Com a ajuda da natureza, pragas em plantações são minimizadas de forma sustentável

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Quando José Maurício Simões Bento estudava agronomia na Universidade Federal de Viçosa (UFV), na década de 1990, ele visitou uma fazenda de cana-de-açúcar em Olímpia, no interior de São Paulo, durante a época de reprodução do besouro Migdolus fryanus. Esse besouro, que atacava os rizomas da cana, prejudicava a plantação. A maioria dos trabalhadores do campo saíam coletando manualmente os machos da espécie que voavam em busca de fêmeas. Foi aí que Bento conheceu o Sr. Geraldo, que tinha uma maneira diferente de capturar os besouros: ele colocava algumas fêmeas no bolso para atrair os machos e então os jogava em um balde.

Percebendo essa forma “alternativa” de capturar o “inimigo”, ao voltar de viagem, o então estudante começou a pesquisar uma forma de produzir sinteticamente os feromônios da fêmea desse besouro e se tornou o pioneiro na produção de atraentes biológicos no Brasil.

Atraentes e repelentes biológicos são métodos usados de controle de pragas sustentável considerados mais verdes que pesticidas. Podem ser substâncias obtidas a partir de insetos ou plantas. Também é possível plantar alguma espécie para poupar a outra. Por exemplo, plantar goiabeiras intercaladas com os pés de frutas cítricas faz com que estas não sofram a praga greening, cujo vetor é repelido por um composto da goiaba.

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Outro exemplo de como a própria natureza pode ajudar a agricultura foi uma “armadilha” feita em uma plantação de soja. A plantação estava sendo atacada pelo percevejo Piezodorus guildinii e os agrotóxicos não tinham efeito nenhum sobre a espécie. Então, para a safra seguinte, foram plantadas anileiras, um das plantas favoritas do percevejo, oito meses antes de se plantar a soja, atraindo-os para a armadilha: nessas anileiras havia ovos de Telonomus podisii, que são parasitas do percevejo e não atacam a soja. Assim, a produção ficou protegida, sem agrotóxico e sem agredir o meio ambiente.

Equipe eCycle

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