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Derretimento faz com que minerais de sulfeto contidos no permafrost ártico se transformem em ácido sulfúrico, que causa erosão de rochas e libera quantidades enormes de CO2 na atmosfera

O gelo das calotas polares começou a derreter mesmo nos lugares mais frios do planeta, causando alterações em cascata que já preocupam os cientistas. O aquecimento global pode ser algo permanente e há quem diga que a Terra pode entrar em um efeito estufa permanente se não forem tomadas medidas drásticas para conter as mudanças climáticas já em curso. Agora, pesquisadores do Canadá alertam para uma nova consequência do aquecimento global: a liberação de ácido causada pelo derretimento do permafrost ártico.

Permafrost é o tipo de solo encontrado no Ártico. Formado por uma mistura de terra, gelo e rochas, ele fica permanentemente congelado – ou deveria. Em alguns lugares, o permafrost está congelado desde a última Era Glacial e esse tipo de solo recobre uma camada espessa de sedimentos que contêm grandes quantidades de metano na forma de hidratos de metano sólidos. Esses compostos têm uma estrutura de cristal em forma de gaiola, na qual as moléculas de metano são cercadas por gelo.

O problema é que o permafrost está derretendo e, quando isso acontece, sem o peso do gelo, ocorre a liberação da pressão, que faz com que os hidratos se desintegrem e se transformem em metano gasoso. O gás borbulha pela coluna de água e é liberado para a atmosfera. O metano permanece na atmosfera por cerca de dez anos, diferente das centenas de anos do CO2, mas tem um potencial de captura de calor 23 vezes maior que o dióxido de carbono. Isso gera uma reação de aquecimento global em cadeia e é um dos fatores de risco apontados como possível causa de um efeito estufa permanente. Leia mais na matéria: “Terra pode entrar em “estado estufa” permanente, alertam cientistas“.

Além disso, um estudo canadense publicado este mês na Geophysical Research Letters mostra que o derretimento do permafrost no oeste do Canadá está causando a liberação de ácido sulfúrico. O solo da região contém minerais de sulfeto e o derretimento faz com que eles se misturem com a água, causando uma reação que gera ácido sulfúrico. Essa água ácida escorre e acaba erodindo as rochas, liberando na atmosfera o dióxido de carbono que estava aprisionado nelas.

Os pesquisadores afirmam ser impossível dizer a quantidade de CO2 que está sendo liberada. Existem poucos estudos sobre a composição química do permafrost ou sobre a distribuição de sulfetos no ártico. “Podemos controlar muitas fontes de CO2 para a atmosfera, causadas por atividades humanas, como combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra“, disse Scott Zolkos, da Universidade de Alberta e principal autor do estudo à New Scientist. “Mas uma vez que o permafrost começa a descongelar e liberar CO2 e metano, isso está além do nosso controle. Não é como se pudéssemos colocar uma manta térmica gigante no Ártico.”



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