Vida

Drones são aliados na conservação de elefantes selvagens

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Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports mostrou que os drones podem ser essenciais para a pesquisa de elefantes. Anteriormente, os aparelhos eram usados apenas para manter os mamíferos longe de terras agrícolas, uma vez que o barulho os afugentava. No entanto, a descoberta do Save the Elephants (STE) em conjunto com a Universidade de Oxford demonstrou que os elefantes podem aprender a ignorar drones.

Com as configurações corretas, a tecnologia pode ajudar cientistas no monitoramento dos animais. 

Essa não é a primeira instância em que drones são usados para monitorar animais. No caso de baleias, por exemplo, alguns drones são capazes de coletar amostras de fezes para a análise da saúde dos animais. 

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Já no caso dos elefantes, o barulho da hélice é facilmente confundido com o som de um enxame de abelhas, afugentando os mamíferos de fazendas. Mas, quando operados de forma a minimizar o incômodo, os elefantes aprendem a ignorá-los.

Desde a década de 60, quando os primeiros estudos comportamentais dos elefantes foram realizados, eles dependiam do convívio entre os animais. Assim, muitas observações eram feitas lado a lado, em veículos ou plataformas. 

Já com a ajuda dos drones, é possível monitorar o que realmente acontece dentro de um rebanho sem a interferência humana. 

Essa perspectiva oferece a oportunidade de quantificar com precisão como os indivíduos em um grupo de elefantes interagem em diferentes situações. As câmeras e os sensores dos aparelhos coletam grandes quantidades de dados que, até agora, escaparam aos pesquisadores humanos.

O novo estudo confirma que sobrevoar o céu com um drone em altitude elevada e de forma constante altera o comportamento dos elefantes apenas temporariamente, se é que os elefantes reagem. 

Desde então, a equipe já obteve indícios sobre os hábitos de sono dos elefantes no escuro e está prestes a lançar uma ferramenta capaz de determinar automaticamente a idade e o sexo de cada indivíduo no grupo observado.

Para testar a reação dos mamíferos, os pesquisadores realizaram 35 testes com drones em 14 famílias de elefantes individualmente conhecidas nas reservas nacionais de Samburu e Buffalo Springs, no norte do Quênia. Foi observado que cerca de metade dos elefantes apresentaram sinais de perturbação na primeira exposição.

Os sinais eram predominantemente leves, como levantar o tronco ou interromper suas atividades. Além disso, as reações diminuíram rapidamente — em apenas seis minutos —, e tiveram 70% menos probabilidade de ocorrer em voos repetidos.

Essa habituação significa que os drones têm potencial como uma plataforma de observação não invasiva e de baixo custo, ajudando os cientistas a coletar dados sobre o movimento dos elefantes, interações sociais e respostas às mudanças ambientais com interferência mínima.

“A biodiversidade está em crise, mas não estamos parados. Novas tecnologias estão expandindo nossa capacidade de perceber, analisar e compreender o mundo selvagem de uma forma antes impensável. Este estudo promete abrir uma nova janela para o funcionamento dos elefantes”, diz Frank Pope, CEO da Save the Elephants.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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