Foto de Susann Schuster na Unsplash
O tubarão-baleia, considerado a maior espécie de peixe viva, é classificado como ameaçado de extinção na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. Entre os motivos para o fenômeno, o International Fund for Animal Welfare lista a captura acidental, pesca e o turismo.
Nos últimos 75 anos, a população desses animais caiu em mais de 50% no mundo inteiro.
Isso se dá porque esses tubarões precisam de ao menos 30 anos para atingir a maturidade sexual — o que significa que se recuperam lentamente de acidentes envolvendo as ações antrópicas.
Um estudo do Instituto Elasmobrânquio da Indonésia revelou que 62% dos tubarões-baleia que habitam Bird’s Head, na Papua Ocidental da Indonésia, apresentam cicatrizes e ferimentos resultantes de ações humanas evitáveis. Eles argumentam que intervenções simples poderiam reduzir significativamente esse fardo para a população local dos animais.
“Descobrimos que as cicatrizes e ferimentos eram principalmente de causas antropogênicas, como colisões com ‘bagans’ — plataformas de pesca tradicionais com redes de elevação — e barcos de observação de tubarões-baleia”, disse o Dr. Edy Setyawan, cientista-chefe da conservação do Instituto.
A descoberta foi resultante de uma análise conduzida entre 2010 e 2023, em que pesquisadores estudaram a presença de tubarões-baleia na Baía de Cenderawasih, Kaimana, Raja Ampat e Fakfak, dentro da Paisagem Marinha de Bird’s Head, uma região que abriga uma rede de 26 áreas marinhas protegidas.
Cada tubarão-baleia exibe seu próprio padrão único de manchas e listras brancas, o que permitiu aos cientistas usar fotos de pesquisadores e cientistas cidadãos para identificar cada um individualmente.
Durante esse período, foram observados 268 tubarões-baleia — com 98% dos animais sendo avistados na Baía de Cenderawasih e Kaimana.
Dos 206 tubarões registados com ferimentos ou cicatrizes, 80,6% apresentaram ferimentos atribuídos a causas provocadas pelo homem, enquanto 58,3% tiveram ferimentos provavelmente de causas naturais — é importante notar, portanto, que alguns indivíduos possuíam ambos os tipos de ferimentos.
Lacerações graves, amputações e evidências de trauma de origem antropogênica foram relativamente raras, observadas em 17,7% dos indivíduos. Porém, escoriações sem risco de vida foram comuns e frequentemente causadas por tubarões-baleia que se esfregavam em bagans ou barcos.
“Pretendemos trabalhar com as autoridades de gestão das áreas marinhas protegidas para desenvolver regulamentações que exijam pequenas modificações nos bagans, incluindo a remoção de quaisquer bordas afiadas dos estabilizadores dos barcos e das armações das redes. Acreditamos que essas mudanças reduzirão significativamente as cicatrizes deixadas pelos tubarões-baleia na região”, finalizou Dr. Mark Erdmann, último autor do estudo e diretor de conservação de tubarões da Re:wild.
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