Operação Onipresente reforça combate ao garimpo ilegal na TI Sararé

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Por Ibama | O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concluiu mais uma etapa da Operação Onipresente, visando coibir o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso. A ação, conduzida pelo Grupo Especial de Fiscalização (GEF), resultou na inutilização de equipamentos. Foram 18 escavadeiras hidráulicas, dois caminhões, três tratores, três motocicletas, sete motobombas, 8 mil litros de diesel, além de outras estruturas de apoio ao garimpo ilegal.

A TI Sararé é ocupada pelo povo Nambikwara desde sua homologação em 1985. A TI enfrenta uma crescente e alarmante ameaça advinda dos crimes ambientais, como o garimpo ilegal.

Sararé no topo dos alertas

O ano de 2025 tem sido particularmente preocupante, com o registro do aumento nos alertas de garimpo na TI Sararé.

Foram 1.436 alertas, que já resultaram na destruição de 599 hectares, conforme dados da plataforma Brasil Mais.

Em 2024, os incêndios criminosos associados à atividades garimpeira provocaram danos severos na vegetação remanescente em toda a área.

A TI Sararé ocupa a primeira posição no ranking nacional de terras indígenas com o maior número de alertas de garimpo neste ano.

Grupo Especial de Fiscalização do Ibama em operação na TI Sararé para conter o avanço dos grupos criminosos na região | Foto: GEF/Ibama

Danos irreversíveis

O garimpo na região tem provocado impactos ambientais e sociais severos:

  • Desmatamento e supressão da vegetação nativa em larga escala;
  • Assoreamento e contaminação de rios e igarapés com substâncias tóxicas como mercúrio e resíduos oleosos;
  • Aumento da turbidez da água, prejudicando a vida aquática;
  • Perda irreparável de habitats para a fauna local e a ictiofauna;
  • Implantação de empreendimentos sem autorização e compensação ambiental, comprometendo severamente a recuperação das áreas degradadas.

Além da devastação ambiental, o garimpo ilegal afeta diretamente o modo de vida tradicional do povo Nambikwara, com a invasão de suas terras e a exploração predatória dos recursos naturais.

A intensificação da presença do crime organizado, intrinsecamente ligada ao crime ambiental, agrava ainda mais a situação na região.

O Ibama reitera seu compromisso em proteger o meio ambiente e o povo Nambikwara. As ações de fiscalização na TI Sararé continuarão de forma sistemática para conter o avanço do garimpo ilegal e garantir a integridade do território.

Este texto foi originalmente publicado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.

Bruna Chicano

Cientista ambiental, vegana, mãe da Amora e da Nina. Adora caminhar sem pressa e subir montanhas.

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