Empresariado brasileiro pelo clima

A presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, representou 80 das maiores empresas brasileiras em encontro com o presidente da COP26 em Glasgow, Alok Sharma, em Brasília, na última quarta-feira (05). O objetivo foi entregar em mãos o posicionamento “Empresários Pelo Clima” com proposições para as negociações que ocorrerão na Conferência sobre o clima, em novembro.

O documento foi criado a partir de uma iniciativa do Conselho de Líderes do CEBDS, composto por lideranças de grupos empresariais associados ao CEBDS para compartilhar a visão de CEOs e altos executivos de grandes corporações com o poder público de diferentes esferas e a sociedade.  O grupo de CEOs se reúne desde 2015 para debate, aprofundamento em estudos, ações e compromissos para combater as mudanças climáticas.

O o posicionamento “Empresários Pelo Clima” deixa claro o comprometimento das empresas brasileiras com o cumprimento do artigo 6 do Acordo de Paris e com o esforço necessário para atingir a meta de limitar o aquecimento global em 2º C, até o fim do século, com vistas a alcançar 1,5º C.

“O setor empresarial brasileiro tem adotado ações corporativas concretas, entre outras, como o preço interno de carbono e as metas de neutralização, assim como está liderando iniciativas de políticas climáticas públicas com instrumentos de mercado e inclusão social. A COP 26 será uma oportunidade para compartilhar esse comprometimento e reforçar nosso engajamento mundial. E para tal, as empresas brasileiras para o Clima esperam contar com a atenção da organização do evento para viabilizar a presença e o espaço para divulgar essas mensagens”, pontuou Marina.

O CEBDS acredita que o Brasil, país que pode ser considerado hoje a solução de net zero enquanto o mundo ainda está buscando os seus caminhos, precisa assumir o seu protagonismo nas negociações. O compromisso, de acordo com o Conselho, se dá ao longo de todos os setores econômicos, já que o Brasil é majoritariamente limpo na matriz energética e conta com a maior biodiversidade do mundo.

“Temos ambição climática e nossas empresas contam cada vez mais com metas de neutralização baseadas em ciência (science based targets) utilizando parâmetros criteriosos de ESG (ESG benchmarkings). Até 2030 devemos priorizar a redução do desmatamento e a ampliação da agricultura de baixo carbono, resultando no aumento da ambição da NDC brasileira e em potenciais ajustes correspondentes dentro da previsão do Artigo 6 do Acordo de Paris”, afirma a presidente do CEBDS.

Para tornar esse caminho bem-sucedido e garantir uma retomada verde no pós-covid, será necessário preparar a maior participação dos setores industriais de eletricidade para os desafios após 2030. Por isso, o CEBDS defende a ampliação do programa RenovaBio e está colaborando com iniciativas legislativas para a criação de sistema brasileiro de comércio de emissões. Desta forma o empresariado se mostra engajado na discussão da trajetória de neutralização adotada pelo país para alinhar cada vez mais as iniciativas corporativas com o desenho de políticas climáticas e de recuperação verde que garantam a inclusão social e a competitividade da economia brasileira.

O posicionamento do setor empresarial para a COP26 estará aberto à adesão de empresas e entidades. A expectativa é de que até novembro, o documento conte com mais de 100 assinaturas.

Equipe eCycle

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