Ambientalistas protestam contra PL que libera plantio de cana na Amazônia

Projeto de lei que tramita no Senado prevê liberação do plantio de cana na região. Mudança pode aumentar desmatamento

Organizações socioambientais publicaram nesta segunda-feira (26) uma carta de repúdio contra o projeto de lei do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que libera o plantio de cana-de-açúcar em áreas da Amazônia Legal, região que abrange nove Estados brasileiros. Assinado por 40 entidades, entre elas Greenpeace, Observatório do Clima, SOS Mata Atlântica e WWF, o documento afirma que a mudança vai impulsionar o desmatamento.

O projeto de lei propõe a liberação do plantio de cana em áreas já degradadas e é visto como um avanço da bancada ruralista. Seus defensores acreditam que isso poderia gerar emprego e renda em uma região carente. O projeto original previa ainda a possibilidade de plantar cana em outros biomas, como Cerrado, o que foi alterado. Outro artigo que chamou atenção dos parlamentares prevê créditos para a industrialização de etanol na região.

“Permitir o cultivo na Amazônia, mesmo que em áreas degradadas, significa acrescentar mais um motor ao desmatamento na região: a pecuária será empurrada para novas áreas para dar lugar à lavoura, estimulando a devastação onde hoje deveria haver aumento de produtividade”, explica o documento das entidades ambientalistas. “Toda a infraestrutura de processamento precisaria se instalar ali, o que aumenta a pressão sobre a floresta. Cria-se um problema onde hoje ele não existe, e sem nenhuma justificativa consistente.”

O projeto deve ser votado nesta terça-feira (27). Na última quarta, data em que foi celebrado o Dia Internacional das Florestas, ele foi colocado em votação, mas não houve quórum para deliberar, por conta da obstrução de partidos como PT, PSB e Rede. Se for aprovado, o texto vai para a Câmara e, se não for alterado, segue para sanção. O senador João Capiberibe (PSB-AP) disse que, se o projeto for aprovado, vai acionar o Supremo Tribunal Federal.

Confira a carta na íntegra.



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