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Veja o impacto hídrico e a pegada ecológica dessa simples compra

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Você gosta de usar botas de couro? Mesmo se sua resposta for positiva, é bem provável que os britânicos gostem mais do que você. Atualmente, boa parte dos maiores consumidores de calçados de couro são compostos pelos países do Reino Unido – em uma estimativa realizada tendo como base o ano de 2010, foram gastos cerca de 4,3 bilhões de libras esterlinas com calçados de couro no ano, e o consumo deve seguir crescendo.

O problema é que pouca gente (pouquíssimos britânicos) leva em consideração o impacto ambiental da bota de couro e rastro ambiental que o simples ato de sua compra pode proporciona ao meio ambiente, principalmente em países pobres.

A figura do início da página demonstra de forma resumida as pegadas hídrica e ecológica para se produzir um par de botas de couro, representando as quantidades necessárias de água e de terra. O estudo foi realizado pela Trucost para o relatório Mind Your Step, elaborado pela Friends of the Earth.

Produção

O processo de fabricação de botas de couro possui três fases.

O couro, oriundo da pecuária, é a principal matéria-prima para a confecção deste calçado. A China, seguida por Brasil e Estados Unidos são lideres mundiais do mercado de pele animal. Após o abatimento do animal, a pele é retirada e destinada a uma fábrica de curtume, onde o couro cru é embebedado em produtos químicos, muitas vezes altamente tóxicos, e são processados para utilização nas industrias de calçados, onde se dá a última etapa. Em média, quatro em cada dez pares de sapatos do mundo são fabricados na China, mas Itália, Brasil e Índia também se destacam entre os grandes fabricantes.

A produção de 200 pares de botas de couro possui uma pegada ecológica de aproximadamente 17.671,45 m². O maior fator contribuinte para a pegada é a pecuária, com aproximadamente 86% do total. Já a pegada hídrica pode variar de acordo com a maneira como o couro é processado – se o curtume em que a pele é tratada possuir uma estação de tratamento de efluentes, evitando o descarte em rios e reutilizando a água dos processos, a pegada hídrica será nitidamente menor do que em fábricas que não possuem este tratamento; e se os efluentes forem descartados sem tratamento, serão necessários aproximadamente 10.500 litros extras de água cinza, que são as águas necessárias para diluir qualquer poluente produzido em seus processos, para cada par de botas.

O caso de Bangladesh

Um grande problema na pegada hídrica está nas empresas de curtumes. Em Bangladesh, na região do subúrbio de Dhaka Hazaribagh, estão concentrados os curtumes mais poluidores do planeta – a grande maioria não possui tratamento de efluentes, despejando os seus 22 milhões de resíduos tóxicos da produção diária no leito do rio Buriganga. Hazaribagh foi classificado como o quinto lugar mais poluído do planeta. Os trabalhadores das fábricas, incluindo crianças, estão expostos à contaminação composta por diversos produtos químicos perigosos, inclusive o cromo hexavalente, que pode proporcionar reações cancerígenas ao corpo humano. A população regional relata uma série de problemas de saúde, como náuseas, tontura, incluindo problemas respiratórios e queimaduras com os ácidos utilizados.

Imagem de Adil Ahnaf🇧🇩 no Pexels.

O governo de Bangladesh afirma que pretende mover os curtumes para outro bairro com infraestrutura para o tratamento desses resíduos altamente tóxicos para o meio ambiente e para a sociedade.

Com o tratamento adequado dos resíduos, a pegada hídrica para o par de botas será reduzida consideravelmente em aproximadamente 42% e assim a principal demanda por água será proveniente dos processos de criação do gado.

De qualquer forma, da próxima vez em que você for adquirir um calçado, fique atento a essa questão. Deixar de adquirir produtos com altas pegadas faz uma diferença e tanto para o meio ambiente, assim como dar preferência a itens certificados e que não tenham utilizado força de trabalho precarizada.

Confira o vídeo que debate a questão do couro na indústria.


Fonte: Mind Your Step



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