Foto de Egidijus Bielskis na Unsplash
Você já imaginou viver sem acesso à energia? Infelizmente, essa é uma realidade de 1,18 bilhão de pessoas, segundo a ONU. O termo usado para descrever a situação é “pobreza energética”, e é definida pelo Ministério da Fazenda como a “ausência de acesso aos serviços energéticos modernos por pessoas ou grupos”.
Porém, não é apenas a escuridão total que a define. De fato, alguns especialistas também atribuem a pobreza energética à parte da população que gasta pelo menos 8% de sua renda familiar anual em energia.
Ademais, o World Economic Fund definiu-a como a falta de acesso a serviços e produtos energéticos modernos e sustentáveis. Mas isso vai além de serviços sustentáveis — a pobreza energética pode ser encontrada em todas as condições onde há falta de serviços energéticos adequados, acessíveis, confiáveis, de qualidade, seguros e ambientalmente corretos para apoiar o desenvolvimento.
A energia elétrica é uma constante na vida de grande parte da população mundial. No entanto, essa mesma qualidade faz com que a importância desse produto seja esquecida.
Além do básico, a energia é a principal estrutura para o desenvolvimento humano e para a sociedade civil. A sua presença é forte e constantemente interligada com o desenvolvimento econômico e social.
Entretanto, o acesso a esse serviço público não é distribuído igualmente aos milhões de pessoas que habitam o nosso planeta. Os países mais pobres são geralmente aqueles equipados com os piores serviços de energia, o que contribui para a desnutrição, condições de vida insalubres e acesso limitado à educação e ao emprego.
Além disso, a falta de energia resulta na impossibilidade de desenvolver agricultura e a manufatura. Consequentemente, o desenvolvimento desses locais é estagnado, entrando em um ciclo vicioso: eles não podem pagar pela energia que pode tirá-los da pobreza.
Famílias de baixa renda que vivem nessa situação estão vulneráveis à diversas condições de saúde que podem ser agravadas pela falta de acesso à eletricidade. Estudos relacionam a pobreza energética a:
Isso com piores resultados para grupos vulneráveis em todas as dimensões da desigualdade.
Assegurar o acesso à energia limpa corresponde ao 7° dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entretanto, a energia proveniente de fontes renováveis constitui atualmente apenas 15% do conjunto global de energia.
Entre as metas dessa ODS, estão:
E, embora o progresso das políticas energéticas renováveis das últimas décadas, o aspecto sustentável da pobreza energética ainda está longe de ser aplicável.
De fato, estima-se que 40% da população mundial não tem acesso a instalações de cozinha limpas em todo o mundo, dependendo, em vez disso, de carvão ou querosene como seu principal combustível para cozinhar — consideradas as fontes de energia com maior impacto ao meio ambiente disponíveis.
Como já mencionado, parte da pobreza energética é atribuída à população que gasta pelo menos 8% de sua renda familiar anual em energia. E, apesar desse problema ser de difícil resolução, um experimento realizado por pesquisadores do MIT mostra que fornecer às pessoas melhores dados sobre seu uso de energia, além de algum treinamento sobre o assunto, pode levá-las a reduzir substancialmente seu consumo e custos.
O experimento resultou em famílias cortando suas despesas com energia pela metade, no total — uma economia grande o suficiente para tirar três quartos delas da pobreza energética.
“Nosso projeto de coaching energético como um todo apresentou uma taxa de sucesso de 75% no alívio da pobreza energética“, afirma Joseph Llewellyn, pesquisador do Senseable City Lab do MIT.
Entre os cortes dos participantes estão medidas como aquecer apenas os cômodos em uso e desligar aparelhos que não estavam em uso. Ambas as mudanças economizam energia, mas seus benefícios nem sempre eram compreendidos pelos moradores antes de receberem orientação sobre energia.
Contudo, é importante notar que a pobreza energética também é uma condição que pode resultar na ausência total de energia para as pessoas. Portanto, apenas o corte no alto custo das redes elétricas não é o suficiente para combater o problema.
Isso, é claro, depende do governo de cada local e da implementação de políticas energéticas que atendam à população geral.
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