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Por NCPI | A exposição à poluição do ar pode causar danos significativos ao desenvolvimento infantil, mesmo em níveis considerados baixos. É o que mostra o relatório “A qualidade do ar afeta o desenvolvimento e a saúde na primeira infância”, publicado pelo Early Childhood Scientific Council on Equity and the Environment (ECSCEE), do Center on the Developing Child da Universidade de Harvard. O material foi traduzido pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI).
O documento sintetiza décadas de pesquisa e revela que os efeitos começam antes mesmo do nascimento: partículas e compostos químicos inalados por gestantes atravessam a placenta e atingem o feto, o que interfere no desenvolvimento dos pulmões, do cérebro e de sistemas como o imunológico e o endócrino. Durante a gravidez, alterações hormonais e fisiológicas aumentam a quantidade de ar inspirado e expirado, o que significa que a gestante inala um volume maior de ar e, portanto, de mais poluentes do que o habitual.
Outros achados do relatório incluem:
O estudo alerta, ainda, que a má qualidade do ar pode comprometer funções cerebrais, uma vez que os poluentes ultrapassam a barreira protetora do cérebro durante fases críticas do desenvolvimento. As regiões mais afetadas estão relacionadas à memória, ao aprendizado e à regulação emocional.
Mas não é só isso. O relatório também destaca que o problema é agravado por fatores socioeconômicos e raciais. Famílias negras, hispânicas e de baixa renda vivem com maior frequência em áreas próximas a rodovias e indústrias, onde há mais poluição e moradias precárias.
Essas condições contribuem para a maior prevalência de asma e doenças respiratórias: nos Estados Unidos, eliminar fatores de risco residenciais poderia reduzir em 44% os casos de asma diagnosticada em crianças menores de seis anos.
A combinação entre poluição e estresse também potencializa processos inflamatórios no corpo, aumentando o risco de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas e depressão.
O relatório da Universidade de Harvard aponta que existem soluções concretas e de baixo custo para reduzir os impactos da poluição do ar, especialmente em ambientes frequentados por gestantes e crianças pequenas. Entre as principais recomendações estão:
O estudo reforça que o ar limpo deve ser tratado como prioridade nas políticas de primeira infância. “Garantir ambientes internos e externos saudáveis é essencial para que todas as crianças possam crescer, aprender e prosperar”, destaca o relatório.
Acesse o material completo aqui.
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