Imagem editada e redimensionada de Amuzujoe disponível em Wikimedia, sob a licença CC BY-SA 4.0
O milheto é um cereal pertencente à família Poaceae, também conhecida como família das gramíneas. Ele possui um perfil nutricional similar ao do sorgo e de outros cereais e ficou popular por ser um alimento livre de glúten e rico em proteínas.
O alimento cresce facilmente e é cultivado em locais como a Ásia e a Nigéria. Ele é resistente à secas e pragas, além de conseguir sobreviver em ambientes hostis e solos menos férteis.
Existem aproximadamente 20 tipos de milheto, incluindo o Pennisetum glaucum, Eleusine coracana, Setaria italica, Panicum miliaceum e Echinochloa utilis.
Como o sexto grão mais importante do mundo, as propriedades nutricionais do milheto beneficiaram a humanidade por milhares de anos, com relatos que vão até a Grécia antiga. Porém, agora ele é majoritariamente usado na alimentação de alguns países da Ásia e da África e na produção de comida de animais de estimação, gado e pássaros.
Cerca de 100 gramas de milheto cozido contém:
Além disso, o milheto é rico em cálcio, providenciando cerca de 13% dos valores diários recomendados em uma xícara, o que faz com que ele seja ótimo para a saúde óssea e muscular.
O milheto possui diversos benefícios à saúde, além de proporcionar diversos nutrientes. Confira:
O cereal é rico em compostos fenólicos, antioxidantes que são capazes de proteger o organismo contra os efeitos dos radicais livres e que também atuam em outras áreas. Alguns estudos em ratos comprovaram que esses compostos estão associados com a rápida cicatrização de feridas, proteção da pele e propriedades anti-inflamatórias.
Por ser uma fonte de fibras, o milheto também ajuda a saúde intestinal. As fibras contribuem para o funcionamento normal do intestino, além de ajudar a regular os movimentos intestinais. Ele também é um prebiótico, que estimula o crescimento de bactérias benéficas na microbiota intestinal, o que é importante tanto para a saúde intestinal quanto para o sistema imunológico.
A vitamina B3, presente no milheto, está associada à redução de riscos no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, reduzindo altos níveis de colesterol e triglicerídeos. Além disso, o alimento também possui magnésio, um nutriente que ajuda a regular o ritmo cardíaco.
Um estudo de 2021 sugeriu que o milheto pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, também ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue em pessoas com diabetes. O alimento também possui um baixo índice glicêmico, que é ideal na alimentação de pessoas com a doença.
Apesar de ter diversos benefícios à saúde, o milheto também possui antinutrientes — compostos que podem reduzir a absorção de outros nutrientes no organismo, o que pode resultar em déficits. Um desses antinutrientes presente no alimento é o ácido fítico, que dificulta a absorção de potássio, cálcio, ferro, zinco e magnésio.
Entretanto, mantendo uma dieta balanceada, esses efeitos são reduzidos e podem não ocorrer. Outra maneira de diminuir a ação de antinutrientes no milheto é deixando-o de molho na água 24h antes do seu cozimento.
Um estudo publicado pelo The Plant Genome Journal conta com um grupo de cientistas que tentam melhorar o cultivo e o rendimento do milheto através da reprodução. Na pesquisa de campo, especialistas analisam o DNA do alimento procurando características específicas que resultam nos melhores benefícios. Entre as características procuradas pelos cientistas estão o rendimento da cultura, como número de panículas, resistência à doenças e tempo de maturação.
A análise é feita através de um processo de genotipagem por sequenciamento, onde parte do genoma da planta é usado para representar o milheto por inteiro. Assim, eles são capazes de facilitar a sua reprodução, resultando no melhor alimento possível para o consumo humano.
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