Árvores exóticas: perigo para a biodiversidade

Árvores exóticas são espécies de árvores originadas de outro país. Em uma definição mais ampla, as árvores que estão fora de sua distribuição natural, ainda que no mesmo país, podem ser chamadas de árvores não indígenas. A existência de plantas exóticas não representa um problema por si só para o ecossistema de determinada região, mas a formação de florestas dessas espécies introduzidas pode representar um perigo para a biodiversidade.

Árvores exóticas comuns no Brasil

São muitas as espécies de árvores exóticas no Brasil. Além de várias espécies frutíferas, como a jaqueira, o coqueiro, a laranjeira, o limoeiro, a bananeira e o café, algumas das espécies exóticas arbóreas mais conhecidas são:

  • espécies de bambu, como o bambu-verde (Phyllostachya bambusoides), originário da Ásia Tropical;
  • espécies de palmeiras, como a palmeira-imperial (Roystonea oleracea), originalmente das Antilhas;
  • a mamona (Ricinus communis), do continente africano;
  • o mogno africano (Khaya grandifoliola), da África Ocidental;
  • algumas espécies de pinheiro, como o pinheiro-da-folha-dourada (Chamaecyparis obtusa), do Japão;
  • o jamelão (Syzygium cumini), originário da Índia;
  • árvores do gênero Eucalyptus vindas da Austrália.

Perigos das árvores exóticas

Redução da biodiversidade

Os besouros compõem quase 1/3 das espécies de insetos e são frequentemente utilizados como indicadores dos efeitos da fragmentação de habitats e das mudanças climáticas sobre a biodiversidade. Plantações de árvores, como as de pinheiros e as de mogno africano, possuem, de forma geral, uma biodiversidade significantemente reduzida de besouros em comparação a florestas nativas (1).

Além disso, um estudo observou que plantações de eucaliptos próximas a florestas amazônicas nativas reduzem a biodiversidade de muitos destes insetos não apenas nas plantações, mas até 800m de distância destas.

Estes resultados são relevantes não apenas ao considerar o efeito de plantações de espécies comerciais, como as voltadas para produção madeireira ou de celulose que formam uma espécie de deserto verde, mas também os de monoculturas de outras espécies feitas com a intenção de restaurar ambientes degradados e mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre o meio ambiente. 

Seja para estas ou para as plantações com fins comerciais, o ideal é que seja feito um cultivo de espécies variadas e nativas, pois isto aumenta a produtividade da floresta plantada, com menos impactos ambientais negativos (2).

Imagem por Pablo Azurduy, disponível no Unsplash.

Invasões biológicas

Seja de forma acidental ou não, quando uma árvore é introduzida em um ambiente e passa a se proliferar e a se dispersar, levando a alterações no ecossistema local, essa árvore se torna uma espécie exótica invasora. A presença de árvores exóticas invasoras é uma fonte de impactos negativos sobre:

  • o ciclo hidrológico;
  • a ciclagem de nutrientes;
  • as relações entre polinizadores e espécies nativas;
  • a biodiversidade;
  • as cadeias tróficas;
  • o valor estético da paisagem.

Como prevenir os efeitos negativos das árvores exóticas?

Existem algumas formas de contribuir para evitar a ocorrência de uma invasão biológica por uma árvore exótica e sua consequente redução da biodiversidade local:

  • Não plante espécies não nativas em ambientes naturais;
  • Ao visitar algum desses ambientes, não leve nenhuma espécie com você, nem mesmo sementes e bulbos, como lembranças;
  • Informe-se sobre as árvores invasoras que mais afetam sua região e se há atividades para a comunidade programadas na unidade de conservação mais próxima de você, consultando órgãos ambientais locais;
  • Prefira ter plantas nativas em casa, pois isso contribui para a dispersão das sementes dessas em áreas próximas;
  • Por esta mesma razão, evite adquirir novas plantas não indígenas.
Thaís Niero

Bióloga marinha formada pela Unesp e graduanda de gestão ambiental. Tentando consumir menos e melhor e agir para alcançar as mudanças que desejo ver na sociedade.

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