26º Congresso IBGC tem público de mais de 1.200 pessoas

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Por IBGC | O 26º Congresso IBGC, realizado nos dias 8 e 9 de outubro, em São Paulo, cujo tema central foi “Governança em um mundo disruptivo”, contou com mais de 1.200 participantes. Na abertura, Deborah Wright, presidente do Conselho de Administração da entidade, lembrou que a edição de 2025 comemorou os 30 anos do instituto e citou o lançamento do livro comemorativo da trajetória de três décadas. Valeria Café, diretora-geral, ressaltou a ampliação e capilarização do trabalho do IBGC, pontuando que mais de 50% dos associados estão fora de São Paulo.

Navegando em mares revoltos

Na palestra intitulada “Navegando em mares revoltos: governança para sobreviver às disrupções dos próximos cinco anos”, Pavan Sukhdev, fundador e CEO da GIST Impact, destacou a importância de uma governança eficiente para guiar as empresas durante períodos conturbados como o atual. Enfatizou, também, o papel da inteligência artificial como ferramenta que, se bem aproveitada, pode gerar avanços significativos – embora também acarrete riscos, especialmente com relação aos crimes cibernéticos.
Sukhdev abordou, ainda, a aceitação crescente de regimes autoritários por parte de grupos vulneráveis e a urgência de um novo contrato social que envolva população, empresas e governos. Ele advertiu sobre os limites ambientais já ultrapassados e a necessidade de preservar a saúde física e mental dos trabalhadores. Além disso, enfatizou a importância da resiliência nas organizações, sugerindo que as empresas devem preparar-se para os riscos externos e fortalecer sua reputação para lidar com as crises que estão por vir.

Cultura da inovação

No painel sobre liderança estratégica e cultura de inovação, David Feffer, presidente do Conselho de Administração da Suzano, e Marcelo Silva, vice-presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, discutiram o papel das pessoas na transformação das organizações. Feffer alertou que o sucesso pode se tornar um obstáculo, demandando que os líderes mantenham humildade, estejam abertos ao aprendizado contínuo e interajam diretamente com suas equipes.
Marcelo Silva acrescentou que a cultura organizacional deve ser guiada por valores como inteligência, energia e integridade. Destacou que a governança é fundamental para garantir a longevidade das empresas.

Os conselhos e a COP30

O papel do setor privado nas discussões sobre mudanças climáticas foi abordado em painel que contou com Rafael Segrera, presidente da Schneider para a América do Sul, e Valeria Café, diretora-geral do IBGC. Segrera enfatizou a importância da participação ativa das empresas nas negociações climáticas nas COPs e como elas podem transformar os desafios em oportunidades de negócios. Segundo ele, é importante que o esforço e tempo despendidos pelos executivos e profissionais na questão da sustentabilidade sejam remunerados.

Sobre essa questão, Valeria citou os principais achados da pesquisa “Board scorecard: a atuação dos conselhos frente aos impactos climáticos e à estratégia net zero (3ª edição – 2025)”, conduzida pelo IBGC. A maioria (75,6%) dos conselheiros e executivos C-level concorda que os conselhos de suas organizações compreendem as implicações das mudanças climáticas. Além disso, para metade deles (56,7%), a questão é incorporada à estratégia com avaliação de riscos e oportunidades.

Novo tabuleiro geopolítico

O professor Alexandre Coelho, pesquisador sênior do Centro de Estudos Geoeconômicos do Comércio e dos Investimentos da FGV-SP, finalizou o primeiro dia do congresso analisando o novo cenário geopolítico global. Ele ressaltou que a guerra entre Rússia e Ucrânia, os conflitos no Oriente Médio e a escalada de tensões na China estão entre os principais fatores de instabilidade. Alertou para a necessidade de o Brasil diversificar suas parcerias comerciais e aproveitar as oportunidades que, em paralelo às tensões, abrem-se no cenário geopolítico, em especial quanto às exportações do agronegócio.

China no novo tabuleiro global

No segundo dia Congresso IBGC, Ping He, pró-reitor, professor de finanças e diretor de dois centros de pesquisa na Escola de Economia e Gestão da Universidade Tsinghua, localizada em Pequim, afirmou que a globalização precisa ser reinventada, com a implantação de clusters em várias regiões do mundo e de uma cesta de moedas para substituir o dólar no sistema internacional de pagamentos. A relação entre a China e a América Latina revela um potencial crescente para a colaboração em diversas áreas, incluindo infraestrutura e práticas sustentáveis, afirmou o palestrante.
Ao final do evento, Deborah Wright anunciou, ao lado de Valeria Café, que a próxima edição do evento já tem data marcada. O 27º Congresso IBGC será realizado no mesmo local nos dias 7 e 8 de outubro de 2026.

Os melhores momentos do congresso estão em uma publicação especial preparada pela equipe de Comunicação e Marca do IBGC disponível em Publicação.

Bruna Chicano

Cientista ambiental, vegana, mãe da Amora e da Nina. Adora caminhar sem pressa e subir montanhas.

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