mudanças climáticas acreditam que os governos devem tomar medidas significativas para enfrentá-las. A proporção é ainda maior em países de renda baixa e média-baixa (82%), onde o impacto das mudanças climáticas costuma ser maior. No Brasil, são 73%.

Benefícios e riscos da tecnologia – Nos 21 países, adolescentes e jovens são mais propensos a usar a internet todos os dias, em comparação com os adultos. No Brasil, 91% dos adolescentes e jovens dizem acessar diariamente a rede, versus 67% dos adultos. Os dados brasileiros se assemelham à média dos países ricos – 92% e 73%, respectivamente.

Quando perguntados sobre o uso da internet por crianças, os adolescentes e jovens se mostraram mais positivos do que os adultos. Nos países pesquisados, eles acreditam que a tecnologia traz benefícios para crianças e as ajuda muito a aprender (72%) e se divertir (62%). No entanto, a maioria dos adolescentes e jovens vê sérios riscos para as crianças online, como assistir a conteúdo violento ou sexualmente explícito (78%) e sofrer bullying (79%).

Adolescentes e jovens brasileiros estão entre os que mais se preocupam com os riscos da tecnologia para as crianças. No Brasil, 82% disseram ser muito arriscado uma criança conhecer uma pessoa estranha na internet e ir encontrá-la pessoalmente – versus 71% na média dos 21 países. O Brasil é, também, um dos países em que adolescentes e jovens mais se preocupam com a proteção de seus dados online (43%, versus 25% na média dos 21 países).

Confiança – A pesquisa – conduzida durante o pior momento da pandemia – descobriu que adolescentes e jovens confiam mais do que os adultos nos cientistas (56% versus 50%), na mídia internacional (36% versus 30%) e nos governos (33% versus 27%) como fontes de informação segura. Com relação às redes sociais, os níveis de confiança são baixos nos dois grupos – 17% entre adolescentes e jovens e 12% entre os adultos.

No Brasil, há uma grande diferença geracional com relação à confiança no governo como fonte de informação, com um índice de confiança de 14% entre adolescentes e jovens, e 23% entre adultos.

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Um mundo mais solidário – A pesquisa revelou, ainda, que adolescentes e jovens são muito mais propensos do que os adultos a se ver como cidadãos globais e defender a cooperação internacional para enfrentar ameaças como a pandemia de covid-19. Em quase todos os países pesquisados, a grande maioria dos jovens relatou que seus países estariam mais seguros de ameaças como a covid-19 se os governos trabalhassem em coordenação com outros países, em vez de sozinhos.

Além disso, adolescentes e jovens – em especial mulheres – lideram a pressão pela igualdade de tratamento das pessoas LGBTQIA+. Eles querem um mundo com mais direitos, para cada criança e adolescente, sem exceção.

Dia Mundial da Criança

“Adolescentes e jovens personificam o espírito do século 21”, disse Fore. “Enquanto o UNICEF se prepara para comemorar seu 75º aniversário no mês que vem, e às vésperas do Dia Mundial da Criança, é fundamental ouvirmos adolescentes e jovens sobre seu bem-estar e como a vida deles está mudando”.

Sobre a pesquisa

A pesquisa The Changing Childhood Project é a primeira a perguntar a várias gerações sobre suas opiniões sobre o mundo e como é ser uma criança e um adolescente hoje. Para o projeto, o UNICEF fez parceria com a Gallup para entrevistar mais de 21 mil adolescentes, jovens e adultos em 21 países entre fevereiro e junho de 2021. Todas as amostras são baseadas em probabilidades e nacionalmente representativas de duas populações distintas em cada país: pessoas de 15 a 24 anos e pessoas com 40 anos ou mais. A área de cobertura é todo o país, incluindo áreas rurais, e a base de amostragem representa toda a população civil, não institucionalizada, dentro de cada coorte de idade com acesso a um telefone.

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Os países pesquisados são: Alemanha, Argentina, Bangladesh, Brasil, Camarões, Espanha, Etiópia, EUA, França, Índia, Indonésia, Japão, Líbano, Mali, Marrocos, Nigéria, Peru, Quênia, Reino Unido, Ucrânia e Zimbábue.

O conteúdo completo da pesquisa pode ser acessado em https://changingchildhood.unicef.org.

O relatório da pesquisa está disponível em inglêsespanhol e francês.

Equipe eCycle

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