Foto de Glen Hooper na Unsplash
Um novo estudo publicado no jornal Neuropsychopharmacology sugere que os ratos, assim como os seres humanos, também podem usar Cannabis quando estão estressados. A pesquisa foi desenvolvida para examinar o comportamento de busca por Cannabis e descobriu que ratos com níveis de estresse natural mais elevados são muito mais propensos a se autoadministrarem a substância.
“Submetemos ratos a uma extensa bateria de testes comportamentais e biológicos, e o que descobrimos foi que, ao analisarmos todos esses diferentes fatores e variáveis que medimos, os níveis de estresse parecem ser os mais importantes quando se trata do uso de Cannabis“, disse Ryan McLaughlin, professor associado da Faculdade de Medicina Veterinária da WSU.
Para chegar à conclusão, McLaughlin e seu time criaram um perfil comportamental para cada rato, utilizando características que variam de comportamentos sociais a sexo, cognição, recompensa e excitação. Então, por três semanas, os animais foram observados por cerca de uma hora por dia, quando lhes foi dada a opção de autoadministrar Cannabis.
A administração da droga era feita por uma porta de vaporização que liberava uma dispersão de vapor de Cannabis por três segundos em uma câmara hermética. Para usá-la, os animais precisavam apenas introduzir seus focinhos na câmara.
Durante o período de uma hora, os estudantes pesquisadores monitoraram o número de vezes que cada rato usava a câmara. Assim, encontraram uma correlação direta entre o número de usos e os níveis basais do hormônio do estresse.
Ao medir o hormônio do estresse corticosterona nos roedores, a equipe descobriu que ratos com níveis naturais mais altos desse hormônio eram muito mais propensos a se autoadministrar Cannabis.
É importante notar, entretanto, que os níveis basais de estresse em repouso dos ratos que foram associados à autoadministração da substância, e não o estresse que varia em tempo real com exercícios ou tarefas mentalmente desafiadoras. Os níveis de hormônios do estresse também foram calculados após a exposição a um fator estressante e não apresentaram nenhuma ligação significativa com o comportamento de busca por Cannabis.
Segundo os autores do estudo, a descoberta destaca a importância de compreender os efeitos da droga e as consequências do abuso.
“Nossos resultados destacam potenciais marcadores precoces ou de pré-uso que poderiam, um dia, auxiliar em estratégias de triagem e prevenção”, disse McLaughlin. “Certamente consigo imaginar um cenário em que uma avaliação dos níveis basais de cortisol possa fornecer informações sobre uma possível maior propensão ao desenvolvimento de padrões problemáticos de uso de drogas mais tarde na vida.”
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