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Estudo servirá de base para estratégias de prevenção da perda de massa muscular, comum no envelhecimento e em vários tipos de câncer

Imagem de Jonathan Borba em Unsplash

Um importante benefício do exercício físico para os músculos foi constatado em pesquisa do Instituto de Química (IQ) da USP. Os pesquisadores descobriram por meio de experimentos com animais que há mais renovação de células-tronco em músculos exercitados, o que favorece a reparação do tecido muscular em casos de lesão. As conclusões do estudo vão servir de base para a criação de estratégias de prevenção da perda de massa muscular, comum no envelhecimento e em vários tipos de câncer.

“O objetivo da pesquisa foi entender como o exercício muda as células-tronco do músculo, conhecidas como células-satélite, pois tendem a ficar na periferia do tecido muscular”, conta ao Jornal da USP a professora Alicia Kowaltowski, que coordenou a pesquisa. “Sabe-se que células-tronco sofrem alterações metabólicas profundas quando têm mudanças de função ou se diferenciam, e o estudo procurou entender como isso era afetado pelo exercício.” A pesquisa foi realizada por Alícia e o pós-doutorando Phablo Abreu, que realizou os experimentos, com utilização de equipamentos existentes no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

Segundo a professora, a autorrenovação serve tanto para manter uma população saudável de células-tronco no local como para impedir efeitos indesejados durante o reparo de tecidos, como a inflamação e a fibrose. “De fato, verificou-se que o exercício causa tanto o aumento da autorrenovação das células-satélites como a diminuição de inflamação e fibrose em músculos quando são feitas lesões neles”, destaca.

Quando as células-tronco exercem suas funções, acontecem alterações metabólicas que podem ser o motivo pelo qual elas mudam de característica funcional, aponta Alicia. “Por isso, o estudo mediu a função metabólica mitocondrial, pois as mitocôndrias são o centro metabólico das células, agindo como se fossem baterias celulares”, ressalta a professora. “Para nossa surpresa, a respiração mitocondrial e a produção de energia das células-tronco eram menores nos animais exercitados.”

Sabendo que a respiração menor e o aumento da autorrenovação aconteciam ao mesmo tempo, os pesquisadores questionaram se os processos ocorriam em paralelo ou se havia uma relação de causa e consequência entre eles. “Para responder isso, foi usado um veneno para artificialmente inibir a respiração de células normais para que chegassem ao mesmo nível das células de animais exercitados”, afirma Alicia.

De acordo com a professora, inibição da respiração é suficiente para promover características de autorrenovação semelhantes às obtidas com o exercício. “De fato, quando foram injetadas células de animais exercitados ou com a respiração parcialmente inibida em músculos, viu-se que elas promoviam menos inflamação que as células de animais que não se exercitaram”, enfatiza.

A pesquisa desvenda mecanismos em que o exercício promove efeitos musculares benéficos, observa Alicia. “Sabendo esses mecanismos, pode-se pensar em novas estratégias para melhorar a saúde muscular, promovendo efeitos semelhantes ao exercício”, afirma ao Jornal da USP. “Isso é muito importante, pois a perda de massa muscular é um fator de risco em diversas situações como envelhecimento, cânceres e infecções.”

Além de estar presente no envelhecimento e em vários tipos de câncer, a perda de massa muscular (caquexia) é comum em casos de aids, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca, entre outras doenças. “Se pudermos desenvolver novas estratégias para preservar a massa muscular, teremos melhores tratamentos para várias doenças”, conclui a professora.


Fonte: Jornal USP

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