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Um time de pesquisadores da Universidade de Strathclyde e Organização Nacional de Pesquisa Agrícola e Alimentar do Japão está desenvolvendo uma nova técnica de controle de pragas. O objetivo da pesquisa é a criação de uma tecnologia capaz de proteger as abelhas de um predador comum, a traça-da-cera.
As abelhas polinizam cerca de 70% de todos os alimentos na Terra e são essenciais para o equilíbrio ecológico do mundo inteiro. No entanto, esses pequenos insetos e outros animais polinizadores estão constantemente morrendo devido ao uso de pesticidas, das mudanças climáticas e da perda de habitat.
Isso torna as colônias de abelhas, por exemplo, mais fracas, e, consequentemente, mais vulneráveis a parasitas como a traça-da-cera-maior e a traça-da-cera-menor.
A proposta do “pesticida” foi apresentada por Lara Díaz García, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade de Strathclyde, durante a Sexta Reunião Conjunta da Sociedade Acústica da América e da Sociedade Acústica do Japão, realizada de 1 a 5 de dezembro em Honolulu, Havaí.
Para a criação da técnica, os pesquisadores observaram as traças-da-cera e sua “audição incomum”. Esses animais se aproveitam de colônias de abelhas enfraquecidas, cavando túneis pela colmeia e se alimentando de favo de mel e ovos de abelhas.
Eles são capazes de ouvir sons quatro oitavas acima do que um ser humano. Essa audição ultrasônica os ajuda a evitar predadores e a ouvir os chamados dos machos das mariposas.
Eles distinguem esses chamados com base no momento do sinal e na intensidade do som.
Ao analisar quais padrões de chamados de ecolocalização de morcegos provocavam uma resposta neural mais forte nas mariposas, os pesquisadores determinaram o melhor repelente ultrassônico. E, como as abelhas não têm audição, esse mecanismo de controle de pragas não as prejudica.
“A técnica pode ser adaptada a diferentes espécies de mariposas; seria necessário algum trabalho para ajustar a faixa de maior sensibilidade à audição específica de cada espécie e, em seguida, direcionar a técnica para essa faixa, mas, uma vez concluída essa etapa inicial, a técnica deverá ser aplicável a qualquer outra espécie de mariposa capaz de ouvir — que é a maioria delas”, disse Díaz García.
A equipe também desenvolveu um modelo simplificado do tímpano da traça-da-cera, capturando suas características essenciais para explicar sua audição direcional. Os pesquisadores esperam generalizar esse método para outras espécies de traças e desenvolver um dispositivo comercial de controle de pragas.
“A natureza é verdadeiramente impressionante e inspiradora para o desenvolvimento tecnológico. É ótimo também contribuir para um resultado muito concreto de problemas muito reais que estamos enfrentando devido à crise climática”, finalizou Díaz García.
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