Guardar segredos pode te deixar doente

O ato de guardar segredos significa não compartilhar com ninguém informações que devem ser ocultadas. Todo mundo já teve um segredo em algum momento da vida, mas nem todos conseguem compartilhá-lo com outras pessoas. 

Confiar em alguém para guardar uma informação confidencial é difícil. No entanto, a responsabilidade de manter as informações confidenciais de outras pessoas pode ser ainda mais desgastante. 

De fato, pesquisas já comprovaram que guardar segredos pode ser prejudicial ao bem-estar. Ao todo, o sigilo já foi associado ao aumento da ansiedade, depressão, sintomas de problemas de saúde e até mesmo a progressão mais rápida de doenças. Mas por que isso acontece? 

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Por que guardar segredos faz mal?

Uma pesquisa, realizada na Universidade Columbia nos EUA, evidenciou que o ato de guardar segredos não faz mal necessariamente pelo sigilo envolvido nesse ato, mas sim porque os indivíduos precisam viver com essas informações e pensar nelas. Às vezes, os problemas tornam-se maiores através da ruminação mental consequente do ato de manter informações secretas. 

Embora o conceito de sigilo possa evocar uma imagem de duas pessoas conversando, com uma pessoa escondendo algo da outra, muitas vezes essa dinâmica não ocorre. Ao guardar um segredo, é mais fácil ficar preso na própria mente. 

Similarmente, a possibilidade de deixar escapar uma informação confidencial em alguma interação social é algo cansativo e que pode induzir à ansiedade. 

Efeitos do sigilo na saúde

De acordo com uma pesquisa de 2015, guardar segredos pode causar uma série de resultados negativos que variam entre ansiedade e depressão até a menor satisfação com o relacionamento e má saúde física.

Por outro lado, o sigilo pode fazer com que o ser humano se sinta menos autêntico ou verdadeiro. Isso, por sua vez, resulta na deterioração da saúde mental, e até mesmo da autoestima humana.

“Nossos segredos podem nos machucar. Mas a parte difícil de tê-los não é que tenhamos que escondê-los; é que temos que conviver com eles em nossos pensamentos”, diz Michael Slepian, autor do novo livro “The Secret Life of Secrets“. 

Foto de marcos mayer na Unsplash

Slepian passou 10 anos conduzindo centenas de estudos sobre guardar segredos, analisando o peso que esses atos possuem sobre a mente humana. Após entrevistar cerca de 50 mil pessoas, o especialista chegou à conclusão que quando as pessoas guardam segredos, elas podem sofrer danos físicos e emocionais.

Muitas pessoas se veem como indivíduos morais e bons. Porém, a desonestidade associada aos segredos mancha essa imagem.

“Quanto mais imoral você julgar seu segredo, mais ele evocará vergonha, uma punição particularmente dolorosa que as pessoas infligem a si mesmas. Os segredos podem fazer com que as pessoas se sintam isoladas e se isolem dos outros”, completou Slepian. 

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Tipos de segredos

Existem três tipos de segredos: naturais, prometidos e confiados.

  • Segredo natural: um conhecimento oculto sobre outro que não pode ser divulgado porque sua divulgação pode causar dor, ofensa ou prejuízo ao dono do segredo. Vem da lei natural de honrar e guardar segredos de outras pessoas.
  • Segredo prometido: obrigação específica de uma promessa feita, após a aquisição do conhecimento, de não divulgá-lo. Geralmente, esse tipo de segredo é dado livremente para outra pessoa.
  • Segredo confiado: divulgado abertamente por outras pessoas através de uma relação de confiança. A vontade de guardá-lo pode vir de um acordo explícito ou implícito.

Guardar todo tipo de informação e segredo pode resultar nos efeitos listados anteriormente.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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