Dar forma ao invisível: como duas trajetórias moldaram o pensamento brasileiro sobre resíduos

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Em algum lugar do Brasil, no ar morno e imóvel, o som de um caminhão dá ré. Em poucos segundos, mais uma carga de resíduos é despejada em uma ilha sem fim — um território feito do invisível, o lixo.

Enquanto isso, em outra parte do país, alguém desperta movido por um propósito: enxergar o que todos ignoram. Transformar o Brasil enfrentando aquilo que o olhar cotidiano apaga — os resíduos e os rejeitos.

Essa é a história de quem escolheu abrir os olhos para o que o mundo insiste em não ver. É também a história da S2F Partners, fruto dessa coragem.

O que é invisível

Nessa história, o invisível assume muitas formas — o próprio lixo, ignorado por uma sociedade desatenta; uma lei com grande potencial, mas pouca atenção; o descuido cotidiano que molda o destino da vida no planeta.

Mas afinal, por que o lixo é invisível?

Imagine alguém preparando o típico almoço brasileiro: o som da faca na tábua, o óleo estalando na frigideira, a água fervendo. O que falta nessa cena?

Mesmo ali, entre aromas e gestos familiares, algo surge e desaparece sem aviso: o lixo. Cascas, talos, restos de comida — tudo vai embora sem um segundo olhar.

Desde a pia até o lixão, cada etapa desse trajeto libera rastros que poucos veem. O metano invisível escapa silenciosamente e aquece o planeta. E os resíduos não-orgânicos, deixados fora do ciclo, superlotam lixões e perpetuam uma crise que também é climática.

A desatenção ao que é descartado parece programada em nós. O conforto e a pressa nos afastaram da natureza e nos fizeram esquecer que nada desaparece — que não existe “fora” quando se joga algo “fora”.

Com mais de 25 anos de experiência, Fabrício Soler tornou-se uma das vozes mais consistentes do país na gestão de resíduos sólidos | Foto: divulgação

Quando o invisível ganhou nome

Em 2010, parte desse problema oculto emergiu com a criação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 — um marco histórico no país.

Ela deu ao lixo destino, responsabilidade e propósito compartilhado entre fabricantes, distribuidores, consumidores e o poder público.

Pela primeira vez, o Brasil enxergou o lixo como tema de cidadania, justiça e futuro.

A PNRS incorporou a logística reversa, a economia circular, os acordos setoriais e o fortalecimento das cooperativas — impulsionando o reconhecimento dos catadores como protagonistas de uma nova ética ambiental.

Mas leis, por si só, não bastam. Faltam intérpretes — gente capaz de traduzi-las em ação.

O intérprete do invisível

Com mais de 25 anos de experiência, Fabrício Soler tornou-se uma das vozes mais consistentes do país na gestão de resíduos sólidos. 

Autor de livros e artigos de referência, é reconhecido por ter ajudado a transformar a PNRS de um texto legal em instrumento de mudança concreta.

Sua trajetória, marcada por inquietude e rigor, atravessa o direito ambiental, o licenciamento de aterros e as políticas públicas. 

Desde o início da PNRS, Soler esteve presente — aprendendo, interpretando, articulando.

Enquanto muitos viam um problema técnico, ele percebeu uma oportunidade de transformação cultural.

Desde então, dedica-se a traduzir o invisível em norma, em estratégia e em propósito.

O encontro de duas visões

Da convergência entre Fabrício Soler, jurista e formulador de políticas públicas em resíduos, e Carlos Silva Filho, profissional e gestor de referência internacional em limpeza urbana e manejo de resíduos, nasce a S2F Partners by Soler & Silva Filho — uma boutique de resíduos.

Mas o termo “boutique” aqui não fala de exclusividade, e sim de sofisticação técnica, profundidade intelectual e atenção artesanal ao detalhe.

Se Soler representa a força da interpretação jurídica e estratégica, Silva Filho traz a visão técnica e institucional de quem ajudou a estruturar o setor no Brasil e a conectá-lo às melhores práticas internacionais.

Juntos, formam uma parceria singular: onde um lê a lei como ferramenta de transformação, o outro traduz as modelagens regulatórias em caminhos de viabilidade e impacto.

Na concepção de seus sócios, a S2F é um espaço de mediação entre lei, técnica e sensibilidade humana — um hub de inteligência estratégica dedicado à criação de soluções integradas e sustentáveis em resíduos e meio ambiente.

Mais do que orientar sobre conformidade legal, cria estruturas duradouras de gestão ambiental, capazes de gerar valor econômico, social e reputacional.

Carlos Silva Filho e Fabrício Soler, os sócios da S2F Partners by Soler & Silva Filho | Foto: divulgação

Dar forma ao invisível

O que antes passava despercebido agora é olhado com atenção — por quem enxerga valor onde outros veem descarte. Em vez do ar estático e morno de um lixão, surge uma nova paisagem possível, desenhada por essa visão.

Capaz de tratar o tema dos resíduos com técnica e sofisticação, ela revela o potencial de um Brasil que pode liderar a transição para uma gestão ambiental mais inteligente e responsável.

Nessa paisagem em construção, a tecnologia dos aterros regulados atua com propósito e medida, transformando gases em energia e demonstrando que inovação e regulação podem coexistir. 

E a circularidade dos materiais anuncia novos ciclos de vida — reduzindo a poluição, preservando o ambiente e reposicionando o descarte como parte do cuidado.

A S2F Partners nasce nesse ponto de encontro: onde a lei dialoga com a estratégia, e o negócio se torna instrumento de regeneração.

Seu trabalho transforma complexidade em clareza — e promessa em impacto.

Assim, cada solução jurídica ou estratégica que desenha devolve espaço ao essencial: ar, solo e águas mais limpos; trabalho digno para quem antes era invisível; e o gesto renovado de tratar o fim como um novo começo.

Bruna Chicano

Cientista ambiental, vegana, mãe da Amora e da Nina. Adora caminhar sem pressa e subir montanhas.

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